Capítulo Vinte e Três.

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Maju narrando:

Luan estava parado com a mão na cintura bem no meio da rua, trajando apenas uma bermuda jeans preta, ele estava sem camisa e só assim pude analisar de boca aberta o físico dele. O suor descia pelos gominhos da barriga malhada dele, a camisa jogada no ombro dava ainda mais charme nele, os olhos esverdeados me encararam e aqueles olhos hipnotizantes vieram de encontro com os meus. O suor na testa dele deixava o cabelo loiro grudado no mesmo, com o pé no chão e apenas aguardando minha chegada e do Gabriel, ele sorriu assim que nos viu.

Neguinho estava de camisa e como sempre, sorria pro vento. Ambos estavam soados. Havia seis meninos ali, e todos estavam de camisa, menos Luan, bem porque ele quer se aparecer.

Carol estava sentada com o filho dela nas pernas e eu também me sentei na calçada que havia em frente a casa de Luan, e fiquei admirada em vê-lo sem camisa.

Eles começaram a jogar e por nenhum minuto deixei de visar Luan, ele corria junto do irmão dele e quando o Gabriel marcou um gol o mesmo fez um toque com o menino sorridente.

─ Esses idiotas parecem crianças ─ Carol comentou sorrindo e assenti voltando minha atenção pra eles. ─ Maju, segura meu filhote só por um segundo enquanto vou lá em casa?! ─ ela pediu já me entregando o bebê gordinho.

─ Mas...

Ela saiu andando e segurei aquele bebê nos braços com certa dificuldade, oh Deus, eu teria um filho e não saberia como segurar ele, abracei o menino com medo de deixa-lo cair.

Eu não tinha jeito nenhum pra ser mãe, eu ainda era praticamente uma criança, como eu iria cuidar de uma criança se nem fraldas eu sabia trocar?! Neguinho veio em minha direção após marcar um gol e pegou o filho dele nos braços levando-o ao alto e sorrindo.

─ Esse é o gol pro meu filhão! ─ ele beijou a bochecha gorda do garotinho que também sorria e Luan se aproximou.

─ Não dá mais teu filho pra Maria Júlia não, é bem capaz dela deixar ele cair ─ Luan comentou e Neguinho gargalhou alto.

─ Tá achando ruim, segura então ─ falei com ironia e Luan mandou um beijo no ar.

Eles voltaram a jogar mas Neguinho se sentou ao meu lado e ficou fazendo mimos no filho dele, já estava escurecendo e já estava ficando com fome de novo.

─ Eita Maju, e essa barriguinha aí ─ Neguinho me tirou dos meus pensamentos apertando suavemente minha barriga por cima da bata.

─ Eu tô com dois meses, né.

─ Tá gorda.

Dei língua pra ele e tomei um susto quando Luan chutou a bola e ela veio em minha direção, mas acabou pegando na lama e sujando meu rosto quase todo de lama.

Luan só faltou cair no chão rindo.

─ Luan, você jogou lama na patricinha, ela vai dá um piti ─ um dos amigos dele comentou e eu bufei de raiva, mas pela primeira vez não me importei muito em ter lama em meu cabelo lavado e lama na minha roupa de marca. Eu apenas me levantei e passei direto pra dentro fumegante. Além de quebrar minha unha hoje, ele ainda faz o favor de me jogar lama.

Tomei um banho bem demorado e lavei o cabelo vestindo um baby doll e pronta pra dormir, eu estava com muito sono, e assim fiz.

Sexta-feira.

Hoje era sexta-feira, e os dias passaram rápidos, hoje Priscila levaria alta e voltaria pra favela. Eu não saí esses dias, ficava só em casa mesmo, até porque o único lugar que tinha pra ir era na casa de Priscila e ela não estava em casa.

Apenas um TraficanteOnde histórias criam vida. Descubra agora