Capítulo 35

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Eu realmente havia pensado que Luca seria contra a minha ida a boate gay com Barbie e Felipe, mas ele me surpreendeu se animando com a ideia. Alguns dias se passaram até o sábado marcado e eu ainda me sentia intimidado por Brendon. Luca me falava que esse sempre foi o jeito dele e que não era para mim dar verdadeira importância para as coisas que ele falava. Entretanto, eu ainda enxergava algo em Brendon que parecia perigoso. Como se ele fosse tirar algo de mim.

Marquei de encontrar Luca na entrada da boate. Claro que seu novo convidado iria com ele. Barbie, Felipe, e eu iríamos juntos como sempre. A tela do meu celular já marcava 21:00 horas e nós três ainda aprontávamos tudo que iríamos precisar para hoje. Resolvi vestir uma camiseta regata branca com um "V" estampado em preto no centro. Coloquei um jeans preto um pouco apertado e um tênis liso da mesma cor. Coloquei também um bracelete de couro grosso que eu ainda não havia usado e ajeitei os cabelos naturalmente. Felipe estava usando uma camisa minha emprestada. Ela era vermelha um pouco colada mas ficava bem nele. Sua calça também era um jeans, mas tinha uma tonalidade acinzentada que de alguma forma deu um bom contraste com seus óculos. Barbie resolveu ser a rainha gótica hoje. Ela usava uma camiseta regata preta com a cintura a mostra. Sua calça era totalmente justa da mesma cor e suas botas afiadas e platinadas. Ela prendeu o cabelo novamente em um rabo de cavalo e eu podia ver um brinco grande e prateado em sua orelha esquerda.

– Tudo pronto? – Ela pergunta para nós dois.

– Acho que sim. – Felipe responde.

Enquanto isso confiro algumas mensagens no celular. Eu estava realmente nervoso com essa saideira de hoje. Eu nunca havia nem pensado em ir em uma boate gay e tinha certeza que me surpreenderia muito por lá. Eu ficava feliz por saber que Luca estaria comigo, mas só de pensar em Brendon enchendo o saco já me dava dor de cabeça.

– Essa filmagem é muito importante para minha coleção. – Barbie fala enquanto anda pensativa pelo quarto. – Eu serei vista como uma mulher defensora das causas a partir de hoje.

Era meio engraçado a ouvir falando desse jeito. Notei Felipe um pouco afastado e percebi que ele estava nervoso. Deve ser mesmo estranho você ser hétero e estar indo para uma boate gay. Agora sim eu tinha certeza que ele gostava de Barbie.

Alguns minutos se passaram e resolvemos sair da república. Barbie pagou um táxi que nos levou até uma rua antes da boate. A questionei do por que não nos deixar em frente ao local, mas ela disse que seria bom que os outros a vissem chegando caminhando para reforçar a imagem de que ela era do povo. Não resolvi discutir mais o assunto porque sabia que não iria adiantar. Descemos na rua e seguimos andando.

A ruiva dava risadas de animação com tudo aquilo e Felipe parecia bem nervoso.

– Será que vão ter muitas lésbicas por lá? Porque claro, se tiver eu terei que estar preparada desde já para dar um fora nelas. Claro que elas vão ficar loucas quando me verem assim tão sexy.

– O pior vai ser se um cara tentar me paquerar. – Felipe comenta.

Dou risada de suas palavras e Barbie faz o mesmo.

– Não se preocupe, você estará me filmando. Não vai ter tempo para namorinho.

Vejo as luzes do nosso destino piscarem. Uma placa grande brilhava dentro da escuridão. Virei o rosto para a direita e analisei vários homens conversando do lado de fora. Do lado deles dois garotos chamaram minha atenção.

Luca estava parado dizendo alguma coisa que eu não poderia entender. Seu cabelo estava mais curto e se alinhava perfeitamente com sua barba bem-feita. Ainda haviam pequenas ondas negras pela sua cabeça, tão bonito como antes. Sua camisa cinzenta era um pouco apertada e sua calça preta e justa.

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