capítulo cinco
lanchonete; encontro desastroso
Nathan sorria na minha frente e eu tentava buscar algo para responder sua pergunta sem parecer um pouco desesperada. Ele havia acabado de falar que sempre me observou com Bianca no campus da faculdade e nunca falou comigo, mas também perguntou por que eu nunca falei com ele.
Vejamos bem, eu sempre corria de Nathan. Via ele no corredor, tentava me esconder, se o encontrava em alguma sala de aula que tínhamos juntos, tentava sem a mais discreta possível, se o encontrava nas ruas do campus, tratava logo de procurar algo para passar despercebida. E o motivo disso tudo? Eu nunca me arrumo para ir para a aula, já que eu sempre estou atrasada, então é sempre a primeira roupa que eu vejo que visto, as vezes vou até mesmo de pijama, e minha aparecia nunca estava muito boa quando o encontrava.
— Ah... — ri sem graça — acho que pelo o mesmo motivo que o seu.
Isso Hayley! Essa foi ótima, continue assim.
Ele riu e abaixou a cabeça, mas logo voltou a me olhar. Nós estávamos em uma das lanchonetes do campus e aquela era a mais vazia, já que era a mais afastada, além de nós, tinha apenas umas quinze pessoas ali. Ele havia escolhido ir para lá, já que ela teria menos pessoas e poderíamos conversar melhor.
Mas eu só pensava em beijar a sua boca.
— Achei que você não ia me ligar nunca.
Nathan tinha um sorriso lindo, na verdade, ele era todo lindo e o seu sotaque do interior só o fazia ficar ainda mais lindo. Ele era no Tennesse e tinha bolsa de futebol na faculdade, por isso estava ali.
— Oh, eu estava um pouco presa há um...
— Nathan! — Uma voz estridente soou em minhas costas. Meu deus, eu conhecia essa voz de algum lugar.
— Brenna, tudo bem? — Ele foi simpático. Ok, ele havia conseguido ficar ainda mais lindo e eu sorri boba.
— O que você está fazendo aqui? Achei que estaria na Principial junto com o resto do time.
Nathan coçou o queixo e sorriu de lado para a garota, que eu ainda não tinha visto o rosto, mas conhecia bem. — Estou em um encontro. — E apontou para mim.
Olhei para a garota e o sorriso que ela tinha no rosto se desmanchou.
— Você está saindo com ela? — Respirei fundo com o que ela havia falado e tentei me controlar.
— Algum problema? — Nathan perguntou curioso. Ok, todo o encontro que estava dando certo acaba de ir embora pelo ralo.
— Claro que tem um problema! — Ela berrou. — Essa vadia estava beijando Sebastian na minha frente semana passada!
Nathan olhou para a Brenna e depois para mim e voltou a olhar para a garota novamente.
— Sebastian? Seu namorado?
Ri atraindo a atenção deles e a garota colocou a mão na cintura me perguntando do que eu estava rindo.
— Desculpa, mas é engraçado. Sebastian não é seu namorado, querida. Ele não namora ninguém.
As poucas pessoas que estavam ali nos olhavam e ouvi alguém dizer.
"Não era ela que estava se pegando com um garoto na biblioteca".
Olhei para trás e encontrei uma garota morena e com os olhos puxados me encarando.
— Não, não era eu. — Tentei me explicar, mentindo.
— Você estava beijando quem na biblioteca? — Ouvi a voz de Nathan e olhei para frente. O sorriso que ele tinha até dois minutos atrás para mim, não existia mais em seu rosto e ele me olhava parecendo entender tudo o que estava acontecendo ali.
"Vi ela saído com Gabriel na festa da semana passada" Outra pessoa falou.
— Não! Ele apenas me deu uma carona. — Tentei me explicar novamente, mas ao sentir todos aqueles olhares para cima de mim, eu só queria fugir.
— Acho que você tem uma grande lista de garotos que você pegou, não é querida? — A garota em minha frente, Brenna, falou colando todo o seu sarcasmo na voz e a ignorei, olhando para Nathan que parecia chocado com o que estava acontecendo ali.
— É sério?
Claro que não! Quis gritar, mas Brenna passou na minha frente.
— Claro que é! Todos aqui estão de prova.
Olhei para Nathan querendo explicar toda a situação, mas então eu vi o desgosto estampado em seu rosto, olhei ao redor e as poucas pessoas olhavam me julgando e sussurrando entre si. Eu não poderia continuar ali.
Peguei minha bolsa que estava em cima da mesa e corri dali direto para meu apartamento.
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O Desastre Amoroso de Hayley Manato
Short Story"Minha mãe sempre dizia que era melhor um passarinho na mão do que dois voando... Bom, eu sempre fui egoísta..."