Baekhyun, apesar de todo jeito antissocial, tem amigos de verdade. Amigos que respeitaram o momento que o loiro pediu depois que seu irmão faleceu. Pois o Byun sempre soube lidar melhor com a dor se isolando.
Kyungsoo é o melhor amigo do empresário desde o ensino fundamental, Jongin e Sehun vieram depois, na faculdade, mas os quatro se tornaram inseparáveis e conheciam muito bem Baekhyun, para saber que não poderiam forçar sua presença; então sempre mandavam mensagens e perguntavam sobre os gêmeos.
Porém, quase um mês com a guarda dos sobrinhos foi o tempo limite para Jongin aguentar o afastamento do outro, precisava saber como seu amigo estava. Por isso foram até a casa de Baekhyun, os três, sem avisar ao loiro, sabiam que o Byun arrumaria uma desculpa para espantá-los.
Naquele final de tarde de um sábado qualquer, quando Chanyeol via desenho animado com os meninos e Baekhyun estava preso no escritório de sua casa, resolvendo problemas do trabalho, a campainha tocou.
O moreno estranhou, pois sempre o avisam da portaria sobre alguém que poderia fazer uma visita, mas como os amigos estão acostumados a frequentar aquele apartamento, Baekhyun tinha liberado sua entrada sempre.
Com Seoeon e Seojun seguindo-o, Chanyeol abriu a porta, poderia ser algum vizinho reclamando da barulheira que fizeram naquela tarde; os gêmeos se recusaram a comer, por isso Baekhyun e Chanyeol tiveram que correr por todo apartamento atrás deles, que sempre fugiam e gritavam felizes com aquela brincadeira de gato e rato.
— Posso ajudar? — Quis saber ao encarar as três figuras desconhecidas.
— Será que Baekhyun se mudou e não avisou? Aquele pequeno bastardo de... — Sehun começou a xingar o amigo, mas recebeu um soco no braço de Kyungsoo.
— As crianças. — Rosnou o baixinho.
— Querem falar com Baekhyun? Ele está no escritório, vou chamar... — Disse Chanyeol, mas foi interrompido pelo mesmo homem pequeno e emburrado que abriu a porta, entrando no apartamento sem convite.
— Chame-o sim, pois eu quero bater nele o mais rápido possível! — Falou irritado. — E você, é?
— E você, é? — Rebateu, Chanyeol.
— Não acredito que ele começou a namorar e nem nos avisou! — Jongin disse chateado e Chanyeol corou.
— Não namoro Baekhyun, eu cuido dos gêmeos.
— É a babá? — Quis saber Sehun em dúvida, porém sem sarcasmo na voz.
— Channie? — Seoeon quis saber assustado com aquela invasão.
— Tudo bem pequeno. — Chanyeol sorriu, se abaixando e pegando cada um dos gêmeos em um braço. — Vamos chamar o tio Baek, acho que ele tem visitas.
— Vamos... — Seojun disse animado, gostava de uma bagunça. — Quero pizza!
— Por que quer pizza? — Quis saber o moreno rindo e sendo observado por aqueles três.
— Quando tem gente estranha em casa, a omma e o appa sempre pedem pizza.
— Vamos convencer o tio Baek a pedir pizza, então.
Chanyeol sabia que não deveria ficar recriando o tipo de convívio familiar que os gêmeos tinham, eles precisam criar novas manias com Baekhyun, mas repetir algumas formas de agir não era ruim, pois trazia para eles a sensação de segurança.
Então, com os meninos nos braços — pois não conhecia e confiava naquelas pessoas que ali estavam — o moreno seguiu até o escritório de Baekhyun.
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— Eu estou um pouco ocupado, o que aconteceu? — Quis saber o Byun, sem tirar os olhos do computador quando os três entraram.
— Você tem visitas.
— Visitas? A portaria anunciou alguém?
— Não.
O loiro bufou irritado e se levantou, se indagando quem estaria ali, mas sua mente já cogitava a possibilidade de ser um dos três; por isso não ficou tão surpreso ao ver Kyungsoo, Sehun e Jongin na sua sala. Eles, além de seu falecido irmão e seus pais, eram as únicas pessoas que poderiam subir sem serem anunciados.
— O que fazem aqui? — Quis saber o loiro, sem querer ser rude, mas sendo mesmo assim.
— Quem você pensa que é para nos ignorar, hein, Byun Baekhyun? — Jongin acusou, se aproximando do menor apenas para envolvê-lo com os braços. — Somos seus amigos, não nos afaste assim.
— Eu já disse, queria passar um tempo sozinho. — Se rendeu o menor, afinal, ninguém resiste aos olhos amorosos de Kim Jongin, então o abraçou de volta.
— Mas esse é o problema baixinho, você não está sozinho. — Sehun se aproximou e recebeu um soco de Baekhyun.
— Me chame de baixinho de novo e eu te meto a po...
— As crianças! — Kyungsoo rosnou novamente e Baekhyun arregalou os olhos, vendo Chanyeol em um canto, os gêmeos estavam no chão, segurando a mão do maior e se escondendo parcialmente atrás dele.
O Park entendeu que aqueles eram amigos do Byun, mas sua mente estava focada em Jongin, que dava selinhos em Sehun, consolando o outro por ser agredido. E, os mesmos homens insinuaram que ele era namorado de Baekhyun. Será que tinham a possibilidade de seu chefe ser gay? Só de pensar nisso, todo o corpo do moreno estremeceu.
Ele não poderia ter ainda mais falsas esperanças com o loiro.
— Venham aqui meninos, tio Baek tem uns amigos para apresentar. — Disse o loiro.
O primeiro a soltar a mão de Chanyeol foi Seojun, seguindo até o loiro. Já Seoeon ainda estava desconfiado, por isso o Park andou até lá segurando a mão do pequeno e parou ao lado de Baekhyun, que lhe sorriu agradecido.
— Esses são Kyungsoo, Jongin e Sehun. — Falou, apontando para os três. — São amigos do tio Baek e vão brincar um pouco com a gente.
Jongin sentiu os olhos brilharem, amava crianças; já Sehun e Kyungsoo se retesaram, com medo de fazerem algo errado.
Baekhyun sorriu maldoso para os amigos que tinham invadido sua casa naquela noite, se eles queriam aparecer sem serem chamados, mostraria para os dois o motivo de estar tão afastado ultimamente, precisava focar todo sua energia nos gêmeos que não paravam quietos.
— E ele, quem é? — Kyungsoo perguntou desconfiado.
O baixinho é um policial.
Um investigador de polícia, na verdade; um detetive. Então, sempre estava desconfiado e era muito observador, logo vendo a óbvia tensão sexual entre Baekhyun e Chanyeol, mesmo que os dois ainda não tivessem se dado conta disso.
— Eu o contratei para me ajudar a tomar conta dos meninos. — Disse com um sorriso. — Se chama Park Chanyeol.
O moreno se curvou para os amigos de Baekhyun e Jongin sorriu feliz.
— Parece ter muito jeito com eles.
— Eu amo crianças, curso pedagogia e bem, convivo com elas.
— Que legal. — Jongin sorriu feliz. — Eu sou modelo e uma vez tive que fazer uma campanha de dia dos pais e outra de natal, nossa, poder ficar com aqueles pequeninos a tarde toda foi muito gostoso. — Confidenciou.
