Violetta Hernandez
A dor era aguda e quase insuportável.
Sentia uma ardência em meu ombro e o sangue jorrava sem parar nem um segundo. Por sorte ou puro azar eu havia sido atingida de raspão.
Meus lábios estavam secos e eu nunca quis tanto um gole de água quanto agora.
Eu havia sido deixada da mesma forma de antes, ainda amarrada e agora sangrando sem parar.
Victor havia arrastado Barbara para fora, literalmente. Pude ouvir gritos altos e que me pareciam desesperados. Tinha a plena certeza de pertencerem a ela e nesse momento não conseguia sentir pena.
Talvez eu fosse a pior pessoa do mundo, mas não conseguia sentir pena de alguém que tentou me matar pela segunda vez.
Tentava desesperadamente sentir algum sinal de que a minha bambina esteja bem, mas nada. Absolutamente nada.
Chorava de dor.
Na alma e no corpo.
Eu não conseguiria suportar se houvesse perdido meu bebê, outra vez seria demasiado.
Rezava baixinho, pedindo e clamando para que tudo se resolvesse.
Eu só queria poder voltar pra casa. Sentir os braços do meu italiano ao meu redor, dizendo que protegeria a mim e a nossa filha. E é claro voltar a brincar com Henrique e permitir que ele me chamasse de mãe.
Foi inevitável não sorrir.
Para mim Henrique era muito mais do que um sobrinho, para mim ele era um filho. Amava demais aquele menino e não deixaria Barbara fazer mal nenhum a ele.
Ela não chegaria mais perto dele.
O barulho que a porta fez ao ser arrastada me impediu de fechar os meus olhos. Olhei em direção a mesma e minha expressão não poderia estar diferente de confusa.
Por ela passava Lewis.
O cara que ferrou com o meu psicológico e quase matou a todos em minha festa de casamento. Ainda lembrava do momento em que o reencontrei e me arrependi do beijo que havíamos trocado.
Amargamente.
Ele era um passado que eu não gostaria de ficar reencontrando em todos os momentos.
Lewis me olhou no mesmo instante, seus olhos me analisaram por um momento e logo seu corpo veio até mim.
— Vou te desamarrar.- Ele avisou e eu fiz um esforço para assentir.
Com cuidado ele desafivelou as fivelas que prendiam meu braço e abriu as algemas presas em uma corrente.
Minhas mãos caíram em meu colo em um único baque e uma dor forte atingiu meu ombro.
Soltei um grunhido de dor e assim Lewis percebeu o ferimento em meu ombro. Ele apertou o local como se procurasse algo, talvez uma possível bala.
Eu apenas gritei mais.
— Calma.- Ele pediu. - Vou precisar estancar esse sangue, só aguenta firme.- Era isso, aguentar firme.
E
le tirou a camiseta que usava, ficando de tronco nú. Lewis rasgou-a em um único movimento e com algum cuidado passo o pano da camiseta por todo o meu ombro, apertando-a em um nó de marinheiro.
Mordi meus lábios em uma tentativa falha de suportar toda a dor que sentia.
— Venha comigo.- Ele mandou, já pronto para me pegar estilo noiva.
Mas eu o impedi com a mão.
— Não sei se posso confiar em você...- O olhei totalmente desconfiada.
— Você vai vir comigo, Violetta.- Lewis adotara uma postura dominante.
E dessa vez não consegui rebater, já que o mesmo me pegou a força estilo noiva.
Estávamos perto de mais e isso não era bom sinal.
Resolvi não dizer mais nada, apenas me calei e foquei nos lugares que passavamos em minha frente. O lugar era todo escuro, parecia um subsolo, podia se ver ratos e animais peçonhetos a andar por todos os lados. Pude ouvir também um barulho constante de água e pra minha supresa estávamos abaixo de uma casa que de nada havia de suspeito.
Como imaginava, muitos homens passavam por nós e cumprimentavam Lewis. Aquele tipo de comportamento era a prova de que ele estava junto com Victor e Barbara. Ainda não sabia o porque, mas eu tentaria descobrir.
Mesmo não estando em uma boa posição.
Agora já estávamos dentro da casa. Lewis abrira uma porta, o qual dava para um quarto com estilo masculino. Mas ele não me deixou ali. Ele abriu uma passagem dentro do closet, o qual tinha alguns lances de escadas que davam para uma espécie de base. Essa que era muito melhor do que o quartinho em que estava. Dentro tinha uma cama, pequena e de solteiro, na qual eu fui colocada com cuidado.
— Espere aqui, não se mexa.- Lewis pediu.
Como se eu consequisse me mexer.
Correr ou fugir muito menos, meu ombro tá doendo pra valer, não iria muito longe.
Não sou tola para tentar fugir ferida, seria burrice.
Ele não demorou muito, voltou com uma nova camiseta e alguns materiais de saturação. Uma agulha e uma linha, suspeitava que ele iria suturar o corte e isso iria doer ainda mais.
— Por que você está cuidando de mim?- Quando vi já tinha perguntado.
Ele começara a saturar o meu corte, mas Lewis parou ao ouvir a minha pergunta e olhou diretamente ao meus olhos.
— Porque eu te amo e não vou deixar que te machuquem.- Foi o que ele respondeu.
E me pareceu real.
Eu havia seguido em frente, conhecido Lorenzo e agora eu o amo loucamente. Mas e Lewis? Eu nunca soube o real motivo por ele ter me deixado pra trás e muito menos o que aconteceu depois até aqui.
— Se não quer que me machuquem, por que você está com eles?
— Não tem nada a ver com você.- Ele afirmou aquilo. — Se você está aqui é por culpa de Lorenzo, é por aquele desgraçado que te trancaram.- Lewis estava com raiva, era nítido em seus olhos.
— O que ele te fez pra você ter topado tudo isso?- Eu precisava saber.
— Ele me afastou de você.- Lewis foi duro em sua resposta.
Eu não podia acreditar,eu não queria.
Mas era a realidade batendo em minha porta. Todo esse maldito contrato não foi de agora e me causou danos que eu jamais irei esquecer.
..................................♥...............................
VOTEM, COMENTEM E ADICIONEM A HISTÓRIA EM SUAS LISTAS DE LEITURAS.
OBRIGADO.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Honra Siciliana - Leis da Máfia ( Livro ī )
Romance1 ª lei: A honra acima de tudo. Violetta Hernandez é uma excelente promotora, preza pela lei e justiça e adora colocar criminosos atrás das grades. Lorenzo Bertholdi é um mafioso, um homem moldado as leis da máfia e que faz valer sua fama d...