Maya observava Nathan dormindo profundamente enquanto imaginava quanto tempo ainda levaria para que fossem à Maherac. Gostava de Koholt, era agradável, e estava adorando toda a atenção que recebia desde o momento em que chegou. Mas Koholt não era o seu objetivo, pelo menos não o principal. Ydheran, apesar de ser um reino próspero, não era o reino do qual ela queria ser princesa. Ambarys era muito maior, respeitado e poderoso. Tinha total consciência do quanto era bonita, e pensava que se aquela era a única característica pela qual era lembrada, usaria para chegar onde quisesse. Nathan era lindo, com aqueles músculos e jeito galanteador, mas um holt dificilmente chegaria ao poder, numa terra onde os reis eram do mesmo povo há centenas de anos.
Seu pai não era exatamente um Rei impressionante, mal tinham um exército, e se não fosse por sua amizade com reinos ao Norte de Thanator, provavelmente não teriam navios. Ouviu falar do quanto Maherac era grandiosa e sofisticada, de eventos que aconteciam lá, da corte e tudo lhe parecia muito melhor do que a vida que tinha em Ydheran, tão insignificante. Quando ouviu falar do príncipe assassino, sua curiosidade ficou ainda maior. Um homem que diziam ser um dos mais belos entre os reinos, um guerreiro extraordinário e ainda jovem, sem compromisso. E quis o destino que ele fosse à Ydheran para resgatá-la. O destino, ela riu de seu pensamento, pensando que nem mesmo com eles deixava de ser cínica. Mas, não se importava, não deixaria essa oportunidade escapar. Kane seria seu. Depois parou para pensar se Noah não era a melhor opção. Afinal, ele seria Rei. Mas ouvira falar que o príncipe era um tanto arrogante, sem meias palavras, bem difícil de lidar.
— O que se passa dentro dessa sua linda cabecinha, princesa? — Ela viu Nathan observando-a enquanto ela esteve divagando.
— Ora, querido, estou pensando em nossa viagem para Maherac — ela respondeu, sorrindo docemente para o líder holt. — Você prometeu que iríamos.
Nathan achou que aquele beicinho não combinava com uma mulher experiente e exuberante como ela, mas sorriu de volta. Maya estava lhe tomando todo o tempo, e ele mal tinha visto seus conselheiros desde que ela havia chegado. Mas não se importava. Seriam mais alguns dias e então iriam à capital. Ele sabia que ela estava indo atrás de um príncipe, não era ingênuo. Mas, tinha certeza de que sua investida em Kane seria em vão. O homem não se deixava levar por moças que eram verdadeiras jóias ambarianas, não se deixaria enganar por uma princesa oportunista. Como se Elran fosse permitir que o filho tivesse algum compromisso com ela. Mas a deixaria tentar. Assim que ela percebesse que não teria a mínima chance, aceitaria seu pedido, afinal, poderia ser a esposa de um dos líderes do reino, já que ela queria tanto um vínculo maior com Ambarys.
— Nathan, como é o príncipe Noah? — ela perguntou, tentando não mostrar interesse demais, como se ele não percebesse suas intenções.
— É um bom homem. Mas de gênio terrível. Noah não sabe usar meias palavras. Eu tenho por ele uma grande amizade, não me importo com seu jeito, mas muitas pessoas não gostam — respondeu, despreocupado.
— Suponho que ele não esteja comprometido, então — Ela riu da descrição do príncipe —, a menos que as ambarianas sejam o tipo que ouvem e obedecem a seu senhor sem pestanejar.
— Não que eu saiba. Mas fiquei sabendo por alto, que o Rei pretende que ele se aproxime de Lady Lyra, filha do Lorde de Ihgraime. — Ele a viu pensar por um instante.
— E essa tal... Como é mesmo o nome? De Ihgraime. — Nathan riu da maneira como ela quis desfazer-se de Lyra. — Como ela é?
— Uma menina, ainda. — Ele sorriu, lembrando da maga. — Acho que por volta de vinte anos. Não sei se Noah teria paciência para cortejá-la, ele é quase dez anos mais velho do que ela. Mas, voltando a Lyra, além de ser Arquimaga e ser filha de um dos homens mais influentes de Thanaator, é uma das mulheres mais lindas que eu já vi.
— É mesmo? — Ela fez-se de enciumada, na verdade queria mais detalhes a respeito da maga. — Ouvi dizer que ela é uma meia fada, imagino que sendo o povo graime muito bonito, Lyra deva ser mesmo impressionante,
— Ela tem impressionado muito mais pelos feitos, posso lhe garantir.
Ela não gostou da resposta. O que menos precisava naquele momento era de uma outra mulher chamando a atenção na corte. Mas se fosse o caso, daria um jeito nela também. Nathan não viu outra alternativa a não ser providenciar tudo para que fossem à Maherac. Maya começava a ficar impaciente e não pretendia perdê-la como aliada.
Foi em direção ao gabinete do chefe de guerra onde ele recebia alguns mensageiros naquele momento. Chefe Owen parecia preocupado e olhou para Nathan de maneira severa assim que o viu.
Fez um sinal para que entrasse e foi até a porta para fechá-la.
— Resolveu aparecer — ele disse no tom ranzinza habitual. — Parece que essa sua hóspede está lhe tomando todo o tempo.
— Não pode me culpar, chefe — falou, divertido.
— Não, não posso. — O chefe de guerra quase sorriu, sentando-se na cadeira atrás da mesa de madeira repleta de papelada com os quais deveria estar se atualizando. — Só espero que ela não esteja lhe fritando esse pouco cérebro noite após noite.
— Não gosta dela — Nathan concluiu, como se aquilo já não fosse novidade.
— Não. Mas a escolha não é minha, é sua. Ela pode ser uma aliada. Mas, por quanto tempo? — O chefe cruzou as mãos, colocando-as sobre a mesa.
— O que os mensageiros queriam? — desconversou.
— Uma equipe de magos está vindo para resolver essa questão da antiga mina, e claro, alguns caçadores. Noah não foi nada complacente e acredito que outros heracs estarão se instalando em Koholt, pelo menos até que a Arquimaga resolva essa situação.
Nathan concordava que a Arquimaga teria que ver o que estava acontecendo. Mas Elran com certeza enviaria Noah a fom de acompanhá-la e garantir que ela seguisse as determinações do reino. Precisava ser rápido e aproveitar sua ida à Maherac para uma conversa com Lyra.
Tinha a intenção de impedir o Rei de tentar qualquer tipo de aliança com Ihgraime. Se ao menos Sirius ouvisse o quanto era importante para Koholt uma aliança com Ihgraime, e considerasse casar com Lyra... Chefe Owen continuava a falar sobre como teriam que se reportar à Maherac até por receber a princesa no porto, que a algum tempo o Rei já havia fechado. E que ele, Nathan, deveria colocar a cabeça no lugar e pensar com clareza sobre o que era realmente importante para Koholt. Ele entendia a antipatia do líder pelo rei, apesar de não encorajar. Sabia que ele pensava estar fazendo tudo pelo bem de Koholt, mas para tudo havia um limite. Chefe Owen achou melhor se calar, afina, ficar discutindo com um homem que estava na liderança ainda mais sob o domínio de uma linda mulher, era como falar para as paredes do Castelo Cinza.
O jovem líder holt disse que continuariam aquela conversa mais tarde, pois tinha que providenciar sua ida à Maherac. O velho chefe de guerra o observou a princesa ydheranesa vindo ao seu encontro, num daqueles vestidos provocativos que estavam causando falatório no castelo. Ela o beijou demoradamente antes de seguir com ele. Definitivamente, ele parecia estar enfeitiçado.
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Loyalty - Reclamada Pela Realeza - Duologia Ambarys
FantasyLyra Amaphyre sempre soube que seu destino estaria ligado a um homem poderoso, mas jamais esperaria que fosse reclamada ao seu pai por dois jovens príncipes, extremamente atraentes, intensos e irresistíveis enquanto cumpre seu dever para com o reino...