Interview

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Os cinco jovens sabiam que seriam interrogados, mas não imaginavam que seria tão rápido

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Os cinco jovens sabiam que seriam interrogados, mas não imaginavam que seria tão rápido. Quando se espalhou a notícia de que a polícia havia começado as "entrevistas" com os calouros presentes na festa do Roger, todos entraram em pânico.

Diana foi a primeira a saber da notícia e, por isso, rodou toda a universidade atrás de cada um dos integrantes do seu novo grupo. Então, quando todos finalmente se juntaram, ela os levou para a biblioteca, onde sabia que estariam a salvo para conversar entre as estantes de livros.

— Eu tenho um teste em vinte minutos, então sejam rápidos! — Astride os apressou a falar.

— Bom, precisamos saber o que deveremos falar para a polícia na entrevista — Diana pronunciou a última palavra com deboche.

— A verdade, oras! — Astride disse e logo tratou de se corrigir — claro que deixando de fora o pequeno acidente — ela acrescentou em um sussurro.

— Fomos a festa, bebemos um pouco, dançamos e voltamos para casa? — Apolo quis confirmar o roteiro.

— Você consegue fazer isso, Isaque? — Isadora perguntou ao garoto que suava pelo nervosismo.

— Ou isso ou a cadeia, certo? — ele tentou brincar, mas falhou miseravelmente quando sua voz soou mais trêmula do que suas mãos.

Ninguém podia o culpar. Isaque deveria estar preocupado com cálculos e com sua virgindade intacta, e não com a omissão de um crime.

— Não esqueçam de dar detalhes, por exemplo a roupa que estavam usando e quantas músicas dançaram. Se forem muito vagos, estarão dando espaço para mais perguntas. — Astride os aconselhou, como se fosse a pessoa mais experiente do mundo — E, Apolo, nada de citar o nome da Regina. Se souberem que a namorada do Roger estava com outro cara, eles irão atrás da companhia do Roger daquela noite — então ela apontou para Isadora e o garoto assentiu — Isadora, a mesma coisa serve para você. Dêem desculpas sobre como estavam ocupados comendo e bebendo ou tentando impressionar alguém e fazer novas amizades, que não perceberam nada de estranho. — então Astride encerrou a sua pequena aula de como enganar a polícia, dando espaço para Diana falar.

— Eu fiz uma lista com o máximo de pessoas que estavam na festa que consegui. Eu e a Isadora seremos as primeiras, pois a chamada está sendo feita por ordem alfabética, segundo as minhas fontes. Depois o Isaque, o Apolo e, por último, a Astride. — ela disse muito bem informada com seu IPad na mão.

— Nós vamos nos encontrar depois, certo? Digo, depois de todas as entrevistas — Isaque perguntou aflito — precisamos saber se tudo ocorreu bem — ele explicou.

— Se querem saber a minha opinião, deveríamos nos encontrar em um local público. Se eu visse um grupo de adolescentes cochichando entre prateleiras no meio de uma biblioteca, eu pensaria em duas coisas: ou são nerds ou essas pessoas estão aprontando alguma coisa — Isadora esclareceu seu ponto de vista, mascando um chiclete.

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— A loirinha tem razão. É melhor nos misturarmos ou começaremos a levantar suspeitas. — Apolo apoiou o argumento de Isadora que sorriu, se sentindo a dona da razão.

— Quando terminarem as suas entrevistas, me encontrem na praça de alimentação — Diana marcou o local.

— Tudo bem, agora eu preciso ir ou perderei a minha primeira nota! — Astride disse, sendo a primeira a deixar o círculo.

— Só eu fico impressionada e assustada com a forma como ela consegue conciliar estudos e um assassinato? — Isadora perguntou aos outros que concordaram com um balançar de cabeças.

Então, um a um, eles foram saindo do estreito corredor em que estavam para retomarem às suas atividades.

(...)

Finalmente quando foram convocados à pequena base montada pela polícia no campus, eles se dirigiram em diferentes momentos até suas entrevistas.

O que nenhum deles esperava era sentar de frente para uma detetive especializada em homicídios, e não de frente para o oficial Morgan que assistia à tudo em um canto da sala junto com outro policial que tomava notas.

A detetive Becker, como estava gravado em seu terno azul marinho, tinha olhos predatórios e, através das perguntas protocoladas, ela tentava enxergar um deslize na fala de algum dos adolescentes para que a entregasse um suspeito.

— Diga seu nome, sobrenome e idade — ela mandou autoritária assim que reiniciou o gravador sobre a mesa.

— Diana Baker, dezoito anos.

— Isadora Campbell, dezoito anos.

— Isaque Cooper, dezessete anos.

— Apolo Williams, dezoito anos.

— Astride Wilson, dezoito anos.

— Você, então, é calouro(a) e estava na festa do veterano Roger James? — a detetive perguntou, mesmo sabendo a resposta. Afinal, ela não entrevistaria nenhum dos jovens, se não soubesse disso.

— Sim — foi o que todos responderam.

— Pode me contar o que você lembra daquela noite? — então finalmente a entrevista havia de fato começado para todos eles.

— Bom, eu estava animada porque era a minha primeira festa na universidade nova e eu tenho um blog, então eu precisava estar perfeita e conhecer muita gente para ter o que falar. A comida não era nada de diferente do que o esperado, era salgados e essas porcarias que parecem isopor, sabe? — Diana desatou a falar, como havia sido instruída.

— Ah, então você tem um blog? — a detetive se interessou no assunto e fez um sinal para o policial, para que ele fizesse uma anotação a parte sobre isso.

— É claro que eu tenho! Não é atoa que eu vim cursar jornalismo — ela revirou os olhos e abanou o ar com uma das mãos — aonde eu estava mesmo? Ah, claro, na comida! Então, como eu estava dizendo...— então Diana voltou a falar incansavelmente sobre todos os tipos de salgado que tinha na festa.

— Eu fui com um vestido preto simplesmente maravilhoso! Eu lembro que o comprei no dia, ou talvez tenha sido no dia anterior da festa, mas o que eu lembro perfeitamente era o fato de que ele estava em promoção! — agora era Isadora que contava a sua versão da festa — Eu devo ter sido uma das primeiras pessoas a chegar, porque tive tempo de ficar bêbada o suficiente para não lembrar com quantos caras eu dancei. Então, eu posso acabar sendo inútil para a senhora. — tentou tirar o seu da reta enquanto avaliava o seu esmalte.

— Eu só fui porque meus pais meio que me obrigaram a ir, eles dizem que eu preciso ser mais social e começar a curtir a minha vida — Isaque contou, ajeitando o óculos em seu rosto — então eu só fiquei num canto sentado e esperei as horas passarem.

— Se ficou tanto tempo sentado, você certamente deve ter visto alguma coisa — a detetive disse para ele, observando sua perna direita que não parava de se mexer.

— Sim, vi coisas traumatizante — sua sinceridade chegou nos ouvidos da detetive como um sinal.

— Pode me contar sobre essas coisas? — ela o encarou de braços cruzados e seus olhos brilharam, ela finalmente parecia estar perto de uma pista de verdade.

— Não sei se a senhora vai querer saber sobre adolescentes transando no chão de uma cozinha — Isaque disse e a mulher em sua frente soltou um suspiro de frustração.

— Foi uma festa divertida. Tinha muitas garotas bonitas e que me davam mole a todo instante, então não tenho do que reclamar. Infelizmente, por causa do álcool, não consigo lembrar o nome de todas. Talvez a terceira se chamasse Gisele? — Apolo contava com um certo divertimento ao ver as expressões desinteressadas e cansadas da detetive.

— Eu vim com o intuito de conhecer pessoas novas, sabe? Pensei que talvez fosse conhecer gente do meu curso. E eu realmente conversei com algumas pessoas, até mesmo com uma menina que me contou sobre um blog de fofocas. Como é mesmo o nome dela? Daiana? Brianna? — Astride fez um pequeno teatro, fingindo buscar o nome da garota em sua memória.

— Seria Diana Baker? — a detetive supôs.

— Isso! — a garota negra sorriu — a gente até se esbarrou por aí um dia desses, mas ela não é do meu curso. Além do mais, eu não fiquei tanto tempo na festa, porque minha mãe está doente e ela precisa que alguém cuide dela. Também precisava descansar para o primeiro dia de aula, afinal sou bolsista e não queria causar uma má primeira impressão. — discursou naturalmente, como se batesse papo com uma amiga de séculos.

— Tudo bem, obrigada pelo seu depoimento. O oficial Morgan irá lhe acompanhar até a saída. — foi o que a detetive disse para todos eles quando as entrevistas finalmente chegaram ao fim.

 — foi o que a detetive disse para todos eles quando as entrevistas finalmente chegaram ao fim

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