E então, o fim

107 7 0
                                    


Sohan

Kamala me ligou nervosa, dizendo que não tinha conseguido os documentos para a inauguração do hospital.

— Vou me encontrar com o secretário de saúde. Não sei o que pode estar errado, mas desconfio que Mahish Sayam possa estar por trás disso.

— Por que você acha isso?

— O nome do secretário é Kabir Sayam. Acho que pode ser algum parente de Mahish. Aquele homem é estranho. Ele ficou com raiva de nós, já tentou nos prejudicar uma vez. Talvez ainda queira se vingar de mim por ter impedido seu negócio.

— Calma Kamala. Não tire conclusões ainda. Vá à reunião e veja o que acontece.

Eu já tinha ouvido rumores sobre a presença de Mahish na Índia. Eu soube que ele esteve conversando com políticos no país. Descobri também que Mahish tinha parentes influentes. E eu sabia que Kabir Sayam era seu primo. Mas eu esperava que Mahish viesse atrás de mim e da empresa. Eu não podia imaginar que ele fosse atacar os projetos de Kamala.

Eu entrei em contato com algumas pessoas que trabalharam para minha mãe e para Kadam antes dela e pedi para que eles descobrissem tudo sobre Kabir e os demais Sayam, e também descobrissem se havia sido feita qualquer auditoria nos projetos de Kamala. Não demorou para que eu obtivesse respostas.

Mais tarde, liguei para Kamala, mas ela não me atendeu. Eu soube que ela havia almoçado com Mahish Sayam. Não consegui falar com Kamala durante todo o dia. Deixei o trabalho mais cedo e fui até a casa dela. Toquei o interfone.

— Oi?

Iadala, sou eu, Sohan.

Ela ficou em silêncio por alguns instantes, então ouvi um soluço.

— Eu quero ficar sozinha!

Pensei por um instante se eu deveria deixá-la naquele momento. Ela não colocou o fone no gancho, então resolvi insistir um pouco.

— Por favor, me deixe entrar. Eu não posso te deixar sozinha. Se você não quiser conversar, nós não precisamos. Se você quiser que eu me afaste, eu não tocarei em você. Apenas me deixe ficar ao seu lado, para quando você precisar de mim. Quando você me quiser.

Kamala permaneceu em silêncio por alguns instantes, então colocou o fone no gancho. Eu esperei por um minuto, até que ela abriu a porta para mim.

Entrei no apartamento e encontrei Kamala deitada em sua cama, sob um cobertor fino. Seus olhos estavam fechados, mas seu rosto estava inchado. Fui até a cozinha e preparei um chá, então levei para ela.

— Beba isso, Pryiatama. Vai te acalmar.

Ela sentou-se na cama e pegou a xícara. Então levou até a boca e bebeu o líquido quente. Eu me sentei na cama, de frente para ela, observando-a. Ela não olhou para mim. Quando terminou de beber, ela me entregou a xícara. Nós permanecemos em silêncio por alguns minutos, então ela soluçou.

— Ele me ameaçou!

Fiquei preocupado e com raiva. O que aquele homem poderia fazer contra Kamala? Tentei parecer calmo.

— O que ele lhe disse?

— Ele disse que se eu ficar com ele, poderei ter tudo o que eu quiser. Mas se eu não o quiser, não conseguirei os documentos para abrir o hospital. Ele disse que vão encontrar problemas nos documentos das escolas também.

— Não se preocupe iadala. Mahish tem parentes e amigos influentes, mas nós também temos. Amanhã vamos à Nova Deli. O primeiro ministro é amigo de minha família. Ele vai nos receber.

Os filhos do tigreOnde histórias criam vida. Descubra agora