Notas de Esperança (Completa)

Capítulo 14

Este capítulo dedico a uma pessoa muito especial e que revisa cada capítulo antes de eu postar e não cobra mensalidade rsrsrs... meu digníssimo esposo 

Havia confiado em Leonardo. Tudo bem, ele fez pressão para que eu estivesse ali, mas não imaginava ser apunhalada pelas costas.

Ele me segurava, olhando firme em meus olhos, o que me deixou mais assustada. Ele parecia me ver perfeitamente.

− Por quê?

Encarei-o profundamente magoada.

− Me perdoe Melody, mas eu preciso saber...

Lutei para permanecer acordada, mas o líquido era simplesmente um sedativo.

Mergulhei em um sono forçado e pesado.

Não sei como explicar, mas imagens antigas surgiam em minha mente, como o sonho que tive na banheira.

Desta vez, sabia que não se tratava de um sonho, mas sim de coisas que eu vivi no passado.

Minha vida estava voltando e muita gente teria que ter uma longa conversa, a começar por minha querida mãe.

Leonardo

Desta vez, não deixaria que Melody Stuart sumisse da minha vida novamente.

Seis anos... seis longos anos se passaram para reencontrá-la. E saber que ela estava em Curitiba esse tempo todo, bem debaixo do meu nariz, me causava náuseas.

Devido a minha condição de cego, não conseguia ir muito longe. Nem as pesquisas na internet me ajudavam. Contratar um detetive particular era minha melhor opção, mas o infeliz só roubou nosso dinheiro e apesentou falsas esperanças de encontrá-la.

Por alguns anos desisti dela - namorei a Patrícia por um tempo - até que minha incansável mãe a encontrou. Por ironia, ela estava dando palestra na faculdade em que se formou.

− Temos que ser rápidos, senhor Mello, o sedativo que apliquei não fará mais efeito dentro de uma hora. – ele me olhava com preocupação. – Sabe que posso ser processado, não sabe?

− Não se preocupe, Saulo... a senhorita Stuart irá me agradecer por isso e não fará nada contra você. – não podia negar que com esta atitude poderia perdê-la para sempre, mas precisava ter certeza. – Só não sei como vou contar-lhe. – suspirei.

Minha vida estacionou no tempo, assim que Melody desapareceu quando teve alta do hospital.

Mesmo sem poder enxergar, as enfermeiras me levavam até a UTI para que eu pudesse ao menos tocá-la.

As enfermeiras me incentivavam a conversar com ela, diziam que isso a ajudaria na recuperação.

Minha mãe, nunca soube das minhas visitas noturnas a UTI. Depois do acidente, ela queria que não tivéssemos nenhum contato com Melody e sua família.

Foi um golpe duro do destino.

Eu a amava, íamos nos casar. Até aquela maldita noite acontecer em nossas vidas.

Desta vez não a deixaria escapar.

Quando minha visão voltou completamente alguns dias atrás, não pude deixar que a vingança cegasse meu coração.