Não queria o encarar, mas achei que era o mais prudente a fazer, considerando o fato de ele estar falando comigo. Virei meu rosto para trás, onde o olhar de Sehun se fixara. Contrário ao meu rubor, ele sorria descontraído, e logo nos guiou até a parte de fora do restaurante.Por volta das 16 horas fomos embora, afinal, todo mundo queria descansar antes da festa. Mas, confesso: meu coração apertou um pouquinho quando vi Jongin se distanciar. Eu queria ter ficado mais tempo perto dele.
Ao chegarmos no meu quarto, Kyungsoo se jogou no colchão colocado ao pé da minha escrivaninha enquanto Jongdae e eu morremos na cama. Mas só por umas três horas, o tempo julgado suficiente por Chanyeol, que nos acordou com uma série incessante de ligações. — Que foi, porra? — escutei sua risada alta do outro lado da linha.
— Tá na hora de se arrumar, bonitão.
— Tô sabendo. Vamos nos arrumar e falo no grupo quando estivermos prontos.
— Beleza.
Minha casa era a mais próxima de Mingyu, então decidimos que os outros três passariam lá e iríamos andando.
×
Já estava acostumado com Chan ser o primeiro a ficar pronto e encher o grupo de mensagens apressando todo mundo, da mesma forma que tinha esquecido o quanto Kyung sempre enrolava para começar a se arrumar e acabava sendo o último.
Enquanto ele terminava, recebi uma mensagem no grupo "estamos aqui" e a campainha tocou no mesmo instante. Ah, eles não tinham a menor paciência pra esperar.
Ao abrir a porta, o mais alto quase me atropelou e seguiu para a cozinha, de onde vinham as vozes de Jun e Xing. Sehun me deu um abraço e logo foi pelo mesmo caminho, deixando ali apenas eu e Jongin. Mais rápido que pude perceber, seu rosto já estava colado no meu, e nossos lábios se tocavam. Eu sorri automaticamente e levei minha mão à sua nuca, trazendo seu corpo inteiro mais para perto, enquanto ele envolvia minha cintura. Em um instante, sua boca soltou da minha e foi em direção ao meu ombro, transformando nosso beijo em um abraço carinhoso.
— Desculpa, mas é difícil te ver e não te beijar. — eu sorri e selei nossos lábios novamente como resposta.
— Ai, parem com isso! Tô enjoado já. — a voz de Sehun ecoou junto à sua risada e nós dois nos soltamos de imediato.
— Você é ridículo! — Jongin passou por Sehun dando um soquinho em seu peito.
Naquele momento eu pude perceber que não me importava tanto assim se alguém nos visse juntos. Mas seria estranho deixar todo mundo ver um relacionamento sem nome. Não seria?! Não seria estranho deixar a mostra que talvez eu estivesse me apaixonando de novo?
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A casa de Mingyu era surrealmente grande. E muito, muito bonita. Pelo menos de fora. Pode ter sido rápido demais, mas observando todo aquele espaço e escutando a música que alcançava o outro lado da rua, eu me perguntei porque eu tinha aceitado vir. Kim Mingyu era da minha sala, mas nunca trocamos mais de duas palavras. "Bom dia" foi o máximo de conversa que já tivemos, e agora eu estava levando duas pessoas para dentro de sua casa.
Podia ser enorme e muito rica, mas não tinha segurança nenhuma. Não naquele momento. Entramos ser nem tocar a campainha — certamente ninguém ouviria — e atravessamos uma sala ampla e toda preenchida por móveis e quadros provavelmente caros demais. Chegamos a uma parede toda de vidro, envolvendo uma porta do mesmo material, e assim pude ver uma área externa lotada de rostos desconhecidos.
Chanyeol, Jongin e Sehun começaram a cumprimentar aquelas pessoas as quais eu nunca tinha visto, e Kyung os seguiu bancando o diplomata, enquanto eu e Jongdae apenas tentávamos nos esconder atrás deles para evitar apresentações.
— Suncheon tem mais gente bonita que eu imaginava.
— Tem muita gente bonita mesmo. Mas que que adianta se eu fico pensando no Minseok? — virei meu rosto para encará-lo e percebi que ele falava realmente sério.
— Ah, Dae. — passei meu braço pelo seu ombro — Tenta esquecer isso só hoje. Beber e conhecer outras pessoas vai te ajudar. E você não conhece ninguém aqui. — falei em tom malicioso e ri.
— Você tem razão. Mas pra conseguir isso, tenho que ficar bem bêbado mesmo. Vou lá pegar alguma coisa. Você quer?
— Não, valeu.
Enquanto via Dae se distanciar, Jongin virou-se para mim e aproximou sua boca do meu ouvido, sussurrando — Tem certeza que não quer nada? Eu posso pegar lá pra gente.
— Ah... Melhor não. Minha última experiência com álcool não foi exatamente muito boa.
— É, eu lembro. Mas relaxa, todo mundo da pt na vida. Vamos aproveitar a festa.
— É, né? Que se foda então. — falei rindo e vi seus lábios formarem um sorriso aberto, mas logo se desfizeram para beijar minha bochecha.
— Já volto, então.
Corria meus olhos pelo lugar esperando que algum dos dois voltasse e me perguntando onde Kyung estava, quando, em meio a um grupo de meninas, reparei Jinkyong.
— Baek, você precisa experimentar isso aqui! — Jongdae chegou oferecendo um copo cheio de uma bebida verde.
— Só um minuto, Dae, preciso falar com uma pessoa. Já volto, juro. — fiz sinal com a mão para que ele esperasse e fui em direção à Jin.
— Jin! — seus olhos encontraram os meus e ela sorriu sem graça, se pondo mais perto de mim. — Você disse que não vinha!
— Ah, é... Eu não vinha mesmo, mas as meninas não quiseram me deixar ficar em casa.
Eu sorri de volta, mas não sabia muito bem o que falar. Assim, ficamos em silêncio por alguns segundos.
— Baek, trouxe cerveja pra gente! — Jongin apareceu me entregando a bebida, e logo depois notou a menina. — JIN! — ele a abraçou rapidamente e voltou para o meu lado, pousando sua mão em minha cintura — Que bom que você veio.
Ela concordou com a cabeça, ainda mais tímida. — Sim. Eu precisava mesmo sair de casa. — após fitar, por um longo tempo, a mão de Jongin sobre mim, ela continuou — Eu... Vou voltar pras meninas... — e virou-se para suas amigas.
— Jin!
— Oi. — seu rosto voltou a me encarar.
— Tô com saudade de você. — um sorriso enorme apareceu e seus braços envolveram meu pescoço.
— AI MEU DEUS! Eu também tô com saudade de você. Nossa, nem acredito! Eu não sabia como me aproximar, tava morrendo de vergonha, tinha certeza que você já me odiava. Ai, Baek, não quero te soltar nunca mais. — eu ri enquanto retribuía o abraço. Mais que qualquer coisa, eu sentia falta desses monólogos todos os dias.
— Só promete que não vai mais se afastar de mim.
— Eu prometo, eu prometo!
×
Até tentamos voltar para falar com Jongdae, mas ele não estava mais lá. Então ficamos só eu e Jongin. E aquilo era o suficiente para mim. Eu provavelmente usei nossos minutos de silêncio admirando como ele consegue chamar atenção sem qualquer esforço. Sua roupa toda preta se encaixava em cada centímetro fazendo tudo parecer mais atraente. Uma calça justa presa por um cinto e sustentando uma blusa larga. Isso era o bastante para Jongin. É impressionante como tudo lhe cai bem.