Estranho amor - Joel Pimentel

Capítulo 15

Pov's Renata

Estava no Instagram quando recebo uma notificação anônima. Era uma foto que, de algum modo, me deixou bastante confusa. Era do Joel junto a Andreza no mercado. Pareciam de mãos dadas e se beijando. Largo o celular no sofá preto que havia na sala e vou ao banheiro. Yoandri me acompanha com os olhos e bate na porta do banheiro querendo conversar.

-Yoyo... Preciso ficar sozinha, por favor! - falo em meio a tantas lágrimas.

Estava muito mal. Meu rosto estava manchado de preto por conta da máscara de cílios. Queria falar com Luiz, meu melhor amigo, mas havia deixado meu celular no sofá. Ouço a porta principal ser desgraçada e logo a voz do Joel soa pelo apartamento.

Joel me procurava por todo local. Yoandri contou a ele que estava trancada no banheiro chorando. Ouço batidas na porta e sua voz pronunciava meu nome com certo desespero. Lavo meu rosto com a água fria que saía pela torneira da pia. Vendo que estava um pouco melhor na parte física, me destranco do banheiro e logo recebo um abraço apertado, quente e cheio de sentimento de Joel. Me solto e me olha com alguma pergunta em seus olhos castanhos.

-Renata! O que aconteceu?

-Eu... -respiro - Eu quero voltar ao Brasil, Joel!

-Mas por que?

Pego meu celular e mostro a foto. O vejo colocar as mãos nos bolsos e ficar pensativo até começar a contar a história.

-Não é isto que está interpretando. Estava no mercado quando Andreza apareceu puxando um assunto aleatório. Alguém deve ter tirado a foto de um ângulo que pareça estar nos beijando. - fala calmamente.

-Joel, tudo conspira para não ficarmos juntos é até pode fazer sentindo. Eu não fui feita pra você. Acho melhor voltar ao Brasil e acabar com este sonho.

-Isto quer dizer que...

-Sim... - o interrumpo - Estamos terminando o nosso namoro.

-Renata! Por favor, isto não! Eu te amo demais.

-Eu também te amo, Joel! Te amo tanto que estou lhe dando a chance de ser mais feliz. - acaricio seu rosto e uma lágrima solitária escorrega sobre a minha bochecha.

De surpresa, Joel beija meus lábios. Sentia um sentimento de medo. Eu não podia recuar. Estava chorando, soluçando em meio ao beijo e Joel não era diferente. Coloco uma de minhas mãos em seu pescoço e a outra agarrando seus cabelos escuros. Suas mãos apertavam minha cintura, me puxando para mais perto. O gosto do beijo era de soro por conta das lágrimas. Quando percebi a realidade, me separo bruscamente e o olho. Sentia que ia explodir. Com as minhas lágrimas, saio do apartamento e vou a uma Praça que havia na frente. Depois de me acalmar, ligo para o Luiz.

Ligação ON

-Luiz! Pode vir aqui ou está ocupado?

-Não! Estou indo aí!

Ligação OFF

Minutos depois, Luiz aparece e logo o abraço fortemente. Ele contribui. Nos sentamos lentamente no Banco gelando.

-O que aconteceu?

-Joel e eu terminamos... - falo soluçando.

-Mas por que?

-Prefiro não comentar. Será que posso voltar para o Brasil com você ou será problema para sua família?

-Claro que não! Rê, você é da minha família. Se quiser, posso sim lhe levar junto ao Brasil.

-Muito obrigada. Acho que vai ser melhor para mim e para o Joel. Ele vai encontrar alguém a sua altura.

-Não fala assim. A gente vai amanhã de manhã para o vôo. Quer já dormir com a gente no hotel para não se atrasar?

-Se não for incômodo...

-Claro que não!

-Vou pegar minhas coisas. Me espera aqui? É só uma mala.

-Eu espero sim. Vai lá!

Volto para o apartamento. Ouço a água do chuveiro escorrer e suponho ser Joel tomando banho. Arrumo a minha mala e vejo Joel na porta do banheiro apenas de toalha na cintura. Respiro fundo e olho em seus olhos.

-Eu vou voltar ao Brasil com o Luiz. Obrigada por tudo e agradeça a sua mãe pela gentileza por me aceitar.

-Tem certeza disso tudo?

-Tenho... - falo baixinho, como um suspiro.

Joel me sela e coloco minha mão em seu peito, me afastando e vou embora.

Chegando no hotel, a família do Luiz me recebe com muita alegria. Ficamos conversando até a noite chegar. Estava exausta de tanta tristeza. Olho meu celular, pela primeira vez depois da ligação do Luiz, e vejo várias mensagens de Joel. Visualizo nenhuma. Com o cansaço, me deito na cama macia e desligo.

Dia seguinte

Acordo com o pai do Luiz gritando para arrumar as malas. Luiz, carinhoso, me oferece café da manhã, o que eu não podia recusar, estava morta de fome. Depois de prontos, fomos para o aeroporto. Olho para todos os lado do local e me vejo com Joel chegando de Califórnia sorridentes e dando celinhos. Minhas lembranças são cortadas quando Luiz avisa para entrarmos no avião.

Tempo depois

Cheguei ao Brasil. Minha verdadeira realidade. Com o motorista do Luiz, sou deixada em casa e logo sou abraçada, com meus pais, com muita saudade. Minha mãe estava super curiosa para saber o que aconteceu. Contei tudo a ela e vou ao meu quarto. Estava com saudades de tudo. Estava chorando. Metade do choro era a saudade de minha casinha e a outra metade era Joel. Vamos ver o que o futuro preparou para mim.

Um mês depois

Hoje era um dia meio abalado. Estava chuvoso para ajudar. Minha avó havia falecido. Estava trancada em meu quarto chorando. Nesses últimos dias, eu apenas chorava e Luiz ficava cada vez mais próximo. Hoje seria o velório de minha avó. Coloquei qualquer roupa que vi pela frente. 

Indo ao cemitério, teve a missa e logo depois, pedi a minha mãe para ficar sozinha na sala. Todos os parentes sairam, deixando-me sozinha.

-Vó... Fiquei tanto tempo distante de você e agora que eu volto, você se vai. Sabe, aconteceu tanta coisa nesse meio tempo. Tive um namorado cantor, sabia? Ele é muito carinhoso, pena que ele é demais para mim, precisamos terminar. Daí eu voltei. Mas bem... Lembra das nossas risadas? Das nossas brigas? Brincadeiras? - sorrio chorando - Você vai fazer muita falta meu Porto seguro.

O enterro terminou e fui para casa. Voltando ao meu quarto, fiquei por lá o dia inteiro. Por alguma estranheza, Joel me envia mensagens. Rio baixo da minha infantilidade. Um mês deixando o mexicano no vácuo. Depois muito tempo, o respondo.

Mensagem ON

Joel: Oi!

Renata: Oi...

Joel: Pensei que não ia me responder...

Renata: Acho que um mês já foi suficiente, mas não estou muito bem...

Joel: Por que?

Renata: Minha avó faleceu ontem a noite. O velório dela foi agora pouco.

Joel: Nossa... E perdoe a pergunta.

Renata: Imagina! Bom, preciso ir. Não estou para conversa com ninguém.

Joel: Entendo. Até!🌹

Renata: Até...

(Minutos depois)

Renata:🌹

Mensagem OFF

Acho que conversar com o Joe foi o que me deu um pouquinho de sorriso.