Viena, Áustria
Em uma caverna escura, suja e cheia de goteiras, um homem de meia idade estava deitado, acorrentado em uma espécie de maca, com apenas um lençol branco o cobrindo.
— Por favor, o que vai fazer comigo? – Perguntou o homem em lágrimas. – Não me mate. – Implorou ao homem mascarado e assustador. Ele vestia uma armadura preta e era impossível ver seu rosto.
— Não chore. – Respondeu o homem da armadura calmamente. – Se você tiver sorte, vai ficar muito bem. Melhor do que está. – Continuou, ao pegar uma seringa que continha um líquido azul dentro. Quando estava prestes a aplicar o líquido no velho homem, alguém o interrompeu.
— Victor! – Disse o homem do rosto vermelho, fazendo com o que o homem da armadura o olhasse.
— Jöhann! – Respondeu Victor esboçando um breve sorriso. – Se está aqui, creio que conseguiu o que queríamos. – Presumiu.
— Sim, consegui. – Disse o homem do rosto cavernoso ao tirar uma lança de sua capa. – Aqui está. – Completou por fim. Victor sorriu e se aproximou para olhar a famosa Lança do Destino de mais perto.
— Muito bem. – Disse Victor satisfeito ao segurar a lança em suas mãos.
— E, como vão as coisas por aqui? – Perguntou Jöhann olhando ao redor e encarando o pobre velho na maca.
— Até agora nada. – Respondeu Victor mostrando o seu mau-humor repentino. Ele não estava satisfeito com a demora. – O professor ainda não acertou no que queremos. – Continuou. – Mas, continuamos com os testes. – Completou.
— Se demorar de mais, vai chamar atenção, Victor. – Jöhann disse em um tom calmo e Victor assentiu com a cabeça.
— Já temos a lança e um outro trunfo. – Victor voltou sua atenção para o homem da maca e se aproximou. – E creio que em breve teremos mais um sócio. – Conclui. Victor injetou a seringa no braço do homem que deu um suspiro fraco.
— E quem seria esse sócio? – Perguntou Jöhann, curioso.
— Você logo saberá, meu caro. – Victor esboçou um breve sorriso. - Algo me diz que ele logo virá nos visitar. - Disse por fim.
Nova York, EUA
Era uma manhã ensolarada na cidade de Nova York, tudo parecia aparentemente normal para os cidadãos. Nos jornais, no entanto, só se falavam de misteriosos desaparecimentos de pessoas em cidades da Aústria e países vizinhos. Ninguém fazia ideia do porquê das pessoas estarem desaparecendo de maneira tão misteriosa e suspeita. Ninguém sabia, tampouco, quem era o responsável pelos crimes. Na base da S.H.I.E.L.D estavam reunidos os vingadores, Loki e alguns agentes.
— Nós estamos aqui hoje para tratar do assunto que foi interrompido em nossa última reunião – Disse Tony a todos os que estavam na sala. – Interrompido por assuntos familiares. – Continuou, olhando para Loki, referindo-se a última reunião que tinha sido interrompida por Evie Stwart.
— Estamos todos aqui, então, acho que podemos começar. – Steve concluiu, fazendo um sinal para que Tony continuasse.
— Bom, como devem saber – Começou Tony calmamente. – Tem acontecido uma série de desaparecimentos estranhos na Áustria e em países vizinhos. – Continuou.
— Bom, mas o que isso tem a ver com a gente exatamente? – Interrompeu Sam desviando a atenção de Tony. – O governo da Áustria deveria averiguar isso, não? – Perguntou por fim.
— Sim, sim. – Respondeu Tony calmamente. – Mas há um problema, alguns poucos corpos das vítimas foram encontrados, e todos apresentam sinais de mutação genética. – Completou.
— Pessoas que nasceram assim? – Perguntou Steve.
— Não. – Respondeu Bruce, falando pela primeira vez desde o início da reunião. – São mutações que foram induzidas, causando a morte dessas pessoas. – Concluiu.
— E quem poderia ser o maníaco que está fazendo isso? – Perguntou Thor, sério. Um silêncio se formou e todos encararam Loki.
— O que foi? Será que tudo que acontece de ruim nesse planeta tem a ver comigo? – Perguntou o deus em sua defesa.
— Bom – Bruce hesitou por um momento. – Normalmente sim. – Concluiu e Loki bufou.
— Por favor, eu sei que meu irmão já agiu mal. – Interrompeu Thor em defesa do irmão. – Mas ele já se arrependeu de ter tentado destruir o planeta.
— Não me arrependi não. – Murmurou Loki consigo mesmo.
— A questão não é só essa. – Natasha tomou a palavra. – Um artefato histórico também foi roubado. A lança do destino foi roubada do Museu de Hofburg. – Completou.
— Por que os humanos são tão idiotas ao ponto de guardarem uma arma tão poderosa em um museu? – Interrompeu Loki irritado.
— A maioria não sabe usar. Ela não é uma varinha mágica. – Respondeu Natasha calmamente. – Isso significa que quem roubou sabe como usá-la. – Disse por fim. – E isso pode ser uma ameaça para todos. – Completou.
— Bom, somos os Vingadores, não somos? – Perguntou Thor olhando para os colegas. – Encontraremos a lança e o culpado pelos desaparecimentos. – Disse por fim.
— Não é tão simples assim, Thor. – Disse Bruce tenso. – A lança é poderosa e dá poder a quem a tem se a pessoa souber como usar. – Completou.
— Mas talvez tenhamos um trunfo. – Interrompeu Tony com um sorriso. Com um cofre nas mãos, ele digitou uma combinação de números e abriu, revelando uma pequena pedra rosa.
— O Cristal M'Kraan! – Disse Loki interessado no objeto brilhante. – Como conseguiu isso? – Perguntou por fim.
— Foi encontrado em uma missão. – Respondeu Bruce dando de ombros. – E precisamos estudá-lo. – Completou.
— O Cristal M'Kraan pode destruir o universo inteiro. – Alertou Loki se aproximando de Tony.
— Sim. – Respondeu Tony, fechando o cofre bruscamente, antes que Loki se aproximasse mais. – É por isso que precisamos estudá-lo. Talvez ele possa ser usado ao nosso favor caso alguém queira usar a lança para nos atacar. – Completou.
— Achei que o cristal estivesse com os Shi'ar. – Disse Thor pedido em pensamentos.
— Eu também, Thor. – Respondeu Loki olhando para o irmão e esboçou um breve sorriso.
Evie
Acordei com Fish em cima de mim, me lambendo como sempre. Puxei o cobertor na tentativa de me desvencilhar do meu despertador vivo.
— Ai, Fish. Já vou, já vou. – Falei me sentando na cama. Fish deu um miado fraco e se aninhou no meu colo. Sorri. – De pensar que você quase virou comida. – Suspirei ao lembrar do que quase o meu tio tinha feito.
Meus olhos quase não paravam abertos. Eu tinha passado quase a noite inteira acordada tentando desenvolver meu projeto de ciências. E eu tinha conseguido. Bom, não exatamente, já que um lança fogo que precisa de um isqueiro não é lá uma grande invenção. Mas, isso era o melhor que eu tinha conseguido fazer. Eu só tinha que inventar uma desculpa qualquer caso o professor Santiago não aceitasse meu trabalho.