Capítulo 1 - Novo ano.

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Novo ano, 2018. E eu me mudo de casa, de bairro. Estava animada com a ideia no começo, mas comecei a sentir medo quando vi que estavamos entrando em uma favela. Sim, isso mesmo. Eu, Maria Cecília Bianchi Lawford morando em uma favela. Que horrível!

Passado uns minutos, paramos em frente à uma casa linda, de dois andares, com os portões brancos. Me animei um pouco ao ver que tinham várias meninas passando por ali.

Decidi ir escolher meu quarto. Afinal, eramos em duas. Eu e minha irmã mais nova de 15 anos, Maria Júlia Bianchi Cooper. Ela era morena dos cabelos cacheados e olhos escuros, como dizem meus pais: Maju cor do pecado. Já eu, sou ao contrário, sou branquinha demais, olhos claros e com 18 anos. Meus pais, Thalita Bianchi Cooper e Pedro Cooper, dizem que sou a: Branca de neve mais clara que a neve. Rio com isso.

Paro em uma porta no segundo andar da casa e adentro o cômodo. Vejo um quarto azul clarinho com letreiros brilhantes com meu apelido: Cecí. Agradeço em pensamento. Meus pais sabem como me agradar.

– Tenho sorte! – sussuro baixo.

Decido dar uma volta no morro. Saio de casa e começo a andar, passo por vilelas e mais vilelas, até que paro em frente à uma casa que logo me remeteu minha infâcia. me sinto estranha ao ver aquela casa, em pensamento um homem de olhos claros com uma arma pindurada em suas costas vem até mim e diz:

"– Desculpa o papai minha loirinha. Prometo me reencontrar com você"

Saio do transe e lembro que Pedro, meu pai, tem olhos escuros. Fico com aquilo na cabeça mas ignoro quando uma senhora me cutuca e pergunta:

– Está tudo bem, senhorita? – e percebo que estou chorando. Respondo-a com cabeça em movimento de sim. Vejo a sua preocupação em seu rosto mas logo afirmo que estou bem. Ela sai em direção à uma casa. Sigo ela até certo ponto, no qual ela olha pra trás e me vê e sorri. Vou até ela que me chama pra entrar em uma casa linda, eu sem pensar duas vezes adentro. E fico impressionada ao ver uma casa linda. Com piscina, sala de jantar e um sofá enorme. Até que ouço a senhora me chamando, olho pra ela:

– Desculpe. Achei sua casa linda.– Ela ri ao ver eu falando isso.

– Meu nome é Helena, e o seu mocinha? – me pergunta com um sorriso lindo.

– Maria Cecília, mas pode me chamar de Cecí.– sorrio.

– Ok, linda moça Cecí. Quer tomar algo? – Diz apontando à cozinha, que por sinal, era linda. – Eu te conheço, Maria Cecília Bianchi Lawford. – Eu olho assustada pra ela.

– Como você sabe meus sobrenomes? – Pergunto-lhe incrédula.

Morro do MorenoWhere stories live. Discover now