– Hahaha. Minha filha como você continua medrosa. – Ouço a voz de um homem, me viro e vejo o cara dos olhos claros um pouco mais velho.
– Filha? Quem você pensa que é? – me viro para Helena – Helena, me desculpe. Já deu meu horário. – Vou saindo até que sinto uma mão grossa em meus braços.
– Não deu ainda não, minha loirinha. – Me viro com os olhos cheios d'água.
– O quê tá acontecendo? Quem é você? Por quê eu estou chorando? – Sinto-o me abraçar.
– Sei que está difícil de entender, loirinha. Mas, eu sou seu pai. O Pedro é seu padrasto, sua mãe Thalita não te contou isso porquê eu me mudei de cidade quando você tinha dois anos, nós morávamos aqui. Eu, você e sua mãe. Eu era traficante e caí em uma emboscada e me mandaram para a cadeia de São Paulo, sua mãe me amava mas passou a me odiar quando soube que havia ido para a cadeia. Então, me separei dela e fui. Por isso seu nome é diferente da Maria Júlia. Eu sou Thiago Henrique Lawford, seu pai. Está tudo esclarecido, minha loirinha? – Ele termina de pronunciar-se chorando.
– Sim, Thiago. Mas, por quê nunca veio atrás de mim? – Retruco mas permaneço compreensiva.
– Eu fui Cecília, mas sua mãe disse que eu era traficante. E que filha dela não teria pai traficante. – Eu fico abismada.
– Você saiu do tráfico, Thiago? – Quando termino de dizer ouço o rádio no bolso dele "TH, TH. Uma nova moradora daqui, Thalita Bianchi diz que quer falar com o senhor." Meu pai pega o rádio e diz:
– Ok, neguinho. Avise a Thalita para me encontrar na praça da rua 15. Marca 15. – E guarda o rádio e me olha.
– Não responda. Sei que não saiu, mas eu quero conhecer-lo melhor. Sou sua filha. – sorrio e ele retribui.
– Vou encontrar com a sua mãe. Você vem comigo, loirinha? – sorrio com o apelido e concordo.
– Sim, mas ela não irá ficar brava por eu estar com você?
– Se ela ficar, eu tiro você dela. E você vem morar comigo, ela já me deixou tempo de mais longe de você, loirinha. – Diz bravo. Olho pra ele assustada mas triste por minha mãe ter escondido ele de mim.
Saímos em rumo a rua 15. Chegando lá vejo minha mãe e meu pai. Quer dizer, meu padrasto.
– Filha! O quê você está fazendo? Esse marginal irá machuca-lá. – Diz nervosa.
– Eu já sei quem ele é mãe. – Digo.
– Não acredito nisso. Thiago você é um merda!!! – Diz indo pra cima de meu pai e eu entro na frente.
– Se você relar um dedo em meu pai, eu sumo da sua vida, mãe. Você sabe que eu não tenho medo. – Digo segurando seu braço.
– Você vai se arrepender disto, Maria Cecília Bianchi! – Em prantos.
Saio de lá com meu pai indo em direção a casa dele até que vejo uma casa que não me é estranha. Ah, sim, como esquecer?! A casa da vovó Lurdinha, mãe de Pedro. E logo me lembro de uma cena que aconteceu há 10 anos atrás:
*Flashback ON*
Eu estava em minha cama no quarto que a vovó Lurdinha fez pra mim e pra Maju, quando minha mamãe entra e diz:
– Hora de dormir, meus amores! – Depositando beijos em meu rosto e no rosto de Maju.
Eu adormeço. E acordo com um peso sobre mim, olho pro lado o relógio marca 3:46h da manhã. E direciono meu olho ao peso em cima do meu corpo sentindo umas dores e vejo meu pai:
– Papai, está tudo bem com você? O que você está fazendo comigo, papai? Tá doendo, papai! – Ele me olha com sorriso malicioso e diz.
– Minha linda e pequena Maria Cecília, papai está te mostrando o que nunca deve fazer com outros rapazes. – Sorri malicioso.
Grito de dor e minha mamãe aparece no quarto xingando o Pedro. Eu fico sem entender, afinal meu papai estava me ensinando. Meu papai e minha mamãe sai do quarto e minha avó Lurdinha adentra o quarto vem até mim e me diz:
– Minha filha, minha Cecí. Teu pai foi um besta agora e agiu totalmente errado. Mas, prometa-me Cecí que não contará a ninguém sobre isso. – E esticou seu mindinho até o meu.
– Sim, vovó. Mas, não tô entendendo nada. – Digo assustada.
– É minha Cecí, ainda não entende. E quando entender, por favor, não conte à ninguém, muito menos um moço chamado Thiago Henrique Lawford. Ele vai matar sua mamãe e seu papai, meu anjo. – Diz chorosa. Me abraça e põe pra dormir. Adormeço.
* Flashback OFF*
Começo a chorar e pedir a Deus para ser mentira. Até que sinto meu pai me abraçar e lembro que seu nome é Thiago Henrique Lawford. Viro para tal e digo:
– É você! é você! Minha vó disse!! – Digo assustada mas em prantos.
– O quê, Maria Cecília??? – Pergunta assustado.
– Aconteceu algo, mas não posso lhe contar... – Digo ainda em prantos..
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Morro do Moreno
Fanfiction"[...]- Está tudo bem, senhorita? - e percebo que estou chorando. Respondo-a com cabeça em movimento de sim. Vejo a sua preocupação em seu rosto mas logo afirmo que estou bem. Ela sai em direção à uma casa. Sigo ela até certo ponto, no qual ela olha...