Capítulo III

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Dizer que havia algo a mais entre as duas era um fato, mas talvez fosse cedo demais pra Doug sequer notar o que poderia ser, principalmente porque Cathy parecia ser a tal bitch que todo colégio costuma ter. E convenhamos que bitchs normalmente tem muitos seguidores e definitivamente o dobro desse número quando se trata de haters.

Com isso eles seguiram adiante e sentaram em um banco de madeira após pedirem seus devidos sucos.

- Por que você odeia tanto a Cathy?

- Vai por mim, ela não é flor que se cheire.

- Como você sabe disso?

- Digamos que eu conheço as pessoas.

- É mesmo? Então como eu sou?

- Ah, você é diferente!

- Quer dizer que eu não sou uma pessoa, é isso?

- Claro que não, é que eu conheço bem o tipo de pessoa que ela é!

- E que tipo de pessoa ela é?

- Oferecida, vulgar, adora se aproveitar das pessoas, esse tipo de pessoa.

- Tudo bem que ela é meio vulgar, mas aproveitadora é meio demais, não acha?

- Lógico que não!

- Mas então, me fala mais de você.

- O que você quer saber necessariamente?

- Sei lá, que tipo de música você curte, cor favorita, amor proibido, lugar inusitado pra ficar com alguém...

- Lugar inusitado pra ficar com alguém?

- É, qual o problema?

- Isso é medonho. Mas tudo bem, uma pergunta de cada vez.

- Qual o seu nome?

Ela o encarou prestes a voar no seu pescoço.

- O quê? Foi uma pergunta.

- Sério mesmo?

- Tudo bem, agora é sério; Que tipo de música você curte?

- Pop; Rock e Pop/Rock.

- Amor proibido?

- Como assim “amor proibido”?

- Um amor que não vai dar certo, ou que ninguém pode saber.

- Meu primo de 2º grau.

- Que vergonha, querendo pegar primo.

- E você espertinho, tem um amor proibido?

- A namorada de um amigo meu.

- Amigo fura olho!

- Lugar inusitado para ficar com alguém...

- Não tenho nenhum.

- Como não?

- Você tem por acaso?

- Logicamente sim.

- Onde é então?

- Na verdade são dois; elevador e no meio de uma praça.

- No meio de uma praça? Essa eu não esperava.

Foi então que Jack chegou aflito por já estar quase na hora da aula.

- Jack, essa é a Vick, a menina da qual eu te falei!

- Prazer!

- Você falou de mim?

- Muito!

- Eu quero saber de tudo!

- Outra hora pombinhos, agora temos que entrar ou então perderemos a primeira aula.

- Está certo! Espera... como assim pombinhos?

- Vamos!

Sendo assim os três entraram e foram em direção à sala 306. Ao chegarem à sala puderam notar que havia cerca de 10 a 20 pessoas, a maioria em grupinhos pré-selecionados, praticamente forçando-os á sentarem em três lugares vagos próximos a uma garota que estava sozinha, com um capuz verde cobrindo sua cabeça e rosto, deixando apenas uma mecha vermelha a mostra.

Assim que sentaram, perceberam que a garota estava ouvindo uma música calma e lenta, foi então que Doug tentou falar com a garota.

- Oi, eu sou Doug e você? – Disse ele cutucando ela.

De repente a garota levantou a cabeça lentamente, seus olhos em um tom de caramelo, que transbordavam ódio total, deixaram bem claro que ela não queria ser incomodada, porém não dava para ver o rosto dela, somente os olhos.

- Nunca mais pense em me tocar novamente! – Disse a garota com uma voz rouca, quase que a de um zumbi, se é que eu já ouvi zumbi falar.

Em um movimento rápido e quase imperceptível a garota foi para o outro lado da sala, e ficou lá até que o professor chegou.

- Boa tarde galera, para quem não me conhece meu nome é Robbins e eu sou professor de química, agora vamos todos para o laboratório, e eu gostaria de avisar que nossas aulas serão lá, 4º andar, sala 425. Agora vamos!

Quando Doug virou para ver a garota misteriosa, ela já não estava mais lá, e em uma tentativa rápida de tentar achá-la foi correndo para o laboratório. Ao chegar pode ver a garota sentada em uma bancada velha, sozinha no canto, e à sua frente estavam Vick e Jack ensanguentados e a garota sorrindo como um vulto negro atrás deles. 

Ou pelo menos foi isso que Doug viu...

O Medalhão SagradoOnde histórias criam vida. Descubra agora