- Vamos Lauren! Não temos muito tempo - Thomas fazia sinal para que Lauren entrasse em uma porta no final de um extenso beco. Podia-se ouvir os latidos dos cães farejadores e a gritaria dos policias que os perseguiam ferozmente. Dora estava desmaiada. A agonia de Lauren parecia não ter fim. No inicio da manhã daquele dia, Lauren imaginava que finalmente poderia se despedir dignamente de seus pais e de seu marido. Todos eles foram arrancados de sua vida num piscar de olhos. Ela queria poder dizer ao menos adeus.
- Para onde estamos indo? - Lauren perguntava enquanto corria com Dora em seus braços.
- Temos que buscar ajuda! Se continuarmos assim, eles irão pegar você e matarão a mim e a Dora! - Thomas dizia com a voz falha. O tiro que levara na panturrilha o incomodava e quanto mais se esforçava com a perna, mais a dor enraizava nele. - Venha, vamos entre aqui - Thomas abriu um alçapão que dava para um encanamento de esgoto, e fez com que Lauren entrasse depressa. Logo em seguida ele empurrou um latão de óleo e arrastou para impedir a passagem dos homens da lei. Um tiro atravessou a porta de madeira e quase acertou Thomas. Com uma agilidade fora do comum, o irmão de Lauren furou um barril que também continha óleo disel. Correu de volta para o alçapão e aguardou até que os policiais arrombassem a porta. Quando a maioria já estava dentro do prédio abandonado, Tomas acendeu uma centelha e puxou a porta do alçapão.
- Corre Lauren, vai ser agora! BOOM!! - um grande estrondo vindo de cima provocou um abalo sísmico no lugar. Lauren perdeu o equilíbrio, mas não caiu. Auxiliada por Thomas, Lauren e a filha conseguiram sair da passagem mal cheirosa. A passagem dava para o açude Gwynns Falls ao norte de Baltimore. Era final de tarde e a temperatura estava ficando mais baixa. Dora permanecia sem consciência e seus batimentos cardíacos eram fracos. Lauren estava desesperada
- E-Eu devia ter te escutado!! Como fui burra! - Lauren começou a chorar - E agora? Se eu perder Dora.. - uma dor forte atingiu o peito de Lauren. Se algo de ruim acontecesse com a garotinha de olhos azuis ela não teria mais razões para viver.
- Não vai acontecer nada está me ouvindo? Nós vamos salva-la nem que eu morra para isso.
- Chega de mortes! - Lauren rosnou. Thomas a olhou nos olhos e no fundo, se não tivesse sido treinado e disciplinado para enfrentar situações como aquelas, ele estaria tão acabado quanto ela.
- Venha, tenho um conhecido a poucos quilômetros daqui, se não me engano tem um ferro velho mais à frente, vamos pegar um carro. - Lauren ficou admirada ao ver como Thomas conseguia ser tão frio e calculista. Por um instante ela desejou ser como ele.
Após fazer uma ligação direta em uma picape, Thomas, Lauren e Dora seguiram rumo a Hagertsown. A cada minuto que se passava para Lauren parecia uma eternidade. Tudo o que ela mais queria naquele momento era descobrir o que realmente Dora tinha.
Horas antes Lauren achava que fez o correto em avisar a policia sobre Thomas. No fundo o próprio Tomas sabia que isso poderia acontecer e por isso preparou contramedidas com antecedência. Lauren estava em uma espiral de confusão e medo e esse seria o trunfo que a AEG tanto queria, quanto mais Lauren se sentisse vulnerável mais ela confiarem em quem lhe desse apoio.
- Malditos! Perdoe-me Lauren por chegar tão tarde - Thomas segurava o volante com tanta força que parecia querer arranca-lo.
- Eu que devo desculpas. Se tivesse acreditado em você naquela hora, não estaríamos nessa situação. Acho que aquele cretino tinha razão, a culpa disso tudo é minha. - disse Lauren com ar pesado.
- Você é a maior vitima aqui. Não se culpe.
- O que afinal realmente está acontecendo? Por favor, Tom, me fale.
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Marcada por um segredo
ActionLauren é uma mulher dedicada ao lar. Ela, o marido e a filha, Arthur e Dora, possuem uma vida pacata em Baltimore, Mayland. Porém, a vida da jovem família será arruinada quando Lauren recebe uma visita inesperada de agentes de uma organização descon...