Medo do desconhecido

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Era sábado, não havia muita coisa para se fazer, decidi ir ao shopping olhar algumas coisas e também comprar o que estivesse mais em conta e caminhar um pouco. Devido à localização do shopping não ser tão distante de onde morava. Já era tarde o sol começava a se esconder colorindo o céu, o deixando em uma tonalidade alaranjada linda, que serviria de paisagem para incríveis fotos, tanto para guardar de recordação quanto publicar nas redes sociais.

Com uma calça jeans tradicional um pouco desbotada, uma camiseta preta estampada e tênis, deixei minha casa e fui caminhando até chegar ao shopping, pelas ruas haviam ainda muitas pessoas caminhando, talvez indo para o shopping também ou mesmo indo para suas casas ou de algum conhecido que morasse no bairro. Depois de passar por dois quarteirões acabei chegando em uma praça onde estava cheia de crianças, brincando com seus pais acompanhando para que não se machucassem, mesmo que não tivesse uma forma de as proteger por completo ainda sim a presença dos pais fazia com que elas se controlassem mais.

Continuei a caminhar, e por alguns segundos tive uma sensação que alguém estivesse me seguindo, parei e olhei para todos os lados repentinamente, na busca de encontrar alguém que pudesse estar me passando aquela sensação, não encontrei ninguém, todos passavam e não havia nenhum ser suspeito, dei de ombros e disse mentalmente que poderia ser apenas um cansaço que estivesse sentindo de uma forma pesada para que fizesse ter tais percepções.

Chegando ao shopping levei a mão para empurrar a porta de acesso ao primeiro andar e acabei levando um pequeno susto quando um homem, bem aparentado com roupas que pareciam ter sido caras, leva a mão na porta e diz que poderia deixar que ele abriria a porta, sorrindo ele me cedeu a passagem e então continuei caminhando para os corredores do shopping, já me esquecendo daquele homem que teria aberto a porta. A sensação de estar sendo observada voltou a me tomar por inteiro quando passei pela entrada do banheiro, era como se o que me seguia na rua já estivesse ali dentro atrás de mim, não resisti e voltei até a entrada para os banheiros e olhei por alguns segundos, não avistei ninguém, nem entrando nem saindo de lá, respirei fundo e continuei o passeio.

Sem muito dinheiro para comprar qualquer coisa que chegou a agradar, só me restou voltar para casa. Já havia se passado algumas horas desde que cheguei naquele grande centro comercial localizado dentro de um único prédio que tomava conta de um quarteirão inteiro do bairro onde morava. Ao sair na calçada por alguns milésimos de segundo não esbarrei em uma mulher que passou me olhando duramente, por traz de seu óculos de grau que por coincidência era parecido com o meu, porém a armação que ela usava era completamente preta com detalhes brancos e o que meus pais compraram para mim, era em uma tonalidade de vinho mais avermelhado, minha cor preferida por sinal.

O caminho para casa não seria o mesmo que tive para chegar ao shopping, por um único detalhe, as ruas estavam já quase vazias, a lua estava tão alta que os prédios não conseguiam tampar a sua beleza. Alguns postes de iluminação costumavam piscar durante horas sem parar, sem que os responsáveis pela manutenção viesse arrumar, e naquela dia nem acesos esses postes estavam, deixando parte do trajeto sob uma escuridão de arrepiar a espinha inteira.

Comecei a caminhar pela rua tentando olhar tudo, cada canto de portão e galho de árvore era foco de visão, não queria ter nenhuma surpresa indesejada no caminho para casa. Passando do primeiro quarteirão, a sensação de ser observada aumentou drasticamente, era como se alguém estivesse me seguindo passo a passo sem fazer nenhum barulho, tornando aquela sensação mais pesada sobre os meus ombros. Acelerei o passo e fui com tudo para casa, tentando não correr para não parecer completamente pirado e também tomando cuidado para não acabar tropeçando e dando chance para o que estivesse vindo conseguisse alcançar.

A praça estava deserta, não havia ninguém ali, nem mesmo um grupinho de garotos aparentando ser possíveis criminosos só pelo fato de agirem com tais, nem mesmo isso havia, comecei a transpirar frio, enfiei a mão no bolso e tirei a chave com uma certa pressa, a chave chegou a cair devido ao fato de ser desajeitado e também por causa do desespero que tomava conta e causava tremores involuntário em minhas mãos. Abaixei e peguei a chave, o que é que estivesse me seguindo teve a oportunidade de me pegar, mas não foi o que aconteceu, mas como não me atrevi olhar para trás não sabia o que estava por ali, só sei que coloquei a chave no portão tremendo e com uma certa dificuldade de acertar o furo, demorei alguns segundos e a sensação só aumentava, quando imaginei que pudesse ser o fim consegui abrir o portão e aí passar fechei-o com rapidez, como só poderia ser aberto com chave, tive uma tranquilidade até que uma batida forte no portão me assustou, corri para dentro de casa e só decidi sair no dia seguinte.

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