Brick By Boring Brick

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Toda sexta feira é uma correria para muitas pessoas, a sensação de que um fim de semana pode ser infinito não tem preço.

Quando se trabalha a semana inteira, ter dois dias de descanso pode parecer o paraíso. Mas quando sua jornada de trabalho é oposta da maioria as sextas, sábados e domingos são de trabalho, correria e todas as coisas que se tem direito.

Quando Alex não comparece a Casa da Meia Noite a Sra Elena sempre me coloca para trabalhar no bar, o lugar menos desejado por todas as garotas da casa. Por que? Porque os ricaços bebem mais do que devem, fazem cantadas ridículas e sou obrigada a sorrir como se estivesse gostando.

Muitos perguntam quanto eu cobro por uma noite mas tenho o prazer de dizer que não estou no "mercado" e isso os fazem pensar que não sou como as outras meninas que aceitam qualquer cliente que possa pagar, o que é muito bom.

Na noite de quarta feira depois de Christian ser extremamente gentil comigo após o sexo no carro, tentei me fechar para ele, ser indiferente quanto o jeito meigo que tem comigo mas falhei miseravelmente quando chegamos em sua casa e fizemos amor no sofá, bom, acredito que foi isso porque ele se mexia devagar, explorando meu interior e sempre me olhando nos olhos.

Na quinta ele me convidou, quer dizer, me obrigou à comparecer a uma festa no sábado em sua casa. Disse que alguns amigos estariam presentes e gostaria que eu estivesse lá. Com um pouco de dificuldade expliquei que gostaria muito mas não poderia.

Hoje bem cedo pedi que ele me levasse pra casa, usei o fato de que a noite teria que trabalhar e precisava ajeitar muitas coisas antes disso. Mudei de assunto quando ele me perguntou onde era o bar que eu trabalhava, não queria mentir e nem lhe contar a verdade.

Mas o verdadeiro motivo de ir embora cedo foi quando ele disse que um casal de seus amigos iria passar o final de semana em sua casa, pelo que entendi a esposa de seu amigo de NY odeia o hotel 5 estrelas de Denver, ela diz -palavras dele - que em NY esse hotel seria 1 estrela. Pelo pouco que ouvi já odiei a vadia!

- Esses asnos riquinhos estão te perturbando hoje? - Kate, minha amiga pergunta baixinho ao meu lado.

- E a quem eles não perturbam? - respondo rindo

- Você parece distraída e um pouco nervosa. Será que isso tem a ver com aquele deus grego do Christian?

- Claro que não, ele é só alguém que estou curtindo sair e ponto - me mantenho firme na resposta

- Quer dizer que se Alex aparecer hoje e quiser uma noite inteira de sexo como todas as vezes você não vai se importar nem sentir culpa?

- Culpa por que? Não temos nada, não seria uma traição.

- Mas ele te convidou para aquela festa, passaram a semana quase inteira juntos.

- Não somos namorados e nem estabelecemos nenhum tipo de exclusividade, ele pode muito bem estar fodendo alguma mulher agora.

- Você sabe que não estar, ele manda mensagem o tempo todo.

- Você leu minhas mensagens? - tento fazer cara de aborrecida.

- Claro que li, mas pulei as partes da baixaria - ela rir

Um cliente chato interrompe nosso assunto pedindo uma bebida, Kate volta para a recepção e eu preparo a bebida. Quando nossos clientes exclusivos não comparecem somos obrigadas a ficar nessas funções.

Alex, na última vez que nos vimos disse que chegaria tarde nesta sexta, ele me deu um motivo mas esqueci completamente. E dado o que a conversa com Kate me fez pensar espero que ele não venha.
Talvez eu possa ir amanhã de manhã à casa de Christian e tentar descobrir o que estamos fazendo, afinal. Ele me disse no dia que me atropelou que não é adpto de relacionamentos, então é claro que não somos exclusivos. Eu só queria que minha cabeça entendesse isso e parasse de me criticar a todo minuto que passa, me lembrando que a vinda de Alex talvez esteja mais perto.

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Quando o relógio marca 3 da manhã eu arrumo minhas coisas e dou uma última checada para ver se tudo está arrumado no bar. A maioria dos clientes já subiram para os quartos e estão tendo outro tipo de diversão.

Como José também não veio hoje, Kate me acompanha até o estacionamento para também ir pra casa.

- Você fala de mim mas também deve estar feliz por José não vir, sei que teve um bom momento com Elliot - digo enquanto saímos.

- Elliot não me convidou para passar uns dias na casa dele como Christian fez com você.

- Mas isso não quer dizer que não esteja interessado.

- Ele me convidou pra sair hoje, disse que não poderia e ele me disse que estava tudo bem mas acho que ficou chateado.

- Você explicou o por que?

- Não muito, só disse que estaria ocupada.

- Você definitivamente é loira!

- Não me insulte, Steel - ela rir.

Depois de me despedir de Kate sigo com o carro e percorro o caminho para casa. Meus pensamentos voam para hoje pela manhã, Christian e eu compramos o café e comemos no apartamento, a conversa fluiu leve e despreocupada.

É claro que tivemos o azar de antes de entrar dar de cara com o Jack, ele nem sequer me cumprimentou ou a Christian, sua raiva é sem nexo e decide não me importar mais com isso.

Quando estou virando em minha rua meu celular apita indicando uma mensagem. Assim que paro em frente ao meu prédio pego o celular para ler.

- Cara Srta Steel, acredita que em plena 3:30 da manhã ainda estou acordado? O cheiro do seu perfume no meu travesseiro tem uma parcela de culpa nisso e a discussão dos meus amigos no quarto ao lado também não ajuda. Talvez se você não tivesse que ter ido trabalhar poderíamos fazer nosso próprio barulho particular.

Ps: Queria que estivesse aqui.

Lendo isso ligo o carro de novo e sigo em direção a Denver. Com as ruas limpas devo chegar antes das 4:00h.

Estaciono o carro em frente a enorme casa de Christian. Saindo do carro vou em direção ao portão e digito o código de acesso que Christian me passou, no dia não achei necessário mas agora ele me parece bem útil para uma surpresa.

O portão destranca liberando minha entrada e digito o outro código na porta da sala onde tudo está escuro.

Olhando ao redor não vejo nenhum sinal dos amigos de Christian. Subo silenciosamente as escadas em direção ao seu quarto.

No fim da escada encontro uma loira com um leve roupão de seda que mal cobre as coxas prestes a descer a escada. Ela para e me olha de cima a baixo com seu nariz franzido.

- Você é..? - A loira pergunta

- Anastasia. E você ?

- Sou Leila, esposa do melhor amigo de Christian - a nariz franzido responde.

- Prazer em conhece-la, agora se me der licença estou indo falar com Christian. Boa noite - tento soar simpática.

- Ah sim, boa noite - o tom de deboche é perceptível em sua voz mas não dou a mínima.

Caminho em direção a porta do quarto de Christian, mas antes de chegar até ela ouço o barulho de uma porta se abrindo, levo um tempo para perceber qual é, quando percebo que é a porta anterior ao quarto de Christian lembro que ele me disse que seus amigos estavam ao lado.

Passo direto para não esbarrar com o amigo de Christian. Coloco a mão na maçaneta para abrir a porta mas uma voz terrivelmente conhecida me faz congelar.

- Anastasia?

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