Capítulo 30

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"Eu sabia do risco de uma queda dolorosa. Mas saber é diferente de estar preparada."
(Pode Extra G -Thati Machado - Nico e Nina)

"(Pode Extra G -Thati Machado - Nico e Nina)

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— Muito bom, Coração! Isso mesmo!

Aulas de defesa pessoal eram incríveis. Estava cada dia melhor, me sentia forte e preparada para o que viesse, se algum filho da puta tentasse algo, teria o que merecia: uma boa surra.

Marcos dizia que defender-se, não é agredir. Ensinou-nos golpes para imobilizar ou inutilizar o agressor tempo suficiente para pedir ajuda. Jamais devemos nocauteá-lo ou pode-se passar do limite e causar danos irreversíveis. Trabalhando como segurança, viu acontecer muitas vezes.

— Vou ao carro, já volto. Continua treinando. – beijou meus lábios e saiu.

Resolvemos treinar sozinhos para aprimorar os golpes. Com as outras meninas, ele acabava dividindo a atenção. Continuei exercitando.

De repente, todas as luzes se apagaram. Não consegui saber se a falta de luz foi geral ou só do estúdio. Chamei seu nome várias vezes, mas ele não respondeu, tateei no breu pra encontrar um interruptor ou qualquer coisa que me indicasse uma direção. Gritei desesperada quando senti mãos sufocando minha boca, comprimindo meu corpo com toda força contra a parede.

Eu estava totalmente imobilizada e indefesa, sentia sua respiração em meus ouvidos. Por um momento pensei ser o próprio Marcos, tentando ver como sairia daquela situação, então senti a língua me lamber. Senti repulsa. Tentei me mexer, mas foi impossível. Pedi a Deus que meu amor me salvasse, foi quando me dei conta que ele podia estar ferido ou morto, já que só havia um portão no estúdio. O homem tentava abaixar minha calça de lycra a todo custo, dizia palavras ofensivas e eu só conseguia chorar e me debater.

Ele teria que me matar, mas eu não deixaria que aquilo acontecesse novamente. Então lembrei tudo que aprendi e como fazer para sair daquela situação. Concentrei minha energia para uma única explosão. Relaxei o corpo, demonstrando que não tinha mais forças para lutar, o otário caiu direitinho e abaixou a guarda, esperei alguns segundos, criei uma brecha para um golpe certeiro que o derrubou. O miserável caiu se contorcendo de dor.

Adaptada a escuridão encontrei o interruptor. O desgraçado usava touca ninja e luvas, vê-lo caído trouxe à tona todo o ódio e indignação reprimidos. Queria destroçá-lo, arrancar cada parte nojenta do seu corpo imundo, deixar marcas profundas que nem cirurgia plástica seria capaz de corrigir. Foi quando olhei para o lado e vi os halteres. Peguei o de cinco quilos.

O infeliz me olhou assustado, rastejando de costas, se afastando. Corri em sua direção com toda minha fúria e numa fração de segundos, fui agarrada por trás, levantada pela cintura e o objeto foi arrancado das minhas mãos. Fiquei ainda mais cega de ódio. Não vi outra pessoa dando cobertura ao marginal, no mínimo foi o maldito que fez mal ao meu amor e por isso ele não conseguiu me salvar. Debati-me como louca, gritando e socando como podia, até ver papai. Reconheci a voz de Marcos em meu ouvido pedindo calma, mantendo-me firme.

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