Quatro anos atrás...
(Idade: treze)Naquele dia, Kartnay estava em uma sala branca desenhando uma garota de vestidos rasgados cinza, asas brancas quebradas e sangrando nas asas e pulsos.
- Você desenha bem Kartnay - Responde sua psicóloga Paula. - Mas bom, nosso tempo acabou tbm? Pode me dar seu desenho?
Kartnay levanta da cadeira de madeira, entrega seu desenho para a doutora Paula e sai pela porta indo em direção da sua mãe Elena que a recebe com um sorriso grande e bonito.
- Oi, como foi hoje minha unicórnio?
- Mãe, eu tenho treze anos... Nao sou mais sua unicórnio, apenas sua filha... - Kartnay senta ao lado de Elena.
- Eu sei... - Elena acaricia os cabelos de sua filha.
- Sra. Willer, poderia me dar um minuto por favor? - Pergunta a psicóloga.
Elena assenti e caminha ao lado da Psicóloga, entraram no consultório e ali conversaram durante dez minutos sobre kartnay. Kartnay vai até a porta e encosta o ouvido para escutar a conversa
- Sra. Willer, eu sinto muito em informar, mas o que sua filha me conta, sobre a escola e os desenhos dela é um caso que alguns jovem tem, outros graves outros na iniciação...
- E o que isso seria? - A voz de Elena falha.
- Kartnay esta no início de uma depressão Sra. Willer.
- O que posso fazer para ajuda-la? - A voz de Elena falha novamente e completando o desespero inicia uma tremedeira.
- Olha, continue vindo com ela até meu consultório. Eu tenho um remédio anti-depressivo, que pode ajudar. No caso dela é uma dose pequena, pois esta na fase inicial da depressão, porém não sou eu que dou a receita, mas sim um psiquiatra. Posso conversar com um colega meu, que é psiquiatra para ver se posso liberar a receita.
- Por favor, pode conversar com ele agora?
- Claro.Vou ligar para ele.
Paula se levanta e vai até o batente da porta, onde tinha um telefone pendurado. Digitou número de quatro dígitos e ligou para o consultório do seu colega de trabalho.
Depois de cinco minutos no telefone, Paula desliga e vai até sua mesa, pega um papel e uma caneta. Escrevendo a receita, carimbando e fazendo sua assinatura.
- Aqui esta a receita tabom? Espero muito que ela melhore, kartnay é uma garota incrível e uma ótima artista.
Elena solta uma risada timidamente
- Puxou o pai. Obrigada doutora.
Elena abre a porta do consultório e encontra kartnay encostada na parede, com as mãos no bolso do casaco aveludado azul escuro, olhando na direção do chão. Elena apenas abraça forte kartnay e acaricia seus cabelos.
- O que aconteceu mãe? - Kartnay olha nos olhos de Elena que estavam lacrimejando, mas mantendo-se forte para não chorar na frente de sua menina.
- Nada, vamos? Preciso passar na farmácia.
- Vamos, até a próxima consulta doutora Paula. - Kartnay acena com a mão.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Grito Silencioso (Livro I)
Non-FictionKartnay leva uma vida dificil na escola e em sua casa, sem ninguêm com quem conversar, kartnay se entrega à auto-mutilação com um único objetivo. Tirar sua dor. Apesar da vida ser difícil ao extremo, Kartnay acha que um dia pode ter uma vida de paz...