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(07:31) quinta-feira

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O despertador finalmente para de tocar, e eu sou obrigado a me levantar.

Pego o celular, vejo que Sheila ainda me mantém bloqueado no Whatsapp. Procuro o Facebook dela mas não a encontro, isso quer dizer que ela me bloqueou no Face também.

Que ótimo!

Vou ao banheiro e fico um tempo por lá, até as lembranças de Sheila naquele lugar invadirem minha mente e eu ser forçado a sair. Vou para o quarto, pego minha bolsa, boto minha calça, calço minha bota, pego minha marmita, pego um pacote de biscoito pra ir comendo pelo caminho e entro no carro.

Dirijo até chegar na EEEP, passo o cartão, volto pro carro e estaciono. Subo as escadas rapidamente em direção ao meu bloco até que alcanço Sérgio.

- Eae fiote, tudo na boa? - ele solta aquele sorriso lumimoso que ele tem.

- Sim.

- Sério, parça? Parece que não, em...

- Tô sim.

- Você foi dormir no sofá hoje, cachorrão?

- O que você quer dizer com isso?!

- Wow, calma ae, mano.

- Só pare de me chamar de cachorrão. Isso não é legal!

- Uai, por quê? - Ele ainda estava sorrindo.

...e isso me tirou do sério.

- Sérgio, pare de rir! Eu não gosto dessa sua alegria e dessa sua conversa. Quantos anos você tem, afinal? 16? 17?

Ele faz uma cara de espanto, mas ele ainda possui um certo quê de riso que acaba se transformando em um grande sorriso quando ele responde:

- 25. Eu pareço ter menos, uaai? - chegamos no bloco - Você é bem novinho, deve ter uns 20.

Eu só o ignoro e ando até minha mesa.

- Eai, acertei? - ele continua.

- Sérgiãaaaaao!!! - Daniel chega ao lado de Sérgio e passa seu braço ao redor do pescoço dele. - Temos que conversar sobre aquele assunto...

Ele acaba levando Sérgio para longe.

Sento na cadeira e respiro fundo durante alguns minutos, procurando relaxar.

- Você não acha isso falso? - Pergunta Helena.

- É... tanto faz.

Fico esperando que ela fale mais alguma coisa, mas ela não diz nada, e então eu percebo que fui um pouco grosso.

- Helena.

- O que foi, Richard? Na boa, você não quer conversar comigo, tudo bem eu já entendi.

- Desculpa, eu só estou de mau humor hoje. - olho com sinceridade pra ela que mantém seus olhos fixos na tela de seu computador enquanto diz:

- Hoje?

- Tá certo, eu ando de mau humor ultimamente.

-. . .

- Por favor, me perdoe, eu estou passando por umas coisas aí - digo com uma voz mais baixa - e... eu, na realidade, preciso de ajuda.

- Você precisa que eu faça alguma coisa pra você? - Ela fica preocupada - eu posso ir à sua casa depois do trabalho, a gente pode combinar de fazer alguma coisa.

Bob, te amo!Onde histórias criam vida. Descubra agora