Capítulo 18

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CAPÍTULO 18 - "STEPHEN"

Newt e Brooklyn pararam atrás do armário falso do dormitório que pertencia ao Grupo B. Qual Brooklyn usava como passagem secreta.

– Diga a Lizzy qual é o nome verdadeiro dela – Newt disse – E o que o maravilhoso irmão dela a ama.

– Você está ficando convencido igual ao Minho – Brooklyn comentou e Newt riu – Mas falando sério, acho que você devia para de instigar sua irmã a usar o nome verdadeiro dela.

– Você não esqueceu o nome dele também, Brook – Newt disse.

– Porque "Stephen" foi a primeira palavra que eu aprendi a dizer, Newt – A garota respondeu – Mas ele esqueceu o verdadeiro nome dele da pior maneira possível, eu esqueci o meu e você esqueceu o seu. Quer que o que aconteceu com a gente se repita com ela?!

Newt ficou quieto e abaixou a cabeça.

– Sinto muito, Newt, mas não podemos mais ignorar o quanto as pessoas desses lugares são ruins – A garota disse – E que não estamos livres de punições só porque somos imunes.

O garoto impulsivamente abraçou Brooklyn. Isso sempre acontecia quando ele tentava desviar a atenção da própria mente para não revelar aos amigos o seu segredo.

Newt, diferente de todos os amigos e da própria irmã, não era imune.

Algo no cheiro doce de Brooklyn sempre o acalmava e o garoto adorava saber que podia ficar ali o tempo que precisasse, pois a garota era compreensiva o bastante para dar as pessoas o tempo que elas precisassem em um abraço.

Mas Newt não gostava de incômoda-la e por isso, mesmo inseguro, se afastou de Brooklyn, mas não o suficiente.

- Está tudo bem?! - Brooklyn perguntou preocupada e Newt sentiu a respiração da garota bater em seu rosto.

Algo nesse sopro suave e quente, misturada a insegurança do garoto e aos corpos grudados dos dois, fez com que a cabeça do garoto entrasse em pane e o garoto, sem saber como reagir, apenas juntou seus lábios nos de Brooklyn em um beijo calmo e suave. E assim eles ficaram por rápidos minutos.

– Então apenas diga a Sônya que o irmãozão dela a ama – Newt disse e selou seus lábios outra vez nos de Brooklyn – Até amanhã!

Quando acordou, Brooklyn guardou o nome "Stephen", o verdadeiro nome de Thomas, no fundo do coração para dar foco em sua outra descoberta. Newt e Sônya são irmão!

Mas logo percebendo a situação do momento: os bombardeios por toda a cidade, o que havia acontecido a Newt, o que Thomas iria fazer; Brooklyn se sentou rapidamente, sentindo uma fisgada fraca na região do útero.

A garota olhou para a própria calça, vendo uma mancha de sangue enorme na região da virilha, sabendo que aquilo significava que ela havia perdido seu bebê.

Brooklyn sentiu vontade de chorar e gritar, mas não conseguia ignorar o pensamento de que Thomas havia se entregado ao que sobrou do Cruel.

A garota decidiu que ainda não era hora de se lastimar por seu bebê ou até mesmo por Newt, pois teria tempo o suficiente para fazer isso quando saísse dessa merda de lugar.

          

Brooklyn se levantou com certa dificuldade e percebeu que Thomas havia a escondido atrás de um pilar.

Ignorando as fisgadas fracas que sentia no útero, a garota correu para fora da estação de trem, por entre Cranks e alguns policiais que ainda lutavam, tentando passar despercebida.

Cinco quadras depois, Brooklyn viu a imagem de uma enfermeira sendo prensada contra uma parede com um Crank tentando mordê-la. A garota teria ignorado a cena, se o Crank não tivesse chamado sua atenção. Era Newt.

Brooklyn se aproximou correndo e empurrou o Crank para o chão, Newt desviou a atenção da enfermeira e guincho para a garota, que atravessou a rua e entrou na loja que havia do outro lado por um vidro quebrado. Newt no seu encalço.

Brooklyn se curvou para se esconder atrás das roupas nos varais da loja, pensando em uma maneira de prender Newt e de escondê-lo. Até encontrar, em uma das paredes, um letreiro indicando os banheiros.

A garota se levantou e assobiou, vendo Newt virar em sua direção com uma cara horrível. Brooklyn correu em direção aos banheiros e antes que pudesse abrir uma das portas, sentiu o corpo ser agarrado e jogado no chão, logo Newt subiu em cima dela.

– Newt! – Brooklyn gritou, esperando que o garoto voltasse a consciência outra vez, mas não aconteceu.

Brooklyn se debatia para se soltar, mas o garoto parecia tão forte quanto antes. A garota gritou ao sentir os dentes de Newt no seu ombro esquerdo, furando sua pele.

– Brooklyn aqui! – Ela ouviu uma mulher chamá-la.

Era a mesma enfermeira que Newt tentava agarrar minutos atrás. A mulher abriu a porta do banheiro atrás de Newt e Brooklyn reuniu todas suas forças para afastá-lo e, com as pernas, empurrá-lo para dentro do banheiro.

A enfermeira fechou a porta e uma outra garota apareceu para ajudar Brooklyn a se levantar. Olhando melhor para a enfermeira, Brooklyn reconhecida ser Brigitte, a enfermeira do complexo do Cruel para onde eles foram levados depois do Labirinto.

– O que aconteceu com você?! – Brigitte perguntou, se referindo ao sangue na calça.

– Sofri um aborto espontâneo – Brooklyn respondeu.

A garota voltou para o centro da loja e pegou uma calça limpa do cabide, sendo seguida por Brigitte e pela outra menina que aparentava ter a mesma idade de Brooklyn.

– Precisam dar o fora daqui! – Brooklyn informou o óbvio, trocando de calça.

– E pra onde iríamos? – Brigitte perguntou – Eu e algumas outras pessoas estamos juntando suprimentos para nos escondemos até esse caos acabar.

– Onde estão os outros? – Brooklyn perguntou, agora trocando de blusa.

– Já estão no nosso esconderijo – Brigitte respondeu – Só voltei para buscar minha irmã, Margo.

Brooklyn reparou na menina que havia a ajudado a se levantar, percebendo que ela era parecida com Brigitte.

– Estamos de carro! – Brigitte informou – Você vem com a gente?!

– Não – Brooklyn respondeu, saindo da loja com as duas em seu encalço – Mas quero uma carona até o prédio do Cruel.

– Você tá maluca?! – Foi Margo quem disse – Aquele prédio é o principal alvo para essa gente doida!

– Eu sei – Brooklyn respondeu, agora ela seguia Brigitte e Margo até o carro  – Mas meu irmão está lá e eu não vou deixar ele para trás.

– E depois?! – Brigitte perguntou.

– Eu não sei – Brooklyn respondeu, sendo sincera.

Brigitte dirigia a toda velocidade e em menos de sete minutos, elas pararam no estacionamento do Cruel. Brigitte se virou para trás e deu a Brooklyn um mapa das ruas da cidade, com um "x" feito em vermelho sobre um imóvel.

– Se alguma coisa der errada é ai que estaremos – Brigitte disse, se referindo ao lugar marcado no mapa – Boa sorte, Brooklyn!

– Obrigada – Brooklyn disse, pegando o mapa e o dobrando até ele caber em seu bolso da calça.

Brooklyn desceu do carro e logo Brigitte deu partida e saiu. A garota correu até a entrada do prédio, quando se deparou com vários carros dos seguidores de Lawrence parado ali, mirando armas potentes, como bazucas, para o prédio.

– Ei! – Brooklyn gritou e correu até o que pareceu ser o novo líder deles, que não parava de gritar comandos – Ei! Não podem atirar contra aquele prédio! Meu irmão está lá dentro!

– E o que te diz que nos importamos?! – O homem perguntou.

– Eu digo! Vocês estão nos devendo um favor! – Brooklyn disse – Se não fosse a gente, vocês teriam sido bombardeados naquele portão!

O homem a encarou por alguns segundos, tentando procurar em sua expressão alguma chance de jogar com Brooklyn, mas não encontrou, então suspirou.

– Você tem dez minutos! – O homem disse – Se vocês não saírem de lá nesse tempo, diga adeus ao mundo!

Brooklyn correu em direção ao prédio, escutando o homem gritar ao outros que esperassem um pouco. A primeira coisa com que a garota se deparou ao entrar no prédio foi o corpo de Ava Paige sobre uma possa de sangue que escorria do seu próprio peito. Ao lado dela, Brooklyn reconheceu a arma do irmão, qual ela pegou.

Brooklyn correu para as escadas e começou a subir o mais rápido de podia, sem parar para reparar em quantos andares ela já havia deixado para trás. Quando ouviu um vidro se quebrando, Brooklyn saiu das escadas para o corredor daquele andar.

Brooklyn ouviu os gritos de Tereza e de Thomas e mais vidro se quebrando, até ela olhar para uma das salas e entender o que estava acontecendo: Tereza lutava contra o homem rato, enquanto Thomas tentava se soltar da maca em que fora amarrado.

A garota começou a correr em direção a eles, mas o homem rato havia batido a cabeça de Tereza contra a mesa de aço, que desmaiou, e Thomas se soltou, correu contra Janson, o agarrou e os dois bateram contra as paredes de vidro da sala, que se reduziu a cacos.

Janson acertou um soco em Thomas, que revidou com dois, se desequilibrou e caiu de joelhos, fazendo uma oportunidade perfeita para o homem rato o enforcá-lo com a própria camisa.

Brooklyn correu até eles e quando estava bem próxima, pulou e acertou uma joelhada na garganta de Janson, que caiu tossindo.

– Nostalgia?! – A garota sorriu e chutou o rosto do homem.

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dois porque sou legal

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