Capítulo 5 🌷

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"PARE! POR FAVOR... SÓ PARE..."

LILI REINHART POINT OF VIEW.

Depois da apresentação e da troca de olhares com Cole, continuamos dançando. Estava me sentindo um lixo me exibindo em cima de um palco enquanto um bando de homens ficava observando. Aquela vida não era para mim.

Depois de um longo banho, vesti meu blusão que sempre usava pra dormir e me sentei na janela que tinha ali no quarto. Chorei em silencio enquanto as meninas dormiam. Eu tinha me deixado levar por um sonho que jamais se tornaria realidade! Estar longe da minha mãe doente, sem saber o que estava acontecendo com ela, se o dinheiro estava chegando até lá para ajuda-la com o tratamento... Sem saber de nada. Eu não quero ficar aqui nem mais um dia.

Enquanto penso em um jeito de sair desse lugar, sinto como se estivesse sendo observada e automaticamente olho pra cima e encontro aqueles olhos frios fixos em mim.

Continuei encarando ele na sacada de seu quarto e enxuguei meu rosto com a manga da blusa. Algo nele me atraia por completo, e eu precisava descobrir. Aqueles olhos me hipnotizavam, mas a realidade me puxou de volta. O cansaço estava me matando, levantei e fechei a cortina. Deitei na cama e dormi, planejando uma fuga para ser executada logo que amanhecesse.

Quando amanheceu Vanessa veio me acordar.

- Lili acorda, temos que ensaiar para hoje a noite. - disse sacudindo meu ombro.

- Me deixa dormir! Não estou me sentindo bem. - cobri a cabeça, me encolhendo na cama.

- Ai meu Deus, você está ardendo em febre. - falou colocando a mão em minha testa por baixo da coberta.

- Eu vou ficar bem! Só preciso ficar quieta. Se alguém perguntar, diz que não estou me sentindo bem.

- Tudo bem! Melhoras. - beijou minha testa e saiu.

Ela saiu e continuei deitada. Depois de um tempo, levantei, tomei um banho e desci para a boate. Onde Madelaine me esperava para um ensaio solo, já que de acordo com ela, Cole exigiu que eu tivesse um, para dobrar os lucros que tiveram na noite anterior. No meio do ensaio Cole apareceu para estragar meu dia e nós nos desentendemos, o que fez com que eu cuspisse sem eu rosto e chorasse em sua frente.

Depois, o filho da puta me deu um beijo tão violento que acabou machucando minha boca, porém me vinguei e mordi seu lábio com tanta força que pude sentir o gosto de seu sangue em minha boca, só então ele saiu e pude voltar a ensaiar e planejar minha fuga.

Primeiro eu precisava saber quantos seguranças haviam na entrada e nos fundos da boate. E depois fugir pela saída mais fácil. Eu estava decidida a me arriscar para fugir desse inferno. Se eu conseguir sair daqui, volto depois para buscar as meninas.

Me aproximei dos fundos da boate e vi a porta de saída de emergência. Graças a Deus só havia um brutamonte vigiando. Abri a porta com cuidado pra não fazer barulho e na primeira oportunidade que tive, sai correndo pelas costas do segurança. Virei a esquina e corri procurando por uma delegacia ou algum guarda que pudesse me ajudar. Iria colocar meu curso online de Italiano a prova no exato momento em que eu encontrasse uma delegacia.

Passei pela porta correndo esbarrando em alguns policiais que estavam saindo e parei no balcão ofegante.

- Por favor, eu preciso de ajuda. - Falei em Italiano olhando para o rapaz que estava na minha frente.

- Moça se acalme! O que aconteceu? - segurou minha mão. - Me diga com calma e eu vejo o que posso fazer pra te ajudar. - Respondeu educadamente num Italiano perfeito.

          

Antes que eu pudesse voltar a falar outro policial moreno, alto e com os olhos meio puxados segurou meu braço e disse que assumiria dali.

- Vamos até minha sala, eu posso te ajudar. - disse enquanto me guiava para sua sala.

- Eu não tenho tempo para esperar, preciso sair daqui urgente. - falei puxando meu braço. - Eu fui traficada e obrigada a me prostituir. Pegaram todos os meus documentos e eu preciso voltar pra minha casa.

Ele me olhou com a sobrancelha arqueada e ficou atento enquanto eu falava. Depois pediu licença e saiu da sala, voltando em seguida para me levar com ele.

- Vamos! Vou tirar você daqui. Quando vi você conversando com o Jordan resolvi intervir, faz muito tempo que eu estou aqui como infiltrado do FBI para investigar sobre o trafico de pessoas. - Disse entrando no carro.

- Tem mais quatro meninas onde eu estava. Você precisa ajuda-las!

- Pode deixar. Vou cuidar delas. - Parou o carro e desceu, abriu a porta de trás e me puxou pelo braço. - Ou melhor, o Sprouse vai cuidar de vocês. - Sorriu sacana e então reconheci a porta da boate.

- Você trabalha pra ele.

- Muito esperta. Porém burra por achar que um cara como ele seria idiota pra não colocar seus lacaios em todos os lugares daqui.

Adentramos a boate e eu pude vê-lo parado com fúria nos olhos e braços cruzados.

- A fugitiva, Sr. Sprouse. - ele entrou e a empurrou para mim.

- Obrigado, Charles. Agora pode deixar que eu cuido dela.

- Mas não a machuque muito. Me parece muito gostosa e eu adoraria conhece-la, numa noite dessas. - ele riu e saiu. Meu estomago embrulhou.

Cole segurou firme meu braço chegando mais perto de mim. Eu estava assustada e desapontada pela tentativa de fuga mal sucedida.

- Você se acha a espertinha, não é? Eu já te disse que você não passa de uma vaca burra. O que estava planejando? Sair por ai sem dinheiro e documentos? Precisa planejar melhor, minha querida.

Eu não respondi, então ele me deu um tapa no rosto e agarrou meus cabelos.eu coloquei a mão no rosto e abri a boca. Sua mão ficou perfeitamente desenhada em meu rosto úmido. Estava ardendo demais, mas eu simplesmente fiquei sem reação.

- A boate vai abrir em alguns minutos, acho bom você estar pronta e bem maquiada. Como punição, já que essa foi sua primeira tentativa de fuga, ficará até tarde limpando tudo. SOZINHA. Inclusive os quartos que ficam nojentos depois de algumas horas de uso. -Sorriu pra mim. - Da próxima, pense muito bem antes de tentar sair daqui. Porque não vai querer provar dos verdadeiros castigos.

Ele me soltou e saiu. Mas ouviu o meu sussurro.

- Ficar na sua presença já é um castigo.

- O que disse? - ele se virou me encarando.

- Boa noite, Sr. Sprouse.

Eu sai em direção aos camarins, para me arrumar, já estava quase na hora de mais uma apresentação e eu estava sozinha no dormitório. Tomei meu banho e fiquei enrolada na toalha enquanto procurava uma lingerie na mala. Acabei deixando cair uma foto da minha mãe comigo e Chloe no colo quando ainda éramos crianças. Senti meus olhos marejados e me sentei novamente na janela, da noite passada, deixando as lagrimas caírem pelo meu rosto enquanto eu beijava e segurava a foto em meu peito. Eu precisava ser forte! Por minha mãe e minha irmã.

Tinha que ser forte e passar por tudo aquilo pelo dinheiro que minha mãe tanto precisava. Barbara bateu na porta me chamando e eu enxuguei o rosto.

Hell, To HeavenWhere stories live. Discover now