FILHOS DA NOITE-Descendente (Concluído)

**Capítulo dez**

 

   Se Hilly havia ficado mais nervoso do que na noite anterior, fora naquela manhã inquietante.
Sua irmã estivera dormindo por intermináveis 23h horas seguidas, e sabia que Sibelle tinha algo haver com aquilo de alguma maneira.
  A raiva o tinha dominado em meio à preocupação e o desespero quando todas as tentativas de acordar Lucrécia, tinham sido gastas inutilmente.

    Ameaçara Sibelle na noite anterior quando ela se quer, fingia estar preocupada pelo estado da tão querida amiga. Pro inferno a amizade que dizia sentir, apenas Lucrécia era idiota o bastante para acreditar na Kinla. E teria cumprido a ameaça feita se, Sibelle não tivesse entrado naquele quarto e feito sabe lá o que para despertar Lucrécia.
  Não fizera grande coisa na verdade, e Hilly esperava ver ela execultando alguma magia no intuito de acordar Lucrécia, mas ela simplesmente cortou o pulso e deixou que Lucrécia mesmo inconciente, ingerisse o líquido.

  Hilly ficara surpreso ao ver aquilo, mas desconhecia totalmente qualquer outra ultilidade do sangue de uma Kinla. Por tanto, ficou surpreso não só em descobrir que além de ter a magia correndo em suas veias sem o impedimento do selo, mas Sibelle também revelara quão forte era o sangue de uma Kinla.
   Não viu a hora que ela deixara o quarto naquela manhã, mas pôde brigar com Lucrécia por ter sido descuidada para ter caído em um truque tão baixo.

  Mas sua irmã insistira que estava realmente cansada e que mencionara querer descansar um pouco. Ela defendera a amiga com afinco, deixando-o com mais raiva. Ele saiu do quarto e desceu às escada com pressa, iria atrás de Sibelle e a obrigaria a revelar seus planos, foi quando escutou a voz de Sibelle vinda do saguão. Parecia raivosa. E de repente sentiu uma rajada de vento passar por ele com tanta força, que achou que cairia da escada e rolaria os degraus abaixo.

  Ouviu o grito de Lucrécia vindo do andar de baixo e se pôs a descer mais rápido. Tinha deixado a irmã no quarto a meros segundos atrás, e naquele instante ela estava no saguão onde parecia estar havendo uma briga.
  Quando chegou, viu Lucrécia dominando uma mulher através da magia Valdor. Ela estava causando uma dor mental na estranha que gritava e se encolhia no chão em agonia.

  Sibelle estava caída no piso enquanto de seu pescoço, o sangue escorria e molhava o rosto e o cabelo.

__Porcaria!__xingou indo de encontro a ela. Ele olhou o local e viu: não era um corte grande, mas perfurara a veia com precisão, e o sangue escorria causando o pânico em suas entranhas. A única coisa que conseguiu fazer foi apertar o local com a mão, na infeliz tentativa de estancar o sangue.__Ermi!!__gritou o mais alto que pôde.__Ermi!__voltou a falar.

  Em menos de um minuto depois o Verena surgiu no saguão e olhou ao redor. Nichal estava a seu lado e ambos tinham uma expressão confusa.

__O que você fez?__Nichal disse se aproximando dele ao ver o que acontecia.

__Eu não fiz nada, já a encontrei assim. Dê um jeito em Lucrécia ou ela vai matar aquela mulher.

  Falou e os dois olharam para Lucrécia que ainda torturava a mulher desconhecida.
Nichal foi de encontro à Lucrécia, mas ela se voltou para ele, deixando de lado a mulher que já inconciente, parou de gritar.
  Ela se aproximou de Hilly e se abaixou olhando para ele.

  Seus olhos estavam dourados e uma expressão de dor tomava conta do seu rosto perfeito. Suas presas pontaram e Hilly não teve certeza do que ela iria fazer. Afinal mesmo o sangue de uma Kinla sendo ruim, ainda era sangue, tinha o cheiro comum e causava tal reação em Lucrécia. Por fim ela afastou os dedos dele sobre a pele de Sibelle e cobriu o corte com a própria mão. Com a outra ela espalmou sobre a mão ferida da não mais ruiva.
   Ela ainda olhava pra ele com a magia Dareen controlando-a quando enfim tirou a mão e ele viu, a pele estava intacta novamente.