2- Oi, eu sou o Kai!

1.2K 81 2
                                    


Kai pov

Acordei exaltado, com a respiração ofegante e o corpo coberto de suor. A porra do sonho que me deixou nesse estado também serviu para me enfurecer.
⁃ Que ótimo, eu estou preso a 18 anos por ter matado meus irmãos, e agora fico fantasiando um romancezinho patético com a Bennett. Resmunguei para mim mesmo.
No meu sonho, eu transei enlouquecidamente com Bonnie, e dormimos abraçados, pude sentir o cheirinho de melancia dos seus cabelos que caiam sobre meu rosto. Apertei sua cintura sentindo seu bumbum pressionar minha ereção, ela virou sorrindo, seus olhos verdes brilhavam como pedras líquidas, o sorriso e as covinhas pareciam irreais de tão perfeitos. Eu estava virando um grande maricas. Nunca liguei pra nenhuma dessas babaquices românticas, mas o fato de ficar apenas fantasiando com Bonnie estava ferrando com tudo. Eu precisava me apresentar a ela, ver como ela reagiria a mim, e então decidir a melhor tática para levá-la até minha cama, será que valeria a pena conquista-lá ou apenas pegar o que eu queria?

Bonnie pov

Mais um dia em que acordo cedo, tomo café e vou para o jardim, meditar e tentar recarregar minha magia. Mais um dia em que eu falhou miseravelmente.
⁃ Quando é que você vai desistir? Damon cantarolou enquanto me olhava, ele estava de pé na varanda com seu costumeiro copo de uísque, enquanto eu estava sentada em posição de lótus na grama, com algumas velas e grimórios antigos.
⁃ Quando eu recuperar minha magia, eu vou voltar sem você e terei que dizer a todos que você morreu e encontrou a paz. Falei abrindo os olhos para encarar aquele olhar azul e um sorriso cheio de cinismo.
⁃ E o que te faz pensar que é a sua magia inexistente que vai te tirar desse inferno? Damon perguntou dando um gole na bebida.
⁃ A magia nos trouxe aqui, ela é quem vai nos tirar. E até onde me lembro você é um sanguessuga e não um bruxo, então se tem esperanças de sair daqui, sugiro que me deixe em paz. Respondi voltando a me concentrar. Fechei os olhos e respirei fundo, os passos de Damon se aproximaram e eu voltei a olhar para ele, perdendo a paciência.
⁃ O que foi agora? Perguntei irritada.
⁃ Já faz dois meses que estamos tentando, não quero que se iluda imaginando que o Jeremy está sozinho esperando você milagrosamente voltar da morte. A simples menção do nome de Jeremy me fez levantar em um pulo, eu encarava Damon nos olhos completamente irada com aquela provocação.
⁃ Você está dizendo isso pra mim, mas seu medo é que a Elena tenha seguido em frente e te esquecido. Quem sabe seu irmão tenha consolado ela e eles reataram? Falei com todo o veneno que sentia circular por minhas veias. Damon trincou o maxilar e apertou o copo tão forte que o quebrou espatifando cacos de vidro pela grama, o líquido derramando por entre seus dedos, enquanto seus olhos não desviaram dos meus por nenhum segundo, uma vibração estranha percorria nossos corpos que estavam quase colados, podia sentir sua respiração forte pela raiva bater no meu rosto, e aquele perfume amadeirado combinado com o aroma alcoólico do uísque me faziam sentir uma leve tontura.
⁃ Elena ainda vai chorar minha perda por algum tempo, mas o pequeno Gilbert, não tem muito a perder, não é!?. Ele falou me olhando dos pés à cabeça. Aquele maldito vampiro estava insinuando o que? Que sou feia, ou que não valho tanto a pena?
⁃ Não é o que parece já que você me come com os olhos sempre que tem a chance. Falei sem pensar, mas não titubeei e nem desviei o olhar dele. 

  ⁃ Eu como, é? Ele sorriu de lado e eu arregalei os olhos completamente surpresa por ele não negar.
⁃ Olha Damon, eu admiro seu amor pela Elena, mas não vou tolerar que me diminua, eu não sou menos mulher que ela. Bem, isso em partes era mentira, Elena desde nossa adolescência era cobiçada pelos garotos, disputada sempre como a mais popular do colégio, e eu era só a amiga nerd. Despertei do meu devaneio quando Damon encurtou nossa distância e me puxou pela cintura, seus lábios roçavam os meus e meu coração parecia querer sair pela boca. "Que loucura é essa?" Pensei apavorada. Ele ficou parado com os lábios entreabertos nos meus, tenho certeza que para quem visse de fora, a cena era muito estranha, mas eu não sabia o que fazer, desejei avançar para beija-lo mas era isso que ele queria, estava me testando, me provocando. Eu queria que Damon me beijasse? Queria, sem sombra de dúvidas! Eu sentia um tremor nas pernas e o maldito coração esmurrando meu peito, e tenho certeza que ele ouvia cada palpitar acelerado, quando inesperadamente a campainha tocou. Demorei alguns segundos pra entender o que estava acontecendo, Damon olhou para dentro da casa sem me soltar, minha mão repousada em seu peito desde quando ele me puxou e eu quase perdi o equilíbrio.
"DING DONG"
O som inesperado da campainha ressoou mais uma vez.
⁃ Que brincadeira é essa? Damon me olhou deduzindo que eu estivesse usando magia.
⁃ Não fui eu. Disse me soltando do abraço dele. Quase cai quando ele largou minha cintura, as malditas pernas ainda trêmulas.

Prison World - BonkaiOnde histórias criam vida. Descubra agora