♦ Capítulo 13 ♦

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Bagunça:

Falta de ordem; confusão, desorganização.


O CÉU JÁ ESTAVA ESCURO QUANDO PENNELOPE olhou pela janela do quarto de Five. A luz solar havia ido tão rápido que ela sequer tinha notado, concentrada apenas em colocar sua mente no lugar. Estava deitada na cama, olhando fixamente para o teto, pensando no que fazer. Ela queria tanto que tudo fosse mais fácil, e que ela pudesse ter tido uma vida normal como qualquer um no mundo, mas isso lhe parecia tão estupido. As chances que tivera disso acontecer a colocaram na rua, apavorada e sozinha, e não havia outra saída além de entrar na vida que tinha hoje. Mesmo que ela se lembrasse exatamente quando se cansou disso e quis sair da primeira vez. O que havia a convencido a ficar? A juventude eterna ou o medo de nunca se encaixar?

As vezes ela se recordava de como foi ter que tirar a vida de alguém pela primeira vez, e ainda sentia arrepios correndo por sua pele. 

Moveu seu olhar para um relógio de ponteiro pendurado ao lado da porta do quarto, notando já serem pouco mais de 20h, e se perguntou se Five realmente voltaria para casa. Talvez algo houvesse acontecido com ele, pensou, e ele esteja em apuros. Ou até mesmo morto. Era estranho se preocupar com ambas as opções para Pennelope. Ela sabia que Five poderia muito bem se cuidar sozinho, afinal ela viu com seus próprios olhos na loja de donuts algumas noites antes. Ele havia sido um bom agente, ela imaginava.

O garoto podia não ser tão ruim quanto a garota pensava, mas tudo o que ele atraia eram problemas. Era dificil lidar com tudo isso, mas ela não queria ir. 

Ela não queria matá-lo.

Pennelope arregalou os olhos com a conclusão que tivera, se sentando bruscamente na cama. Ela não tinha que querer nada, ela nunca quis, sempre foi seu trabalho. Porém, naquele momento, a ideia de tirar a vida do garoto lhe parecia tão insana, doentia, como se nunca houvesse feito coisas piores com as próprias mãos. A garota se sentia pressionada pelo desejo de mantê-lo seguro e bem, com seus comentários arrogantes e sua paixão esquisita por um manequim. Five a fazia se sentir bem, como havia se sentido em um passado distante. E ela não queria perder aquilo. Não dessa vez.

Ela se levantou, se espreguiçando e decidindo ir para cozinha beber algo. Alguns goles de álcool não fariam mal a ninguém, não é? Five não voltaria tão cedo, nenhum dos irmãos dele pensariam em ir falar consigo, e alguns shots de vodka a fariam pensar melhor. Ela pensava com mais clareza quando não estava sóbria.

Enquanto seguia em busca da grande escadaria para o primeiro andar, ela passou por uma porta entre-aberta, por onde ouviu sons de água respingando. Imaginou que alguém estava tomando banho ali, e ao ouvir o baixo cantarolar de Klaus, ela confirmou suas suspeitas. Ele devia fechar a porta para tomar banho, pensou. De qualquer modo, o ignorou e continuou seu caminho. Quando finalmente parou em frente ao armário de bebidas, ela não conteve um suspiro frustrado ao notar que não havia vodka alguma, apenas alguns vinhos e whiskey. Era exatamente como uma casa de rico.

Além disso, o armário estava trancado, então ela se contentou em ir até a cozinha para beber um copo de suco.

Quando finalmente terminou, se dirigiu novamente até a sala, se deitando em um dos sofás e fechando os olhos. Tentou relaxar sua mente, remover toda a preocupação de si para pensar de forma clara. Encontrar qual seria o seu bem maior naquela história. Pelo quê queria lutar. Foi quando o som ecoou por toda a casa.

Tiros.

Pennelope arregalou os olhos, se levantando de forma rápida do sofá. Ao que conseguia perceber, os tiros não vinham de muito longe, e pareciam vir de mais de uma arma. Identificou o som como vindo de sua esquerda, no mesmo lugar onde havia conhecido Allison, e próximo de onde Five havia pego suas roupas.

Mission Of The CopyCat ※ Number FiveOnde histórias criam vida. Descubra agora