Um aniversario de contos de fadas - Parte 1

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O dia do aniversario de cinco anos da pequena Mills-Lockesley já havia passado, mas não poderiam deixar de comemorar um momento tão especial para a menina e, para todos que tinham o privilégio de conviver com ela, receberem e sentirem seu amor em forma de beijinhos mágicos. Por isso, quase duas semanas depois, seria a festa de comemoração dos cinco anos da loirinha.

Há cinco anos ela enche os corações dos pais do amor mais puro que existe, há cinco anos ela os ensina os melhores valores da vida. Há cinco anos Regina aprendeu o que é ser mãe, a sentir um sentimento infinitamente maior do que tudo que já sentira, a viver e aproveitar cada minuto, a ser feliz incondicionalmente ao lado da família que construía com seu marido, e, por falar nele, Robin passou a amar ainda mais sua esposa – coisa que ele jamais imaginara que fosse possível, pois ela o tinha dado o melhor presente que ele poderia pedir aos céus. Tinha lhe dado seu maior motivo para perseverar todos os dias, soube que sua vida estava completa no mesmo instante que mirou as miúdas orbes claras quando sua princesa nascera. Há cinco anos tornou-se um homem melhor e, consequentemente, um melhor marido e pai... Durante esses anos, de curto tempo, porém, os melhores que já tinham vivido, os adultos presenciavam o amor na sua mais pura essência, e tudo graças à garotinha deles.

Emilly veio ao mundo para mostrar que, o amor que o casal sente um pelo é grande demais para que permanecesse apenas em seus âmagos ou em cada poro de suas peles; sim, eles se amavam com cada poro e extensão dela. Então, esse amor se transformou no fruto mais lindo, materializando-se em um pingo de gente, dona de olhos claros como o mar, cabelos dourados como o raiar do sol e uma alegria que contagiava a qualquer um. O que sentiam um pelo outro era tão grande e de uma intensidade tão sem igual que a menina transformou isso em uma coisa ainda mais singular e absurda. Absurda para o entendimento humano, não para o único músculo que não precisava de ideias lógicas. Que batia incessantemente cheio de amor. Ele só sentia. Da melhor maneira possível. E da única maneira que poderia ser feito.

Olhando-a dormir, com seus cabelos claros - igualmente aos do pai - levemente bagunçados e a face serena tal qual de um anjo, a morena sentia-se a mulher mais privilegiada da terra. E, de fato era.

Regina estava sentada na beirada da cama da filha, velando seu sono. De vez em quando, ela se pegava ali, queria ter certeza se tudo o que vivia não era um sonho. Com a ponta dos dedos, e com todo o cuidado para não acordá-la, Mills passeava por toda a extensão do pequeno rosto de anjo da menina, que ao sentir o toque da mãe mexeu o nariz. Robin vivia dizendo que elas eram uma cópia da outra, mesmo que não fisicamente. Sorriu. Continuou acarinhando ora os fios dourados ora a pele macia da criança, sentindo seu coração ser preenchido por um sentimento sem igual e uma paz tranquilizadora.

Não sabia por quanto tempo estava ali, saiu de seus devaneios assim que escutou um movimento vagaroso na porta do guardo, mirando na direção a qual estava seu marido admirando, com um sorriso no rosto, a cena de mãe e filha.

- Vim ver se ela já tinha acordado. – disse quase que em um sussurro, encostando a porta para que não batesse e se aproximando das duas.

- Ainda não, quis velar um pouquinho do sono dela – proferiu as palavras a Robin, que já estava ao seu lado, fazendo-o sorrir ao escutar o que fora dito por ela. Ele já perdera as contas de todas as vezes que encontrara a esposa velando o sono da filha. – Às vezes fico pensando se tudo isso não é um sonho. – seus dedos ainda acarinhavam a menor, enquanto prendia o lábio inferior e soltava um suspiro de apreciação. - Olha o tamanho que ela está. – seus olhos foram da garota ao marido, logo retornando para o pequeno corpo que repousava em meio aos lençóis de unicórnio. Ela amava unicórnios. – Nossa pequena já tem cinco anos, amor! – bradou com a voz afetada. – Tudo passou tão rápido, daqui a pouco ela estará ainda mais independente do que já é. – ela disse fazendo bico, o olhou novamente e eles compartilharam um sorriso de concordância. – E ela nem precisará mais de mim. – disse baixinho, como se daquele modo pudesse ludibriar o tempo.

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