Capítulo 1

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Jeon Jeongguk, o segundo na linha de sucessão ao trono de Naslam!

Eu odiava aquele título, na verdade eu não sabia o que achar dele, passei metade da minha vida preso dentro daquele castelo, sonhando em um dia desbravar o mundo e conhecer as surpresas que a terra pode me dar, bem eu sonhava por que aquilo não iria acontecer, com tanta segurança dentro daquele lugar duvido que eles me deixassem ir sozinho a algum canto.

Eu via todos os dias as pessoas andarem pelos largos mercadões que existia fora dos muros do palácio e ficava curioso em saber como devia ser comprar e usufruir daquilo que se batalha para conseguir, segundo meu pai eu sou muito curioso e a curiosidade pode matar um rei, aquelas palavras me faziam rolar os olhos, a curiosidade poderia abrir novos horizontes e fazer você descobrir coisas impensadas, raiva eu tinha daqueles que não eram curiosos e cheios de perguntas.

Todos os dias eram seguidos de tarefas e deveres que eu deveria cumprir, coisas chatas e burocracias que cercavam minha vida, segundo meu pai eu devia ser como meu irmão dedicado e concentrado, focado nos assuntos de um reino que um dia seria meu, em resumo chato demais.

O mundo me intrigava e eu queria o descobrir, não pense que eu era um príncipe infeliz e encarcerado dentro do meu lar, ao contrario disso, meus pais me davam amor e muito educação, mas mesmo tendo tudo aquilo, mesmo tendo muitos amigos eu sentia que faltava algo, algo que eu descobriria fora daqueles portões e daquela pompa toda.

Felizmente eu tinha amigos que me entendiam e estavam dispostos a me ouvir, quando saímos ou quando recebia suas visitas era aquela pompa toda mesmo não gostando e isso me incomodava, eu falava que torcia para que um dia andássemos sem as pessoas se curvarem o tempo todo, ou procurarem o melhor só por causa do meu titulo, mas infelizmente aquilo não aconteceria já que um dos meus amigos estava sendo treinado para a função de rei e outro estava a poucos dias de receber a coroa.

Dar uma simples volta no reino já se tornava um evento, e mesmo mostrando meu melhor sorriso, minha mente ainda se perguntava se era possível ter uma aventura sozinho sem ser reconhecido, e então foi ai que aconteceu...

(...)

Lembro-me que era um dia ensolarado, aquela roupa aquecia até a minha alma, mas segundo minha mãe as roupas reais eram necessárias para passar um ar de beleza para os súditos, a meu ver era só de superioridade mesmo, não via a hora de tirar aquilo, meus pais desfilavam na carruagem e eu e meu irmão a cavalo (coisa brega demais) e lá avistei aquele rosto risonho eu não sabia seu nome, mas havia gravado suas feições, ela era claramente uma mestiça, seus cabelos se enrolavam não pontas e não eram totalmente pretos, pelo seu jeito mostrava tedio ao conversar com a amiga e se me lembro bem aquela que estava ao seu lado era Park Moon a escudeira de um dos meus amigos.

Nos encaramos por breves segundos e foi o suficiente para eu entender o que ela estava falando: 'e novamente eles pisam em nós com sua soberba e seu dinheiro, dinheiro que sai de nossos bolsos' eu sorri, finalmente uma garota que não me achava um príncipe encantado e sim me odiava, não tirava a razão dela de odiar a realeza, aparecíamos raramente e mesmo assim não fazíamos o contato devido com as pessoas que devíamos agradar, sempre que falava disso com meu pai ele achava burrice, mas meu irmão entendi só que tinha medo de mudar os padrões.

Se um dia eu a encontrasse novamente, diria que está certa e também errada; errada ao pensar que todos são iguais, há aqueles que enxergam o futuro e querem fazer diferente, mas as tradições e os padrões os prendem, um dia seria a minha vez e eu a provaria que nada iria me prender, eu mostraria para todos de Naslam que um rei pode ser acessível a todos e o melhor, não precisa viver tirando o pouco que seus súditos possuíam.

Senti meu coração se aquecer, mas não foi devido à roupa quente, Namjoon hyeong sempre dizia que quando sentíamos nosso coração daquele jeito devíamos o ouvir, ou melhor, nos concentrar no que nos fez ficar assim, talvez uma vontade, talvez um desejo; no meu caso era melhor: eu queria mostrar/ provar que tudo aquilo podia ser diferente. Gostaria de substituir aqueles rostos entediados por sorrisos de orgulho.

Eu só precisava fazer algo antes...

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