Bruna Martins ON
Minha bochecha arde e sinto gosto de ferro na boca. Ele me deu mesmo um tapa?
Lua me disse que ele nunca bateu em mulher! E a tonta aqui foi acreditar que estava a salvo. Lógico que Lua não mentiria, mas ele é um traficante, um monstro e é isso que fazem. E de monstros eu quero distância, basta o que Rubens já me fez passar!
Olho pra ele com lágrimas saindo de meus olhos, noto mais raiva em seu olhar e parece que é com ele mesmo. Também noto que fica mais lúcido.
KC- O que você está olhando? - rosna, é parece que não tão lúcido. E isso me assusta pra caralho! - Que outro tapa? Ah, não vadia gosta de outra coisa! - Vem em passos lentos até mim e me afasto de vagar até sentir minhas costas na parede fria. - Está com medo amor? - seu corpo muito mais alto que o meu e forte está na minha frente me mantendo presa.
Um soluço escapa de meus lábios e um arrepio percorre todo meu corpo, mas claro que tento me manter firme mesmo falhando miserável-mente.
Bru- Fica longe de mim! - Tento empurrar ele que nem se meche só me manda um sorriso debochado. - Sai Kayke... - uma lágrima escapa de meu rosto e o mesmo passa sua língua secando a mesma.
KC- Eu sou um idiota! - O olho sem entender. - Eu coloquei todos vocês em perigo! Eu só faço merda! - Um arrepio percorre todo meu sistema, e uma sensação estranha se faz presente em meu peito. Sinto que essas palavras não eram pra está sendo ditas.
Bru- Do que você está falando? - Ele me olha triste e irritado ao mesmo tempo. - Kayke... - coloco minhas mãos em cada lado de seu rosto e olho fundo em seus olhos verdes acinzentados que parecem ler minha alma. - o que está acontecendo? - Ele não diz nada só me encara intensamente, seus olhos ficam um cinzento escuro que me da medo. Parece que agora sim ele está totalmente lúcido.
KC- Vá!- Queeee??? Retiro o que disse, ele está muito drogado, totalmente! - Vá, já liberei sua saída, deixei um carro no pé do morro pra você com um dinheiro vai da pra alugar alguma coisa, finja que não me conhece, suma pra sempre! Nunca mais bote seus pés aqui ou em qualquer morro, seja uma mulher normal longe de tudo isso!
Bru- Do que você está falando? - Ele tira minhas mãos de seu rosto se afastando bruscamente. Vejo o quanto está irritado, seus olhos estão em um tom de cinza escuro que eu acho impossível de um ser humano ter. O mesmo passa as mãos no cabelo nervoso, seus olhos estão vermelhos como se estivesse evitando chorar. Ele se vira de costas.
KC- Eu disse vá! - diz com uma falsa calmaria. - Sai Bruna, não volte mais!
Bru- M-mas... - vou andando até ele que ainda está de costas, quando vou tocar seu ombro o mesmo fira de uma vez segurando meu pulso com uma certa força, mas não machuca...acho que é o que ele menos quer, apesar de já ter feito. - Kayke...- minha voz sai em um sussurro, o mesmo olha em meus olhos.
KC- Não me obrigue a lhe botar pra fora Bruna!- seu olhar cai sobre minha boca.- acredite em mim eu não quero fazer isso!- volta a olhar em meus olhos.
Bru- Mas, Kayke eu...
KC- EU DISSE VÁ! - solta maus pulsos de uma vez. - Arrume suas malas e vá embora da minha casa do meu morro. Quando voltar não quero mais te ver aqui! - dito isso ele vai até a porta e sai batendo com força.
O que foi isso? Ele realmente me mandou embora? Depois de se entregar a ele por completo é isso que ele me faz!
Não era isso que você queria!? - pergunto a mim mesma, mesmo sabendo a resposta dessa pergunta tola.
Eu estava até cogitando a hipótese de ser feliz ao lado de Kayke. Mesmo ele sendo um traficante, ele era bom comigo e com a família! E mesmo que eu não quisesse eu o amava!
E agora ele te manda embora! Que idiota você!- meu subconsciente gritava.
Subo as escadas e vou até o nosso quarto. ( Nosso antigo quarto )
Pego minhas malas e pego tudo meu, tudo que eu trouxe... porque tudo que ganhei do KC eu não quero nem ver! Se não tivesse pena dos meus cabelos cortaria eles agora em tudo que tem rosa, so pra não lembrar que o dinheiro foi dele. Mas vou precisar do violão.
[...]Sigo até a saída do morro e passo pelos vapor da barreira que parecem que sabem de algo a mais que eu. Será que Lua e Mi estavam sabendo do plano de me usar do KC?
Foda-se não quero saber e nem lembrar desse cretino! Você morreu pra mim Kayke Carvalho! Morreu!
Passo pela barreira e vejo o carro que KC falou, passo direto sem olhar pra trás e os caras da contenção gritam por mim.
Vapor- E o carro? O dinheiro? - viro-me e o olho incrédula.
Bru- Eu não quero isso, fique se quiser, não quero nada daquele homem!
Vapor- Mas... o patrão não vai gostar!
Bru- Diga pro seu patrão que mandei ele ir se ferrar, ele e todo esse morro!
Vapor- Você ficaria feliz se soubesse o real motivo.- Sussurra, estou muito cansada e sem tempo pra debater. Finjo que não escutei e continuo andando.
[...]Já estou longe o suficiente do alemão, mais uns passinhos e estava de volta a casa da minha mãe.
Ando mais até que esbarro em um homem fazendo minha mala cair, ele coloca algo dentro eu logo pego de sua mão e vejo que era um bolo de muito dinheiro.
Bru- Senhor, colocou isso na minha mala!- pego e mostro a ele.
Xx- Desculpa moça, mas não foi eu não... - Sai andando pro lado oposto de onde estava indo.
Eu hemm, nessa cidade tem cada louco!
Não me lembro de ter pego esse dinheiro, mas não posso negar que iria precisar. Luto contra meu extinto de fazer o certo e resolvo aceitar, eu vou precisar muito até arrumar um trabalho.
[...]Chego em casa e está toda arrumada, bem diferente da última vez que vim aqui. Até parece que mandaram arrumar, deve ter sigo o Kayke. Ele pelo menos teve a consciência de fazer o bem uma vez...
Subo as escadas até meu quarto e coloco a mala sobre a cama. É tão diferente...
Aqui não é nada igual a minha ex casa do Alemão! Lá era maior, mais confortável, era quentinha e a melhor parte era que tinha um Kayke...
Não, eu não posso pensar assim! Tenho que olhar o futuro. Se Deus quis assim, assim será!
Se pelo menos meu irmão estivesse aqui, a casa não seria tão fazia. Mesmo sendo bem pequena ela é fria, sem as graças da Mirella, os babado da Lua, a loucura do TH, os conselhos do JV e os braços do Kayke.
Então pouco tempo, eles ja eram minha família!
Me encosto na porta e desliso da mesma até o chão sem conter as lágrimas. De lembranças, de dor e medo.
Me sinto tão sozinha, finalmente achei que seria feliz, por que Deus? O que eu fiz?
Eu perdi minha mãe, era maltratada por meu pai, fui vendida pelo mesmo, perdi meu irmão, perdi os meus amigos que eram família e perdi o amor da minha vida!
Por que? Acho que em outra vida joguei pedra na cruz, eu nunca fui má filha, eu sempre me importei com os outros mais do que comigo, eu sempre amei Deus, eu nunca roubei, nunca cobiçei nada dos outros.
Eu fiz tudo dos 7 mandamentos e agora me sinto infeliz! O que eu faço papai do céu? Me ajuda eu acho que não vou aguentar!
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Presa a um traficante
Fanfiction" Família é tudo que temos, a família é a melhor coisa do mundo." Alguns anos atrás eu discordaria completamente dessa afirmação. Até que conheci minha real família....sim, sangue não quer dizer nada! Oi, eu sou Bruna Martins e vou contar o meu lind...