MASON
Passei a noite inteira acordado com receio de que Erin fugisse durante a madrugada sem a minha percepção. Ela poderia fazê-lo, certamente, da mesma forma inexplicável que havia entrado no meu apartamento sem que eu lhe oferecesse as chaves ou abrisse a porta para que ela pudesse entrar.
Os meios de ingresso ainda eram um mistério para mim, visto que perguntas sobre a sua invasão teria nos distanciado do clima palpável que vivenciamos entre essas quatro paredes de cores sutis. Não desejava perder a oportunidade de tê-la em meus braços mais uma vez. Durante as horas vagas desfrutando-me de sua presença adormecida, várias hipóteses se passaram pela minha cabeça e todas se findavam em sua preciosa habilidade de manipulação. Alguém havia sido dissuadido, mas eu não fazia ideia de quem poderia ter sido. Embora, de qualquer forma, eu sou grato a essa pessoa por colocar em minha cama a mulher cujo o meu desejo não se limita.
Deitada de lado com a silhueta marcada pelos contornos femininos posso ver a sua pele nua, coberta apenas por um fino lençol que transpassa um pouco abaixo de seu traseiro. A respiração calma balança os seus seios com suavidade e o universo é tudo o que existe fisicamente.
Enquanto os meus olhos percorriam o seu rosto ao longo das últimas sete horas, pude enxergar vulnerabilidade em cada lufada de ar que entrava e saia por sua boca entreaberta, as pálpebras estavam suaves, assim como a sua expressão impassível. Apesar de estar o tempo todo vestindo máscaras que simbolizam força e egocentrismo implacável e ainda que considere o inferno a melhor opção para os seus pecados, Erin é humana, uma criatura que se fechou para quaisquer sentimentos que pudessem a ferir ou machucar os outros a sua volta.
Por alguns instantes ontem, dentro do banheiro, pude ver o quanto ela estava preocupada para onde estávamos caminhando... não tínhamos um rumo para seguir e as incertezas a desestabilizavam. Não poderia julgá-la por isso, uma vez que estávamos passando por cima de limites rígidos impostos em nosso acordo consensual. Não deveríamos dormir juntos, não deveríamos criar laços de intimidade, não deveríamos manter encontros casuais, era apenas sexo e nada além. Porém, ali estava eu, garantindo que ela se mantivesse ao meu, logo após termos tomado banho juntos, pensando seriamente em como diabos seria tê-la um dia atrás do outro nas mesmas circunstâncias. Decerto, não há palavras para explicar a minha insanidade e tão pouco isso seria a chave para os nossos problemas. Afinal, o que eu estou pensando? Maldição!
Subitamente, os seus olhos azuis se abrem tendo como primeiro ponto de vista o meu rosto encarando-a como um maldito viciado. A serenidade de antes evapora como se nunca tivesse estado ali.
— Eu não deveria ter dormido aqui! — Erin salta da cama, desesperada para encontrar as peças de roupa ou a bolsa que havia trazido na noite anterior, ambas quais eu fiz questão de esconder.
— Mas você dormiu... e eu adorei te ver roncar a noite inteira.
— Eu não ronco! — Ela me fuzilou com o olhar. — Onde estão as minhas roupas?
— Hei, mantenha a calma — levantei-me da cama e segurei em seus ombros, fazendo-a me encarar. — Você vai acabar tendo um ataque fulminante ou algo do tipo.
— Inferno, Mason! — Ela passou a mão por entre os seus cabelos. — Eu disse que esse acordo era uma péssima ideia.
— Eu disse que era a pior de todas.
— O que estamos fazendo? — Ela perguntou, seus ombros caindo em derrota.
— Honestamente? — Ergui o seu queixo, mantendo contato visual. — Eu não sei, mas quero continuar com o que estamos fazendo.
— E por que diabos eu iria querer fazer isso?
— Pensei a respeito, e, por que diabos eu não ia querer?
— Suas opções não me servem de incentivo, mas eu agradeço a consideração — ela tentou se desvencilhar, mas eu segurei o seu braço e trouxe o seu corpo para o meu lado, colocando-a contra a parede, de volta ao nosso costumeiro embate.
— A sua consideração está longe de ser o meu primordial incentivo, mas eu garanto que sou a sua melhor opção.
— Você está infligindo as regras!
— Você sempre infligiu as regras!
— Não com o propósito de tornar isso algo mais.
— Não era a minha intenção tornar isso algo mais.
— O que você está dizendo com isso?
— O que você gostaria que eu dissesse?
— Esse vai-e-vem não resolve nada os nossos pesares.
— E se eu disser que conheço outros vai-e-vem que podem resolver? — Rocei os meus lábios aos seus, buscando a confirmação de que ela cederia ao menos uma vez. — Confie em mim, e deixe esse ser o pior dos nossos problemas.
— Isso não está certo, Mason... — Murmurou, entre um beijo e outro que eu depositava em seus lábios. — Não é assim que as coisas deveriam acontecer.
— Isso também não está errado, Erin... — Sibilei, antes de descer os beijos para o seu pescoço, Erin se estremeceu com os arrepios. — Nem sempre podemos ditar como as coisas devem acontecer.
— É dessa maneira que eu aprendi a sobreviver.
— Eu sei, mas deixe-me encontrar maneiras para que você possa viver.
— Apenas eu? — Ela arqueou a sobrancelha, inquisitiva.
— Nós! Como um e um são dois — Colei a minha testa na sua, sentindo seu hálito quente próximo ao meu. — De sobrevivente para sobrevivente.
— Você é um louco, sabia? — Indagou, com um leve sorriso em seus lábios. — Um maldito lunático!
— É, eu sei disso também — Sorri, aliviado por ela ter cedido ao meu charme, e, ainda mais, reconhecido a minha sinceridade. Estar dentro dela, era tudo o que eu queria, o tempo todo. Se tornou o meu ponto de partida, o meu pensamento primórdio, minha única opção... Até eu perceber que estar com ela, parecia algo ainda mais perfeito. — Você se tornou o meu sinônimo de loucura.
— Então, a culpa é minha?
— Foi desde o início.
— Quando eu entrei no seu escritório disposta a fodê-lo?
— Antes disso, quando decidiu que eu seria o cara certo para fodê-la.
Eu ergui suas mãos ao alto de sua cabeça e vislumbrei-a de cima a baixo. Ela ainda estava nua, a pele pálida recebia a luz do sol que adentravam as cortinas, era uma visão fantástica para um sábado de manhã.
Arrastei os meus lábios por sua clavícula, descendo um pouco mais até chegar ao mamilo esquerdo, onde depositei os dentes em uma mordida cautelosa. Erin arfou, e seu peito se tornou mais rápido no que seria o processo de armazenar oxigênio em seus pulmões. Abri a boca e chupei a extensão máxima de seu seio, circundando a língua sob sua aréola. Intercalei as carícias com o outro seio, mordiscando, chupando a medida em que os bicos ficassem ainda mais pontiagudos, visíveis aos meus olhos apreciativos.