Honra e Paixão

Baile - parte 3

— Ahhhhhhhh! Eu não acredito que ainda dei atenção para ele! — Katrina seguia pelo labirinto sem saber exatamente aonde ia — Lorde convencido idiota! Sabia que não devia ter vindo.

A ruiva continuava andando por entre as paredes de arbusto, mas sempre terminava em becos sem saída. O labirinto era enorme e ela não se lembrava mais de onde havia passado, não sabia e estava pero da entrada ou saída. As vezes ouvia vozes de outros convidados passeando, mas não queria atrapalhar ou passar vergonha, então apenas continuava andando sem rumo.

Estava brava, ou melhor, enraivecida, apenas não tinha certeza de qual seu alvo. Sua mãe, que sempre empurrava ela e a irmã para essas festas, apenas para procurar um marido rico e de boa família. Seu pai, que nunca a defendia ou questionava a mulher. Não entendia como ele ainda aguentava os chiliques da sra. Predston sem ao menos reclamar. Jenny... ela a convenceu a vir. Katrina sabia que a irmã gostava de festas, mas realmente não queria ter aceitado a ideia.

E havia Andrew, que simplesmente podia ter passado reto pela jovem ou ido embora quando ela pediu. Mas não, ele precisava jogar seu charme para a única garota que não queria estar ali. Ele a seguiu até o jardim, entrou no labirinto e ainda insinuou que a ruiva estava interessada. Audacioso demais e nem um pouco educado. Se tivesse a oportunidade de vê-lo novamente, Katrina lhe daria alguns belos socos por seu comportamento nada adequado.

— Realmente, vale muito mais a pena ficar em casa trabalhando. — A jovem reclama sozinha enquanto caminha — Estou com frio, cansada e perdida. Essa festa conseguiu ser pior do que as outras... nem pude comer algo.

Após mais alguns minutos caminhando e falando sozinha, Katrina finalmente encontrou a saída, que definitivamente não era a mesma entrada. As pedras que cobriam o chão do labirinto agora criavam um caminho que levava a um coreto cheio de flores e pouco iluminado. Ela notou que havia um casal ali, então resolveu seguir para o outro lado. Andou um pouco e encontrou algumas construções, um estábulo, um grande celeiro e várias casas que provavelmente pertenciam aos empregados.

A jovem resolveu engolir o próprio orgulho e ir até lá para preguntar o caminho de volta. Torcendo para encontrar ajuda, ela entrou no celeiro, que possuía alguma iluminação e as portas abertas. Entretanto, não havia ninguém ali, apenas uma carroça meio desmontada, algumas ferramentas espalhadas e muito feno no chão.

— Olá? Tem alguém por aqui? — Ao dar alguns paços para frente, porém, a jovem tropeçou no próprio vestido e foi ao chão. — Maravilha!

— Essa foi feia! — Uma voz masculina vinda da porta faz com que a garota se vire. Um rapaz de cabelos ruivos e roupas simples estava parado ali — precisa de ajuda?

— Não recusaria.

O jovem se aproxima e estende a mão para Katrina, ajudando a mesma a se levantar.

— Tudo bem com a senhorita?

— Estou inteira e ninguém mais viu acontecer, então sim, tudo bem.

— Tem sorte de eu ter limpado esse lugar recentemente, ou seu vestido não estaria mais tão bonito assim. — Ele sorriu enquanto a ajudava a tirar um pouco de palha do cabelo — Mas posso perguntar o que faz aqui?

— Eu me perdi no labirinto e acabei por aqui... não faço ideia de como voltar. — Os dois caminham para fora do celeiro, e o jovem oferece seu braço para Katrina segurar. — Obrigada, eu não tenho muita prática em andar com esses sapatos.

— Não há de que. A propósito, me chamo Alex. Trabalho para os Fearwits. Foi rude não me apresentar antes.

— Sem problemas. Me chamo Katrina, por sinal. — Alex conduziu a jovem por um caminho demarcado que parecia contornar o labirinto. — Há quanto tempo trabalha aqui?