CAPÍTULO 28

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Eu tentava manter a calma, tentava agir de forma racional. (algo que eu fazia muito bem por sinal) eu sentia uma fúria densa, sentia uma vontade animalesca de voltar até lá e moer o desgraçado na porrada como nunca fiz na minha vida.

Tudo começou quando eu cumprimentava as pessoas na festa, mas de longe a observava, Ana estava quieta, reflexiva, longe da nossa família, algo totalmente diferente do que ela costuma fazer. Depois foi o ciúme idiota que se apoderou de mim quando vi aquele homem abraça-la com intimidade e como Mariana pareceu feliz em vê-lo. Mas a preocupação me veio quando a vi correr em direção ao banheiro abalada. Para me desvencilhar dos meus colegas foi um custo, quando cheguei já era tarde, aquele mesmo homem estava segurando seu pulso e os olhos de Ana estavam banhados em lágrimas e quando vi seu pulso vermelho, eu apenas vi sangue em minha frente. Aquele filho da puta teve a audácia de tocar nela!

Ela estava encolhida no banco, chorando, com as pernas juntas em posição fetal. Cada soluço que ela fazia eu sentia meu coração despedaçar. Ela não dizia nada, fiz inúmeras perguntas e ela apenas chorava e chorava. Só quando estacionei o carro na garagem do prédio eu toquei seu cabelo.

-Ana fala comigo, por favor. –Eu sussurro desesperado.

Eu escorrego meus dedos até seu braço e ela retesa o corpo, recusando meu toque.

-Não me toca eu estou suja!

Eu franzo o cenho sem entender, tento pegar em sua mão, mas ela se recusa se enrosca mais em uma concha enquanto seus ombros balançam no ritmo dos seus soluços. Era de mim que ela tinha medo?

-Ana você sabe que eu não vou te machucar né?

-Eu estou suja! O cheiro dele... O cheiro.... em mim....  

Eu aperto o banco do carro com força, minha vontade era de ligar para o Michael e mandar os seguranças prenderem aquele filho da puta para que eu volte e acabe com ele. Mas Ana precisava de mim, nossa família estava toda lá. Não sei se alguém já tinha visto assim, mas tenho quase certeza que não, ela parecia desesperada para que não vissem o seu estado.

O trajeto pelo elevador foi feito em um silêncio que só era rompido pelo choro baixo. Em toda minha vida, nunca vi Ana chorar, ela era a sorridente, a que faziam todos rirem ao redor com suas palhaçadas, ela era impetuosa e arrogante, aquela mulher a minha frente era uma desconhecida. Quando eu abro a porta do apartamento, Ana me surpreende virando-se para mim e levantando a cabeça. Os olhos estavam inchados, o corpo suado, os lábios trêmulos, era a pura imagem de dor. Eu sinto meus próprios olhos arderem quando estendo minha mão em direção a ela. Ana me encara temerosa, continua negando meu toque.

Amar (LIVRO 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora