Prólogo

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O céu estrelado enfeitado por uma luminosa lua cheia dava um ar inocente à fria noite que caía sobre a vizinhança recolhida

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O céu estrelado enfeitado por uma luminosa lua cheia dava um ar inocente à fria noite que caía sobre a vizinhança recolhida. Num dos bairros mais perigosos da cidade, o ronco de um motor potente podia ser ouvido correndo pelas ruas desertas e silenciosas de Bloon Inkster, um bairro localizado ao norte do estado de Michigan e vice-líder no tráfico de drogas da região.

Não havia pessoas na esquina em que o motoqueiro estacionou sua moto,  próximo a um beco que dava para os fundos de uma boate barata. A figura masculina se esquivou do automóvel com agilidade e caminhou apressado até a entrada da viela curta e deserta. Ao se dirigir até a porta encontrada no fim do trajeto, conferiu nervoso se não havia muitas pessoas testemunhando o que viria a seguir e seu coração, acelerado pela adrenalina e ansioso pelo o que estava por vir, regularizou um pouco os batimentos ao ver que não havia mais ninguém ali perto.

Parou em frente a estrutura de ferro gasto e com a tinta vermelha descascando. Algumas pichações e frases haviam sido postas ali, mas o rapaz não prestou atenção aos detalhes. Sua cabeça zunia quando deu três batidas na porta. Fez uma pausa. Dois segundos. Outra batida. Pausa. Um intervalo um pouco maior.

Duas batidas.

Aguardou tamborilando os pés no chão enquanto não era atendido e quase se desmanchou quando a pequena brecha no meio da porta foi aberta, lhe dando a visão apenas dos olhos verdes e nariz pálido do homem ao outro lado. Pôde escutar as melodias abafadas da música que vinha do lado de dentro da boate e algumas conversas indecifráveis e confusas demais para que entendesse.

Encarou os olhos verdes do homem por detrás do capacete. Havia feito a encomenda por telefone e avisara que apareceria daquela maneira para não ser reconhecido pelas redondezas, muito embora estivesse há horas de distância do bairro onde morava.

Por isso, o homem do lado de dentro não tardou ao fechar o vão que lhes permitia contato visual e voltar algum tempo depois com um envelope recheado em mãos. Pegou o dinheiro primeiro. Era grana demais. E em seguida passou o embrulho para o indivíduo a sua frente.

O motoqueiro então abriu a encomenda e conferiu a embalagem plástica que continha um pó amarronzado dentro. Aquela era das melhores. E sabia que o investimento valeria a pena. Havia cerca de quase meio quilo ali e sua boca antes seca salivava pela prévia do produto.

Fechando o envelope e retornando sua atenção ao homem atrás da porta, fez um cumprimento com a cabeça demonstrando que estava tudo certo.

— Vai com calma, chefia — o homem gritou por trás da porta quando ele se afastava em direção às calçadas — Aí dentro tem o suficiente para matar você. Duas vezes. — avisou, quando o motoqueiro se virou para olhá-lo.

Se voltando com um aceno para mostrar que havia escutado antes de subir na moto, o motoqueiro deu partida, e saiu acelerado para mergulhar na noite infinita que o aguardava do outro lado da cidade.

Correndo Contra o TempoOnde histórias criam vida. Descubra agora