Eu estava desesperada andando de um lado para o outro sem saber o que fazer. A vida de Sebastian estava em perigo porque eu o amei a ponto de irritar muitas pessoas poderosas para conseguir tê-lo ao meu lado, ele nunca quis ser Rei, mas forcei essa situação o máximo que pude para que nós pudéssemos ter nosso final feliz e agora estou pagando o preço e agonizando sem saber se ele estava vivo ou morto uma hora dessas. A pior parte é que seu próprio pai mandou que o eliminassem por pura ganancia, é inacreditável, pois ainda que seja bastardo, Bash é o filho favorito do rei.
Meu desespero era tanto que ordenei que alguns soldados fossem atrás de Sebastian nas terras de Chily e se o encontrassem ainda com vida, que o levassem para a Escócia em asilo político, pois prefiro ter ele longe e seguro que morto. Eu não sabia como ele reagiria a uma proposta dessas depois de tudo que o fiz passar, mas precisava salvá-lo das garras do pai louco em quanto resolvia minha situação com Francis que esperava casar-se comigo em nosso regresso a França, e isso esta completamente fora de cogitação.
Quando retornamos a França alguns dias depois da coroação, mandei um criado até Francis e pedi para sairmos em um passeio sem a presença de Olívia ou qualquer pessoa que fosse era a hora de por a segunda parte do plano em ação. Eu convenceria Francis a me liberar do casamento arranjado para que ele pudesse finalmente casar-se com seu verdadeiro amor e governar a França ao lado dela, enquanto eu partiria para a Escócia para casar com Bash.
Estávamos andando pelos jardins escuros do castelo quando eu confessei para Francis que amava seu meio irmão e que havia noivado as escondidas com Sebastian, disse que não pretendia ser rainha da França e que sabia que ele amava Olívia e esperava que ele fosse feliz ao lado dela, mas que eu seguiria meu caminho. Francis ficou calado por alguns instantes refletindo, mas acabou sorrindo e aceitando a minha decisão, mas algo em seu olhar sombrio dizia que aquele sorriso não era sincero. Decidi não esperar para ver o que iria acontecer e ordenei as minhas ladies que me ajudassem a carregarem minhas coisas em minha carruagem que nos levaria até o porto e nós estávamos entretidas no trabalho até quando alguns guardas se aproximarem com as espadas em mãos prontos para atacar e nesse momento eu soube que Francis não havia aceitado bem minha decisão como eu desconfiava.
Gritei para que se mantivessem distantes, mas eles avançaram lutando brevemente com dois de meus guardas escoceses os matando cruelmente e vindo em nossa direção. Eu gritava desesperada por socorro junto de minhas ladies que estavam tão ou mais assustadas que eu enquanto um dos guardas franceses vinha em minha direção prometendo não me machucar se eu fosse com ele, era o meu fim, eu ficaria presa na França. Eu soluçava em meio aos gritos e não aparecia ninguém para nos ajudar e foi quando fomos surpreendidas com Sebastian entrando em minha frente e lutando com os guardas habilmente, mostrando que o título de comandante do exército real fora lhe dado por merecimento e não por favorecimento, e então depois de minutos agonizantes vendo aquela batalha ele matou e feriu os cinco guardas que nos atacaram. O abracei espontaneamente aliviada por vê-lo bem e mais vivo do que nunca, mas ele se afastou rapidamente não me deixando permanecer em seus braços por mais que alguns instantes.
— Vão embora logo, ou irão acabar mortas. – Ordenou ele e minhas ladies logo obedeceram entrando na carruagem, mas eu fiquei para trás.
— Eu vou com você. – Declarei e depois de uma breve discussão sobre eu partir ou não com ele, minhas ladies seguiram de carruagem com nossos pertences e eu em meu cavalo por outro caminho junto de Sebastian que dizia que ir pelo bosque seria mais seguro, já que seria obvio que a rainha estaria em uma carruagem e não partindo a cavalo como uma selvagem. Eu ri do comentário e assim seguimos viagem até que desaceleramos quando estávamos longe o bastante do castelo e então ele me contou que fugiu dos assassinos que seu pai mandara e também de meus mensageiros e veio se despedir de mim, antes de fugir para a Espanha e foi então que me encontrou em apuros.
Ouvi relinchos de cavalos se aproximando e mal tivemos tempo de reação quando fomos interceptados por mais soldados só que dessa vez estavam sendo liderados por Francis que tinha um olhar louco e as vestes sujas de sangue.
— Você não irá fugir Mary! A Escócia e a Inglaterra são minhas, eu mato vocês dois se ela não voltar e se casar comigo. – Berrou Francis e eu comecei a me desesperar novamente, como ele havia chegado até nós?
— Você nunca me quis e muito menos se importou com a França, porque agora está bancando o príncipe dedicado? – Perguntei deixando que a raiva me dominasse.
— Agora eu sou o Rei e tudo isso de repente importa. – Disse com superioridade e eu arqueei as sobrancelhas imaginando em que tipo de possessão Francis estava, pois de fato estava alucinando.
— O que fez com nosso pai? - Perguntou Sebastian e eu arregalei os olhos com essa pergunta, pois essa probabilidade nunca iria passar pela minha cabeça, mas essa família já se mostrou capaz de tudo pelo poder.
— Ele achava que a Inglaterra estaria sobre o poder dele, disse que ele mesmo se casaria com Mary e teria os 3 países para si... Precisei cortar o mal pela raiz.
— Você é louco! - Berrei e vi Bash fazer sinal para fugirmos pela praia e assim seguimos em disparada com os soldados em nosso encalço, mas estávamos com uma certa vantagem, pois Bash conhecia o bosque como ninguém e pegamos um atalho até um penhasco e pulamos para a água gelada do mar. Foi rápido e eu não pensava muito, apenas seguia Bash e foi assim que despistamos os soldados e nadamos na escuridão até uma pequena caverna nas rochas para nos esconder e descansar um pouco.
— Me perdoa querido, por todo o perigo em que te coloquei, me perdoa por te fazer sofrer e não contar meu plano para você. Eu te amo de mais para abrir mão de você, mas também amo meu país e tenho meu dever de rainha.
— Eu sei Mary, eu também amo você e implorei para parar com isso, porque você não ficou comigo? Porque perseguiu os protestantes mesmo eu pedindo que não fizesse isso?
— Porque eu precisava de dinheiro para tomar a Inglaterra e acabar com essa ameaça. Tudo vai se resolver da melhor maneira, já pensou se a Escócia e a Inglaterra tivessem um Rei Protestante e uma Rainha Católica? É a solução perfeita e a melhor parte é que podemos ficar juntos. Me Perdoa e casa comigo Sebastian? – Pedi segurando sua mão e o silencio que se fez naquela caverna gelado quase congelou meu coração. Será que eu demorei de mais com meu plano e agora ele não me ama mais?
— Você pensou em tudo... Eu me enganei sobre suas intenções Mary. Eu é que peço perdão por ter te julgado tão mal, pensei que você amava mais ao poder e a sua coroa e que me deixaria facilmente, pois eu não podia oferecer nada em troca a não ser meu coração.
Eu estava aliviada, pois ele havia me perdoado depois de tudo e isso é bom, mas eu literalmente o pedi em casamento e ele não respondeu. Será que ele irá aceitar ser meu rei?
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O trono ilegítimo [TERMINADA]
FanfictionDesde que Mary aos seis dias de vida se torna a rainha da Escócia, os ingleses querem seu país e seu trono. Ela é mandada para a França com seis anos para se casar com o futuro rei e salvar a si e o seu povo. Um elo que deve protegê-la, mas forças d...