Ciúmes

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Suas mãos se encaixavam perfeitamente, a respiração sutil em seu pescoço fazia Albus arrepiar por inteiro, da ponta dos seus dedos ele sentia o calor tomar conta de seu corpo, suas bochechas ferviam em uma vergonha descarada que disfarçava o seu desejo por mais daquela sensação, ele não conseguia entender e nem mesmo distinguir o que estava acontecendo.

Mãos desciam por sua cintura, o agarravam com vontade e o puxavam em um embalo que já parecia ser ensaiado, ele sentia o suor descendo pelo seu rosto, sabia que sua expressão o entregava, o desejo percorrendo seu sangue, sabia o que tinha que fazer, deveria virar e encarar aquilo que ele ansiava em ter, em sentir, em beijar.

Mas tinha medo, estava com medo dos seus mais profundos desejos, o que antes era uma sensação prazerosa acabou por virar algo sufocante, suava frio e não conseguia se mover, seus músculos travaram, ele implorava silenciosamente por ajuda.

“Albus eu estou aqui..bem aqui..”

“Albus..”

— Albus, Albus! Acorde está tudo bem, ei, eu estou aqui, calma!

O Potter acordou de supetão abraçado ao tronco de Scorpius, sentiu o suor frio tomar conta de si novamente, sua cama estava encharcada  e ele não sabia dizer se aquilo eram lágrimas ou suor. Demorou a assimilar que ainda se encontrava nos braços do amigo, ele o abraçava como se ninasse um bebê, o que fez com que ele se sentisse seguro mas logo depois a vergonha tomou conta de seu corpo, o que Scorpius teria escutado?

— O que.. o que aconteceu? - Disse Albus um tanto temeroso em suas palavras, ele possuía medo da resposta que o amigo poderia dar.

— Albus, está tudo bem? Você gritava, assustou a todos no dormitório, falava “Isso não é verdade” tão convicto que achei que estava consciente do que dizia, mas quando cheguei em sua cama vi que você estava sonhando, o que era? O que aconteceu? Eu estou aqui, posso te ajudar – Scorpius parecia assustado, se demorou em suas palavras e enfeitiçou um copo ao lado da cama de Albus para que se enchesse de água – Tome, preciso que você se acalme, Al. - Scorpius entregou o copo à ele e era perceptível que sua mão tremia levemente.

– Quem tem que se acalmar é você, Scorp. Eu estou bem, já passou e não foi nada demais. Eu não preciso da sua ajuda! - Disse Albus rudemente.

O Potter tentava convencer a si mesmo que aquilo já havia passado, levantou-se da cama e foi em direção ao vestiário, deixando para trás um Scorpius claramente abalado com a situação.
Pesava em seu peito ser tão rude com seu melhor amigo, sabia que o Malfoy só queria o seu bem, mas Albus não estava preparada para falar sobre o que havia sonhado.

Enquanto à água fria do chuveiro caía em seu corpo tenso, Albus encostou sua cabeça na parede e tentou reorganizar seus pensamentos, por mais que tentasse ele não conseguia se esquecer da cena que se passou em seus sonhos, sua pele arrepiava pela mera lembrança daquele toque, aquele que no momento causava-lhe reações involuntárias e inesperadas — Merda — Albus saiu o mais rápido do banho e admitiu para si mesmo que precisava conversar com alguém, mas quem?

🖤

Scorpius estava aflito, se assustou muito com a imagem de Albus sofrendo em seus sonhos, ele gostaria de ajudar, mas o amigo está em seu modo de defesa costumeiro, já não entendia como mesmo depois de anos Albus não conseguia se abrir para ele, eles eram melhores amigos, inseparáveis, haviam se sacrificado um pelo outro, deveriam se ajudar em todos os momentos, mas o Potter estava cada vez mais distante e Scorpius não sabia o que fazer.

Por mais que estivesse preocupado com ele, o Malfoy sabia que precisava se cuidar primeiro, sonhara novamente com aquela pessoa, aquela sensação avassaladora estava lhe tirando o sono e não sabia como resolver isso, para ele todos os sonhos continham um significado — ou um sinal — e não saber o que era aquilo ou quem era aquela pessoa em seus sonhos o estava fazendo agonizar.

Poisoned Dreams [Scorbus]  EM REVISÃO/REESCRITAOnde histórias criam vida. Descubra agora