Christian não esperava que Mitchel estivesse dizendo a verdade quando, na semana passada ele disse que estava preparando um encontro clichê para os dois.
Era de se esperar que o loiro não fosse acreditar, já que Mitchel nunca fora um grande fã de clichês, mas quando o mais velho estacionou seu carro na porta da casa de Anthony. Ele não pode evitar uma expressão de surpresa seguida de uma risada antes de questionar.
– Você tem certeza de que está bem? Tem certeza do que vai fazer?
– Kras. Por favor! Eu lhe disse que nós iríamos ter um encontro clichê, então não estrague o clima e por favor entre no carro. — O mais velho pediu ao abrir a porta do carro enquanto encarava o namorado.
– Tudo bem, tudo bem. — respondeu tentando segurar o riso. Mitchel sorriu ao fechar a porta do carro para Christian. Ele não estava acreditando. Jamais imaginou estar agindo de forma clichê. Balançou a cabeça negativamente, afastando esses pensamentos e pôs o cinto de segurança antes de dar partida no carro ouvindo o namorado cantarolar uma música aleatória.
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– Montanha russa Mitchel? Você sabe que eu estava brincando não sabe? — questionou tentando acalmar sua respiração.
– Sei, mas faz parte do nosso encontro clichê. — piscou, fazendo Anthony rolar os olhos.
Christian não pode negar que fora divertido, pois além de ter uma ótima visão de todo o parque iluminado lá de cima, ele pode sentir a nostalgia da primeira vez que deu uma volta na montanha russa. E bem, estar ao lado de Mitchel parecia tornar às coisas mais bobas em extraordinárias.
Depois de estarem de volta ao chão. Mitchel fez questão de puxar o namorado para comprar pipoca e caminharem pelo parque para observar às pessoas se divertindo.
– Alguém em sua adolescência já te presentou com um urso de pelúcia, babe?
– Não, mas…Mitchel! — suspirou ao notar que o Cave segurava uma arma de brinquedo prestes á tentar acertar um alvo. Isso rendeu boas risadas para Anthony que ria toda vez que ouvia o namorado praguejar por não ter conseguido acertar o tal alvo.
E então, na sexta tentativa, Mitchel suspirou aliviado ao conseguir ganhar um ursinho de pelúcia branco e sorriu divertido ao entregá-lo ao namorado.
– Obrigado. — beijou a bochecha de Mitchel e sorriu.
Ambos não estavam acreditando que aquilo estava realmente acontecendo, até o momento em que uma menininha havia pedido o ursinho de Christian, pois ela insistia que o mais velho havia roubado o seu precioso ursinho.
E mesmo que Mitchel tenha tentado explicar que não era o mesmo urso, não adiantou, ela já havia começado á chorar.
– Não acredito que deu seu urso para aquela garotinha! — disse inconformado. — Você tem noção do quanto foi difícil conseguir aquilo pra você?
– Eu tenho sim, mas ela começou á chorar. O que queria que eu fizesse Mitty?
– Sei lá. Talvez… mandar ela ir á merda! — respondeu, arrancando uma risada de Anthony.
– Mitty. Ela é uma criança de no máximo cinco anos! — balançou a cabeça negativamente. — E tudo bem, nem gosto muito de pelúcias mesmo. — deu de ombros.
Mitchel sorriu e abraçou o loiro pela cintura. Anthony sorriu e puxou o namorado para um beijo. — E então…onde vamos agora? — questionou ao cortar o beijo.
– Bem, está faltando algo não acha? — questionou Mitchel antes de entrelaçar suas mãos.
– Não me lembro de estar faltando nada…
Mitchel sorriu antes de conduzir o namorado até uma barraca com algodão doce. Christian sorriu antes de pedir um algodão na cor rosa.
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– Estou com frio. — Anthony disse baixinho e Mitchel suspirou antes de retirar sua jaqueta para colocá-la sobre os ombros de Christian, tomando cuidado para não sujar a peça de roupa com o enorme algodão cor de rosa que o loiro segurava. — Obrigado, Mitty. — agradeceu antes de voltar a caminhar enquanto comia seu doce, exibindo um sorriso.
– Não há de quê, babe. Agora venha, temos que ir na roda gigante para completar nosso date clichê. — sorriu antes de entrelaçar suas mãos.
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O parque já estava quase vazio, exceto por alguns poucos casais. O barulho de crianças gritando nos brinquedos já não era mais ouvido. E isso fez Mitchel suspirar aliviado, assim não corria risco da garotinha de cabelos castanhos e olhos tão negros como o céu daquela noite aparecer novamente e chorar pelo algodão que Christian segurava.
– Mitty? — chamou o mais novo. Fazendo assim o olhar do mesmo se voltar para o namorado, encarando-o o de forma curiosa. — Eu preciso confessar uma coisa.
– Pode dizer.
– Quando você me disse que nós iríamos ter um date clichê, bem, eu não acreditei. Você deve ter notado. E não havia criado nenhuma expectativa já que nós não somos amantes de clichês. Mas você me surpreendeu. — sorriu. — No meu ponto de vista foi tudo perfeitamente clichê. E bom, mesmo eu não curtindo muito essas coisas… estar aqui com você comendo algodão doce, ter dado voltas em uma montanha russa, além de ter ganhado um ursinho e acabar por observar o céu daqui da roda gigante enquanto conversamos sobre coisas bobas. Eu realmente não poderia ter imaginado uma programação melhor para hoje. Acho que agora eu entendo o que sinto.
– E… o que você sente?
– Você se lembra de quando me disse que sentia a necessidade de estar perto de mim, me abraçar, afagar meu cabelo e me ouvir cantar?
– Me lembro. Por quê? — franziu o cenho enquanto Christian respirava fundo.
– Eu acho que te entendo perfeitamente agora. Eu sinto uma extrema necessidade de estar sempre perto de você, te abraçar, te beijar, te ver sorrir, sentir seus braços ao redor da minha cintura. Sinto meus batimentos cardíacos acelerados apenas por ouvir seu nome, sentir sua respiração contra a pele sensível de meu pescoço, ou então quando você acaricia minha bochecha. Eu acho que te amo e estou apaixonado por você, Mitty.
Naquele momento, Christian sentia que podia ver a alma de Mitchel através de seus olhos e então sorriu.
– Kras, eu… — suspirou ao descer da roda gigante e caminhar ao lado do loiro. — Eu não sei como você conseguiu me mudar tanto. Me pergunto isso diariamente e não obtive uma resposta até o momento. Mas sei que toda a manhã quando acordo, sinto a necessidade de fazer todo o possível e até mesmo o impossível por você, para ver seu sorriso. O sorriso que me prende tanto, o sorriso que sei que é verdadeiro. E sinto a necessidade de sentir seus beijos na minha bochecha que me arrancam os sorrisos de um adolescente cheio de hormônios, algumas vezes meu cérebro congela por estar perto de você ou sentir sua mão entrelaçada na minha.
– Então, acho que é agora que a gente se beija. — então ouviu uma risada de Cave antes de sentir seus lábios colados aos de Mitchel em um beijo apaixonado.
O Cave deslizou às mãos até a cintura do loiro que brincava com às tranças do mesmo. O beijo fora calmo, eles apenas queriam se sentir. Sentir os toques, a maciez de seus lábios, e os efeitos que ambos provocavam em si, como os arrepios, a vergonha de dizer algo que pudesse entristecer o outro. A harmonia com qual suas línguas se tocavam.
E então, quando o ar faltou, Anthony cortou o beijo e deu um selinho em seu namorado. Ambos abriram um sorriso e então Christian sorriu ao sentir um beijo em sua testa.
– Eu amo você. — ambos disseram em uníssono, em um quase sussurro.
– Vamos. Vou te levar para casa. — Mitchel disse antes de entrelaçar suas mãos e abraçar o namorado de lado.