Angel's Voice - Beauany🇧🇷💕🇨🇦

A música

Josh Beauchamp's P.O.V.

Eu estava nervoso, eu finalmente ia descobrir de quem era a voz.

-Moça, desculpa incomodar, mas essa música, você sabe me dizer quem é? -Falo encarando ela animado.

Ela me encara sem entender, merda, ela provavelmente não me entenda, droga!

-Desculpa, e-eu não entendemos muito em inglês -ela fala gaguejando e falando errado.

Droga, droga, droga!

-Josh, a gente precisa ir, deixa a moça em paz -Noah fala me arrastando pra fora do hospital e a moça me encara sem entender.

-Noah, eu não tô ficando louco, era a música, era a voz, a voz que me acordou.

-Josh, você precisa descansar, você não tá tão bem ainda, está confuso, você precisa ir pra casa e descansar.

Nós entramos no carro do Noah e ele me leva até em casa.

-Noah, eu tô te dizendo, eu não tô enlouquecendo, era a mesma voz, a voz que eu escutei e que me fez acordar do coma.

-Deixa, eu entender Josh.-Noah me olha de relance e volta a olhar pra estrada.-Você estava em coma a dois anos, e do nada, você ouve uma voz de uma garota cantando, em uma língua que você não faz a mínima idéia de qual é, e aquela mulher na recepção do hospital que também fala outra língua, tem a música do seu tal sonho como toque de celular?

-Isso! É exatamente isso!

Noah me olha com uma cara meio esquisito e dá um riso.

-Certo, eu vou fazer o retorno ali na frente pro hospital, você precisa fazer mais exames, porque você definitivamente não está bem.

Ele diz rindo e debochando de mim.

-Olha, Noah, você é meu melhor amigo, você precisa acreditar em mim.

-Ok, Josh, a gente conversa sobre isso depois, agora como eu já disse, você precisa descansar e precisa aproveitar a sua família. Afinal, dois anos se passaram, você agora tem 19 anos.

Ao ouvir Noah mencionar os dois anos que perdi, meu estômago embrulha. São dois anos, o quanto eu perdi? Quanta tecnologia surgiu e quantos cantores novos e músicas novas eu perdi?

Noah liga a rádio e começa a tocar One Direction, e eu e Noah começamos a cantar juntos, como nos velhos tempos.

O resto do caminho, ou eu estou rindo e cantando com o Noah, ou eu estou pensando e tentando digerir tudo que aconteceu. A voz, o toque do celular e tudo isso.

Noah me deixa em casa e vai embora, disse que precisava resolver algumas coisas, eu não o questionei sobre o que era. É estranho estar em casa, porque pra mim parece que sai de casa dias atrás, mas se passaram dois anos, e isso fica muito claro quando eu vejo minha vizinhança. Eu quase não a reconheci, se não fosse pelos anões de jardim que minha mãe amava, eu não reconheceria minha casa. Minha mãe estava esperando ansiosamente, e digo isso porque não tive tempo nem de tocar a campainha, ao começar a subir os degraus da entrada de casa, ela já abriu a porta e caminhou até mim com um sorriso. Pegou as coisas que eu trazia, mesmo eu dizendo que eu conseguia levar. Eu podia não reconhecer o externo, mas o interior da minha casa estava quase que completamente idêntico, principalmente meu quarto. Acho que minha mãe manteve meu quarto do jeito que estava como uma forma de lembrar de mim. Todos os meus troféus de dança. Todos os troféus que ganhei junto de Noah, todos no mesmo lugar que coloquei. Meus livros empilhados do mesmo jeito que eu empilhava. Eu podia jurar que ainda sentia o cheiro característico do meu quarto. Meu perfume que era o mesmo desde uns dois anos. Agora desde 4 anos. O cheiro do perfume do Buster, meu cachorro, que eu passava nele depois do banho. E hortelã, que era por conta dos aromatizantes de hortelã que minha mãe colocava por toda a casa. Mesmo quarto, garoto diferente. Sei lá, eu passei dois anos em coma, dois anos sem ver mudanças, mas algo em mim mudou, não sei se é a sensação ruim de ter perdido muito tempo ou se é o medo de estar ficando louco com isso da voz e tudo o que aconteceu em efeito dominó depois disso.
Eu deitei na minha cama e me enfiei embaixo dos edredons que minha mãe havia deixado pra mim em cima da cama.

Acordei duas horas depois de um cochilo com o Noah entrando no meu quarto e se enfiando embaixo na coberta.

-Bom dia, flor do dia... -Ele diz me abraçando e se aconchegando mais perto de mim.

-Mas nem é de dia. -digo encarando ele e rindo.

-Eu sei, mas você continua sendo uma florzinha. -ele diz rindo.

-Tudo bem com você?

-Sim, só estava com saudades do meu melhor amigo. -Ele diz e me abraça apertado.

-Tudo bem. -Digo rindo e o abraço também, caindo no sono novamente.

Eu tive um sonho. Com a garota da voz, era como se eu estivesse no coma de novo. Eu ouvia ela cantar, ouvia a melodia, mas não entendia a música, era como se ela cantasse em uma língua desconhecida. De repente, ela não tinha mais a mesma voz, agora parecia a voz de um homem, e a música perdeu a letra, eu só ouvia a melodia sendo cantada por um homem. E acordo num susto, suando frio, e com o Noah me encarando e cantarolando. A voz de homem era do Noah, e era ele cantarolando. Cantarolando a música da garota da voz. Eu não entendia nada, e minha cabeça latejava.

-Noah, de onde você conhece essa música?