-Não pode deixá-la morar aqui! -Disse ao meu pai, com o tom repleto dos meus medos
-Ela vai ficar no seu quarto, você dorme no meu!
-Não! -Falei-Não aceito isso!
Meu pai andava de um lado para o outro no meu quarto, com uma mão na cintura e outra na testa
-Ela não tem onde ficar!
Eu sabia disso, não queria que ela ficasse na rua ou muito longe de mim, mas ter que dividir meu apartamento com ela, tendo meu pai de Brinde era de mais para minha cabeça.
Meu pai não sabia, mas estavamos competindo pela mesma mulher, logo tê-la ali, conosco, fazia com que nosso apartamento se tornasse uma grande arena e nós dois, gladiadores.
-Não temos espaço para ela!
-Ela fica no seu quarto e a gente fica no meu. Dividimos a cama de casal
Arqueei a sobrancelha, se fosse para dividir uma cama que fosse com Charlotte, ter de dormir com meu pai era humilhação de mais.
-Você não é mais uma criança, aja como um garoto maduro, seja um cavalheiro
Olhei para meus pés descalços no chão e suspirei -Tudo bem, mas prometa manter o respeito, não quero que essa seja uma desculpa para você trazer uma namorada para nossa casa.
Meu pai sorriu e eu praticamente tremi, aquela situação não podia o aproximar de Charlotte, ainda mais agora, sabendo que eles já haviam transado e que ela tinha gostado e eu Broxado... Se controla...
-Trate ela bem, por favor! -Disse Ríspido
Apenas revirei os olhos, meu pai provavelmente, acreditava que eu tinha aversão a Charlotte. Coitado...
-Leve suas coisas para o meu quarto, só o essencial, deixe duas gavetas para a Charlotte, no mínimo! -Pediu ao sair do meu quarto e seguir a sala onde ouvi a risada alta de meu pai, ele estava radiante e eu, uma pilha de nervos.
Sentei na cama e tirei algumas peças das gavetas de cima, catei algumas meias e cuecas jogadas pelo meu quarto e as levei para a área de serviço. No trajeto, enquanto passava pela sala, observei a alegria estampada no rosto de meu pai, enquanto conversava com minha Deusa sobre uma bobagem qualquer que passava na TV aberta.
-Nico... -Charlotte chamou, me aproximei timidamente do sofá, não sabia o que ela queria e por meu pai está ao lado, não tinha ideia de como agir.
"Terá que se acostumar com isso! "-Disse meu subconsciente
-Obrigada, por concordar e me deixar ficar! -Sorriu e arrumou a postura no sofá, seus longos cabelos um tanto bagunçados e a maneira a qual sorria lhe deixava cada vez mais sexy.
-Ele não teve escolha! -Disse meu pai
Charlotte passou a mão nos cabelos e olhou para ele -Jorginho, deixe-me agradecer! -Disse e meu pai riu, na verdade gargalhou, como não fazia há muito tempo
-Estou arrumando o quarto, depois leve suas malas para lá! -Pedi ao me afastar
-Nícholas, seja cavalheiro! -Recriminou meu pai, Fechei os olhos com raiva e segui ao corredor.
-Nícholas! -Gritou ele
"Minha vida é uma merda! "- pensei, ao voltar e pegar os pertences de Charlotte.
Coloquei tudo que era dela no canto do quarto e bufei. E enquanto separava o que levaria para o outro cômodo, pensei em minha atual situação, estava praticamente, dividindo aquela mulher com meu pai.
"Que nojo! "-pensei-"Meu pai não combina com ela! "
-Toc, toc! -Disse Charlotte, assim que sua voz aveludada invadiu meus ouvidos, parei de encarar a parede e passei a olhar diretamente para ela.
-Não me quer aqui porque está com ciúmes de seu pai?
A pergunta dela foi tão direta que eu demorei um pouco para decidir como responder.
-Não tenho ciúme, sou melhor que ele!
Charlotte cruzou os braços-Não tenho certeza!
Dei alguns passos para trás e sentei na minha cama-O que está tentando fazer? Me enlouquecer? Se for, está conseguindo, você está me deixando louco, mano, louco!
Charlotte riu-Meu bebê, não percebe que isso é bom para nós dois? Ficaremos mais tempo juntos!-Disse ao parar a minha frente, ela estava em uma posição de controle, mais alta do que eu que me encolhi sentado na cama.
-De que maneira? Você fica de romance com meu pai, não sou cego!-Falei meio sem pensar, evidenciando meu ciúme.
Charlotte acariciou meus cabelos -Se eu pudesse, estaria em minha casa, te dando aulas de matemática e de sexo!-Disse a última palavra em baixo tom-Mas, tive que sair.
-Eu sei. Ao menos está viva- ela beijou minha testa e olhou para trás, a porta arreganhada provavelmente, a impediu de me beijar nos lábios.
-Por favor, não fique com meu pai!
Charlotte passou a unha em minha bochecha, alisei sua perna até a bunda e a vi sorrir- O que posso fazer se ele é um homem bom?
Fechei os olhos-Se afaste dele, por favor, por mim.
-Bebê, não posso prometer isso. Já conversamos sobre você tentar me controlar-Ddu um leve tapa em meu rosto
-Faça isso por mim!
Ela afastou minha mão que repousava em suas nádegas e suspirou-Sabe, seu pai tem me apoiado e... Agora que botaram fogo no meu prédio, as coisas mudaram, você não entenderia! -Disse tensa
Arqueei a sobrancelha a maneira que ela se referiu ao incêndio me surpreendeu um pouco. Não pareceu apenas uma força de expressão e sim uma afirmação concreta, quando disse "Botaram fogo no meu prédio "
-Quem colocaria fogo em um prédio residencial de propósito? Uma senhora morreu!
-Você não sabe quanta gente má tem no mundo -Disse olhando para a parede
-O que quer dizer com isso?
Charlotte deu dois passos para trás, como se percebesse o que acabara de dizer
-Charlotte, você sabe de algo sobre o incêndio?
Ela balançou a cabeça prontamente, negando -O que eu saberia? Nem aqui estava!
-Sim, e eu agradeço muito por isso, mas foi oportuno, você saiu o incêndio aconteceu...
-Calado! -Disse ríspida
Levantei-me, sai de ciumento para curioso, em dois tempos, sua expressão facial parecia ter mais a dizer do que as palavras que saiam da sua boca.
-Está me escondendo algo? -A confrontei-Por Deus, o fogo começou em seu andar, você causou a tragédia? Aposto que não foi por querer, confia em mim.
-Sabe Nico, você tem devaneios mirabolantes! -Balançou a cabeça negativamente -Saia desse quarto por favor, preciso arrumar minhas coisas.
-Eu só...
Ela cruzou os braços e andou até a porta. Eu até posso ser teimoso e insistente, mas a maneira que Charlotte me encarava, deixava duas coisas em evidência.
A primeira que ela estava realmente escondendo algo e a segunda que, se eu tentasse fazer mais uma pergunta ou me recusasse a sair, teria problemas
-Desculpe incomodar! -Falei e sai do quarto ainda mais interessado e curioso.
Charlotte já era linda inteligente e extremamente sexy, agora saber que havia algum tipo de segredo a rondando, tornava tido mais empolgante.
-Nico, venha aqui!
Chamou meu pai que estava em seu quarto que agora, seria de nós dois. Fechei os olhos e suspirei.
-Deixei um lado do armário para você, traga algumas roupas para cá, para não incomodar a Charlotte.
Olhei para o rosto radiante de meu pai e revirei os olhos
-Vou perguntar se ela aceita ajuda para arrumar as coisas! -Disse ele, jogando umas roupas sobre a cama antes de sair.
"Se eu descobrir o segredo de Charlotte, talvez posso forçá-la a se afastar de meu pai! "
