𝙲𝚊𝚙𝚒𝚝𝚞𝚕𝚘 𝟹𝟻 - 𝙳𝚎𝚙𝚘𝚒𝚜

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— Não acredito que o Tintim vai ter um priminho... — Anahí gritou assim que terminei de contá-la a novidade. — Jurava que ia ser uma menina, pro traste do Relíquia pagar com a língua. Que pena, quem sabe no próximo.

— Deus que me livre e guarde! — Fiz o sinal da cruz. — Esse é meu primeiro e último filho. Capaz se eu aparecer grávida de novo, Relíquia acaba com minha vida.

— Problema é dele meu anjo, se não quer ter filho é só por uma camisinha naquele pau mixuruco! — Ela revirou os olhos. — O que não falta é camisinha no postinho e o melhor de tudo é que é de graça. Qualquer dia pego umas e jogo na cara dele.

— Anahí! — Repreendi-a com os olhos estreitos. — Por acaso você já viu a piroca do Relíquia?

— Claro que não, vai de reto! — Anahí se engasgou com a própria saliva e fingiu rezar. — Acho que prefiro olhar pra Medusa do que para essa visão do inferno.

— Olha visão do inferno eu posso te garantir que não é. O que ele tem de grosso, tem de bem dotado viu. — Dei risada quando ela fingiu que ia vomitar. — Mas agora vamos ao que interessa, vai ir comigo lá na pensão da Dona Nice ou não?

— Já tô lá. — Se levantou para trocar de roupa. — Segura uns minutinhos aí pra eu passar um reboco na cara e já volto!

Aproveitei para marcar de encontrar com o restante do pessoal lá. Ficamos de sair hoje para comemorar a descoberta do meu bebê, vou sair um pouco da regra e quem sabe até virar uma latinha. Leandro já estava louco dizendo que ele se chamaria Antony, mas não sabia como falar para ele que aquilo nem passava por minha cabeça.

Mandei uma mensagem para Bruninha com uma foto super fofa escrita "eu sou o príncipe da mamãe", que me respondeu na hora dando parabéns e dizendo que já amava muito seu afilhado. Soltei uma risada e já imaginei a confusão que seria para escolher a madrinha do meu filho. Até pensei em ligar para Maite e lhe contar a notícia, mas perdi a coragem assim que me deparei com seu perfil no whats sem a foto, provavelmente, indicando que ela havia me bloqueado ou me deletado da sua lista de amigos. Fiquei com medo de saber a resposta e apenas decidi deixar quieto.

— Prontinho, fui ver se meu sugar baby estava sossegado, mas pelo jeito já chegou no décimo quarto sono. — Anahí apareceu na sala com um micro vestido rosa, deixando pouco para a imaginação. Gargalhei do apelido que ela havia dado para o próprio sobrinho.

— Que pecado, meu Deus! Já podemos dar as mãos e descermos juntas para o inferno, não é?

— Pois tu vai descer sozinha, só sei fazer o bem nesse mundo. — Ela respondeu e fomos em direção a saída da sua casa. Já me encontrava arrumada fazia bastante tempo, optei por vestir minha amada jaqueta jeans e um vestido leve por baixo. — Acredita que acabei de escrever minha primeiríssima música? Depois quero ver o que tu acha.

— Sério, Any? Parabéns! — Falei contente enquanto subíamos a rua juntas.

— Valeu aí, resolvi prestar atenção nos seus conselhos e escrevi algo sobre ela... — Sussurrou, não deixando as lembranças lhe abalarem. Abri um sorriso, sabendo que ela falava da irmã. — Não posso me esquecer dela, Dul.

— Não vai, nunca. — Neguei com a cabeça e lhe abracei de lado.

Chegamos na pensão da Dona Nice por volta das nove da noite. Leandro e Selena já estavam sentados na parte de fora da pensão com algumas latinhas de cervejas na mesa e uns petiscos.

— Estão aqui há muito tempo? — Perguntei, colocando um pedacinho de calabresa com cheddar na boca. Selena fez aquela cara debochada dela, respondendo tudo com um simples olhar.

Dono do Morro 2 [M] [EM BREVE SERÁ RETIRADA PARA REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora