●●● JAMES ●●●Corro pela rua estreita, feroz aparece na esquina, o céu desaba sobre mim e o grupo de lobos do Sul. Feroz se abaixa e rapidamente subo em cima dele.
– James? – ouço a voz desesperada de Janine.
Ela se abraça com André, o grande avião passa em cima de nós, o barulho de seus jatos são ensurdecedores. O sangue escuro de André escorre pelo chão, as mãos de Janine estão vermelhas, corremos para pegar seu corpo.
– Mutantes detectados! – ouço a voz de uma mulher que se aproxima com uma tropa de soldados vestidos com armaduras escuras.
– Vamos.
Subo em feroz mais uma vez, olho pela última vez o corpo de André no chão, seu rosto sem expressão, em minha frente os lobos do Sul correm em direção ao ataque. Os sigo e rapidamente estamos lutando, esses humanos não parecem com os outros, apesar de suas armaduras, eles estão mais fortes. Com a espada acerto alguns em minha frente, logo eles levantam outra vez. Alguma coisa passa de raspão em meu rosto, olho para direta na direção que a flecha veio. Oito homens estão com seus arcos apontados para mim. Feroz solta um barulho ensurdecedor, os homens não parecem intimidados, eles se preparam para lançar suas flechas, antes que corra com feroz um barulho rasga o céu, alguma coisa se chocou com o grande avião, uma de suas cabines explode.
– Vai, corre. – Falo pulando de cima dele.
Feroz me analisa, corro em meios as dezenas de lutas que acontecem na rua entre lobos do Sul e os soldados humanos, vou em direção aos oito homens, o primeiro atira uma flecha, consigo desviar me baixando rapidamente, uma atinge minha perna direita, sinto uma pontada forte, respiro fundo, e outra atinge minha barriga, em questão de segundos outra atinge meu braço esquerdo, agora uma atinge minha testa, agora a dor é maior, caiu de joelhos no chão, os homens me encaram, mais uma atinge minha barriga, respiro fundo mais uma vez, relaxo meu corpo por inteiro, meu corpo se contrai expulsando as flechas penduradas em meu corpo, sangue se espalha por alguns segundos até que os ferimentos vão cicatrizando, olho para os homens, eles parecem surpresos agora. Feroz vem por trás e lança um para o alto, ele abocanha outro homem, levanto do chão totalmente curado, corro em direção a um dos soldados, o chuto forte no peito, o homem da um passo para trás, soco seu rosto tão forte que a máscara de sua armadura cai, ele tenta me acertar com um soco, desvio tirando uma flecha de sua cintura, quando estou totalmente ereto outra vez cravo a ponta da flecha em seu olho, coloco tanta força que a flecha atravessa sua cabeça, ele cai no chão e outro vem, chuto seu corpo, ele cai no chão, feroz arranca sua cabeça sacudindo seu corpo no ar. Olho em minha volta, Jhonny, Endrews e Janine lutam bravamente. Théo aparece no ar, ele sai do céu acinzentado como um anjo guerreiro, majestoso ele pousa no chão em nossa frente, seus punhos estão azuis, suas asas queimam atrás dele em chamas azuis. Logo me junto a ele, seus socos levam os homens para quilômetros de distância. Com a minha espada acerto os homens em minha frente.●●● KATY ●●●
Vários soldados se aproximam, daqui de cima vejo a destruição estendida por toda cidade, um homem alto aparece em minha frente, o encaro, mal posso sentir meu coração, alguma coisa sufoca dentro de mim, a piedade. As vezes a piedade é uma fraqueza, não lembro a última vez de ter sido piedosa, em Recife, quando os deixei vivos, sim, eu sou piedosa. Vim em nossa casa e tentar nos aniquilar, eu avisei que seria um erro. O homem corre em minha direção e faíscas em tom de roxo e preto percorrem minhas mãos. Ele lança rajadas de eletricidade em minha direção, me protejo com o escudo, o arremeço com a mente na parede, outro homem vem voando por cima, o escudo ainda está me protegendo, em uma distância de um metro em toda minha volta, ele desaparece antes que toque nas paredes do escudo quase invisível – eu já vi isso, na campina quando vinha escoltada pra cá pela primeira vez – antes que ele apareça em fração de segundos, desapareço desfazendo o escudo, abro os olhos e estou flutuando no ar, a três metros do chão, o homem aparece onde eu estaria, ele me procura surpreso, antes que me veja em cima de sua cabeça, volto para o chão paralisando todo seu corpo. Ele se aproxima lentamente quase flutuando, ouço passos em minha esquerda, bloqueio a entrada do corredor com os metais e ferros do próprio corredor. O homem agora está em minha frente, minha mão encosta em sua testa, seus olhos ficam roxos igual os raios de trevas que faíscam em minha mão.
– Se mate.
Seus olhos observam o nada em sua frente, seu movimento reduzido, ele não diz nada, apenas pega lentamente a arma de sua cintura, abrindo a boca e encaixando a arma, observo sem pestanejar o encaixe perfeito, sinto a luta do homem para não fazer tal coisa, uma menina aparece em suas lembranças mais profundas. Se eu voltasse atrás e ele fosse embora para sua filha órfã de mãe tão cedo... – Não. – sinto os raios das trevas mais fortes em meu corpo. Ouço o barulho ensurdecedor ecoando pelos grandes corredores do avião. Observo os respingos de sangue por todo meu corpo. Corro o mais rápido possível, raios saem do meu corpo, os homens que estão pelo corredor vão sendo atingidos, meu corpo flutua, quebro o primeiro teto em cima de mim, depois o segundo, o corredor está vazio.
– Ah... – o rosto de James vem em minha mente, raios roxos correm pelo meu corpo.
A voz de Oliver parece ecoar agora em meus ouvidos, vejo meus amigos mortos mais uma vez, é tão real. Caiu de joelhos no chão – Eu odeio este lugar. – esfrego meus olhos, respiro fundo – Não. – Falo indo para parede – estou lutando para defender a ilha. – sinto meu corpo tremer. Meu suor é gelado.
– Espera, eu estou ajudando o povo que matou a minha mãe e me queria morta? – fecho os olhos.
A dor parece um caminho bom. Eu estava destinada a me tornar Alice a partir do momento em que a matei, ela queria me treinar. Ela queria governar toda ilha ao meu lado, e agora eu posso. Uma voz baixa me faz lembrar de rostos que já não sei mais quem são, é tudo escuro, banhado de ódio e poder.
Saiu do avião explodindo toda sua lataria no ar, o céu parece pegar fogo agora, vejo várias ruas daqui de cima, pequenas batalhas por todas as partes ainda acontecem, tudo fica silêncio daqui. Uma bola de fogo se forma em minha mão, o vento vai levando a fumaça preta dos escombros do avião para o outro lado, agora a rua que James luta com alguns lobos do Sul é revelada. – Eu vou matar todos.
Lágrimas escorrem dos meus olhos, James me analisa lá de baixo, ele é majestoso em cima de feroz. Respiro fundo, vôo para mansão, preciso controlar esses poderes. Sinto meu coração acelerado, em direção a mansão vejo as centenas de corpos nas ruas. Os humanos perderam essa guerra. Não demora e pouso no gramado da mansão, gelo parece cobrir todo o chão destruído pelas batalhas, olho em minha volta enquanto as lágrimas caem dos meus olhos, abro a porta com a mente, as janelas se fecham com apenas um pensamento, subo correndo as escadas, meu corpo parece pegar fogo por dentro, me tranco no quarto com a respiração ofegante.
– Eu não posso machucar meus amigos! – dos meus lábios as palavras saem melancólicas e cheias de ar. Mas, em minha mente pensamentos de morte e sangue dominam minha cabeça.
Caiu no chão sentada, aperto minha blusa fazendo meus dedos ficarem vermelhos, o lado escuro de Alice despertou, eu não sei como controlar. Meu coração dispara quando vejo uma arma em cima da cama. Levanto lentamente, minha respiração diminui, pouso a mão sobre o objeto, vou até o espelho no banheiro ao lado. Sinto a mesma coisa de quando destruir aquele prédio, Mas, agora é muito mais forte.
Não sei quanto tempo estou aqui, observo o azul desesperado de meus olhos, as lágrimas caindo lentamente deles. Talvez no fundo eu não tenha superado nada. Talvez eu seja a maior ameaça para eles agora. Talvez eu seja mesmo como Alice, não apenas na aparência. Abaixo a cabeça por um estante, vejo quando a lágrima cai na pia de porcelana, me encaro mais uma vez, agora empunhando a arma em minha temporã, a saliva desce em seco pela garganta, minha mão treme até que pareço uma estátua. – O mundo não precisa de outra Alice.
“ Olho para ele seria. Preciso ir agora. Caminho em direção a porta, até que ele faz meu corpo parar automaticamente.
– Katy? – volto a atenção para ele outra vez.
– Oi.
– Espero que ficar igual a Alice não seja uma opção pra você.
– Não é. “
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Mutantes Vol. 3 KATASTROPHE o final
Science FictionNos últimos meses tudo que vimos foi guerra, sangue, morte e dor, muita dor. Você foi testemunha da nossa guerra para destruir uma inimiga. Você foi testemunha da nossa guerra para destruir a mentira de um líder corrupto. Você viu a queda de duas gr...