Novas regras

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Rymena

— Preciso que se acalme — o garoto à
minha frente diz — todos aqui passaram pelo mesmo ao chegar aqui, a confusão, o esquecimento…

Maneio a cabeça, então todos chegaram aqui sem memória alguma? Pelo que entendi sim, mas isso não faz o menor sentido, todos perderem a memória e irem para um lugar desconhecido sem explicação alguma.

— Certo, todos voltem ao trabalho, mais tarde conversamos — o moreno diz — e você pode me seguir.

Fico em silêncio e acompanho ele, andamos até uma construção, parecia ter dois andares, e parecia que iria desabar a qualquer momento, mas por causa dos reforços se negaria a isso.

— Essa é a sede.

Concordo com a cabeça, ele abre a porta e então adentra no local comigo logo ao seu alcance.

— Vou te mostrar como tudo funciona, mas antes temos que resolver outras coisas mais sérias, meu nome é Alby, se lembra do seu? — nego — vai se lembrar em um dia ou dois,é tudo que eles nos deixam.

— Eles quem ? — deveria ser quem nos colocou aqui — nós somos criminosos e por isso estamos aqui?

Ele para de andar e percebo que estamos em algum tipo de sala, um sofá velho se encontra em um dos cantos, e no outro tem uma mesa com um vaso vazio.

— Newt! — o moreno grita e ouço passos se aproximando — preciso que marque um conclave.

Me viro e vejo o garoto loiro de mais cedo, ele concorda e me lança um olhar de solidariedade.

— Pega leve com ela — ele diz a Alby e então vai em direção a saída em passos mancos.

Olho em direção a Alby ainda esperando que ele respondesse a minha pergunta, ele logo entendeu meu olhar.

— A verdade é que não sabemos o motivo de estarmos aqui, mas sabemos que existe uma saída, e vamos encontrá-la — ele faz uma pausa colocando o polegar e o indicador na sobrancelha — temos três regras, a primeira é fazer a sua parte… não temos espaço para preguiçosos, a segunda é nunca machucar outro clareando, nada funciona sem confiança aqui.

Engoli em seco, já tinha quebrado a segunda regra, mas eu só queria me defender, então tento argumentar.

— Olha eu não…

— Levando em consideração que você acabou de chegar e estava assustada, a segunda regra pode ser perdoada, mas só dessa vez — outra pausa e ele toca em meu ombro — a terceira regra é a mais importante, nunca vá além daqueles muros.

— O que tem lá de tão perigoso?

— Vamos te explicar as coisas aos poucos, informação de mais e de uma vez só nunca é bom.

Ouço um rangido, a porta estava sendo aberta, e um garoto rechonchudo entra no lugar.

— Newt mandou avisar que todos já estão na cabana — o pequeno diz.

— Obrigado Chuck, fala pra ele que já estamos indo.

O menino me olha com curiosidade e então sai fechando a porta com cuidado, ele ainda era uma criança, esse lugar ficava cada vez mais estranho.

— Certo, a conclave é um tipo de reunião e para o seu bem e proteção vou anunciar algumas novas regras

— Que regras?

— Vai ver…

O lugar da reunião era uma cabana redonda parecendo uma grande cabana de índio, embora eu não saiba onde já tenha visto uma.

Estava sentada em um canto mais afastado, mas mesmo assim a “platéia” improvisada de garotos conseguia ter total visão de mim, o que me deixava meio constrangida, mas mesmo assim ergo o olhar não me intimidando.

— Certo, vamos começar — Alby diz — nunca tivemos uma garota aqui, e sei que isso pode causar problemas, então vou criar algumas regras a mais.

Ouço vários burburinhos e o garoto em que eu tinha dado um soco se levanta e aponta pra mim.

— Devíamos manter ela no amansador.

— Gally cale a sua maldita matraca e ouça, vamos as regras — Alby ergue o olhar para todos os garotos — todos terão que respeitar ela, ninguém além dos socorrista podem encostar nela sem a permissão dela… os socorristas só podem encostar nela sem permissão se ela se machucar ou estiver doente e somente para o cuidado.

— Ela desobedeceu a segunda regra — diz um dos garotos no meio dos outros.

— Sim, mas ela acabou de chegar e estava assustada por ser a única garota, o que é compreensível — Newt diz.

Os garotos concordam, e pude notar que Newt tinha alguma autoridade, talvez seja o segundo no comando.

— Acho que estão todos de acordo — diz Alby — em segundo lugar, peço que não machuque ninguém também trolha.

A palavra trolha me confunde , mas sei que foi direcionada para mim. Maneio com a cabeça, se ninguém me machucasse eu estaria de acordo mas se alguém tentar algo eu concerteza iria revidar.

Alby começa a falar sobre punições caso eles descumprissem a regra e caso eu também descumprisse alguma, foco minha atenção no garotinho de mais cedo, Chuck era seu nome pelo que eu ouvi, devia ser terrível pra ele aqui. Um sentimento de pesar me toma, me doía ele ser só uma criança, será que ele se lembrou do seu nome logo, imagino como ele ficou assustado.

— E ela dorme na sede… e ninguém deve entrar lá de agora em diante a não ser Newt e eu que somos líderes, a não ser que solicitemos algum de vocês — Alby se levanta — tudo entendido?

Todos concordam, então o líder abre um sorriso e aponta para fora.

— Então o que estão esperando? Vamos arrumar a fogueira!

Todos os garotos gritam em comemoração e saem de lá, não entendi bem o que seria isso mas deve ser algo divertido. O lugar agora estava vazio a não ser pelos dois líderes, Chuck e eu.

— Vou pedir pra você ficar com o Chuck até a fogueira estar pronta — Alby diz — Newt e eu vamos ver as coisas da fogueira.

— Ah claro… mas o que é fogueira?

— é uma comemoração pra você, fazemos uma fogueira e comemos e bebemos — Newt fala sorrindo — você vai gostar.

Concordo com a cabeça, os dois vão embora e fico sozinha com Chuck.

— Quer conhecer a clareira?

— Seria legal… já que nem tive tempo pra isso.

Ele se aproxima com um sorriso no rosto e pega minha mão, sorri de volta e sigo ele. Lá fora todos estavam fazendo algo, era uma correria, garotos carregavam madeira.

Chuck me mostra todos os lugares, onde ficam os animais, as plantações, uma torre de madeira que permite ver a clareira toda e por último ficamos com a cozinha, tinha algumas mesas compridas como se fosse um refeitório e um garoto cozinhava.

— Esse é o caçarola — Chuck diz — o cozinheiro.

— Como uma panela?

— Tipo isso — o cozinheiro disse — tá com fome? Deve estar, chegou a um tempo já e a fogueira vai demorar um pouco.

Ele pega um sanduíche e me estende, pego ele e dou uma mordida, arregalo os olhos .

— Nossa, isso tá uma delícia — digo ainda com a boca cheia.

Caçarola ri e mexe algo na panela, o cheiro era bastante bom, ele deve ser um cozinheiro de mão cheia.

— Assim fico sem graça.

Sei que demorei mais do que prometi, mas ultimamente eu ando bastante ocupada tô até trabalhando nos domingos então me desculpem por favor, vou tentar postar o mais rápido possível.

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