Ao chegar na academia, Ivan desliga a chamada com a namorada e sorri leve e tristemente para Hope, logo indo em sua direção
— Nem imagino como tem sido pra você na escola. —Disse enquanto acariciava a cabeça de Hope, que começou a chorar.
— A escola não é nada comparado a isso. Não consigo acreditar que ela se foi, ainda mais de forma tão brutal. É quase insano o jeito que eles acham que as palavras cruéis e sem importância deles vão me afetar. Ela não vai voltar, ela morreu, eu nunca mais vou poder sentir o seu abraço na minha pele, ISSO me afeta. —Hope disse entre lágrimas. Ivan a acalmou, conversando com ela por um tempo, evitando ao máximo esse assunto, afinal conhecia muito bem sua amiga e sabe que é muito melhor evitar esses assuntos e mudar a energia a sua volta. Ivan sempre teve grande facilidade em ajudar os outros psicologicamente . Distraiu muito bem Hope, falando das viagens de sua nova namorada. Viajava de graça, ajudando em vários projetos e vendo mutos lugares que a maioria das pessoas nem imaginam existir.
— Você quer treinar, pra lembrar a infância comigo? afinal você só fala das meninas, nunca de mim, fico muito magoado com isso. Você não me ama mais! Me esqueceu!! — Ivan Gritou dramaticamente, colocando as mãos no rosto enquanto fingia chorar.
—ME PERDOE, REI DO DRAMA! — Hope grita enquanto fazia uma reverência —Claro, vamos lembrar os velhos tempos. Ivan responde apenas com um olhar alegre e afiado, quando crianças, Hope e ele adoravam brigar. Ivan entrou para uma academia de luta e ensinava para Hope todos os dias quando voltava. Ambos sabem uma enorme mistura de várias lutas e cada um tem sua vantagem. Ivan é maior e mais forte. Hope é mais rápida e treinava em academias de várias lutas até poucos meses. Seus fortes sempre foram completamente opostos, Hope é fraca, Ivan forte, Hope é rápida, Ivan lento.
Ivan tira sua jaqueta, jogando a mesa nos bancos. Hope firma seu coque e ambos começam. Ivan foca sempre no torso de Hope, seu ponto fraco. Hope também sabe onde focar, pernas e rosto. Sabe que o torso de Ivan é como uma muralha impossível para seus punhos. Ivan acerta o torso de Hope com um chute, que a faz voar para trás, caindo a quase um metro dele. Após recuperar o fôlego o derruba acertando um chute ao lado de sua perna. Diferente dele, Hope não para de bater e imobiliza Ivan, que acaba desistindo.
no banheiro, Hope levanta levemente a blusa(que pegou quando passou em casa no caminho), olhando o hematoma que ficou do chute de Ivan. Uma enorme mancha roxa, que logicamente doía ao menor toque. Suspirou e saiu do banheiro, encontrando Ivan sentado no banco discutindo no celular. Hope se esconde, com medo de causar qualquer constrangimento em Ivan. Foi bem perceptível que a namorada é a pessoa com quem ele estava discutindo. depois dele desligar, Hope fingiu não ouvir e se despediu dele, indo para casa bem melhor do que quando saiu.
Com a presença de Ivan tudo melhorava, afinal ele a conhece muito bem para lançar olhares hipócritas. Os dias passaram muito rápido, com Hope indo em festas junto com Ivan, uma ideia dele para fazer com que ela ficasse bem por mais tempo, comendo em lancherias e indo na casa um do outro vendo filmes. A noite chegou, com as trevas junto a ela dessa vez. Era a quinta noite, Hope duvidou que tudo fosse verdade, desafiando os mortos para mais uma batalha. Os mortos, que como Vivi se tornaram algo completamente cheios de raiva, se tornando até mesmo sádicos, se divertindo com o sofrimentos dos vivos. Dessa vez não houve o aviso vermelho, suas narinas foram avisadas pelo apenas pelo cheiro absurdo de podridão e morte. Dessa vez Vivi veio acompanhada por um homem que parecia estar morto a mais tempo que ela, dado ao estado de seus olhos, havia uma imensa podridão neles, junto com uma enorme energia assassina e cruel.
— Mesmo sabendo que é culpada, não poupou mais pessoas. Acredite, eu achei que não fosse uma vadia desse nível, Ele está certo, você é apenas uma puta nojenta e egoísta. — Gritou Vivi, enquanto um líquido verde escuro saía de seus olhos. Aquilo era um choro, tão venenoso quanto suas palavras para o pobre e perdido psicológico de Hope.
— Quem é Ele? Por que vão matar outra pessoa inocente afinal? Qual o ponto disso? RESPONDAM!
— Não tem o direito de ordenar aqui, pirralha burra. —Disse o homem — Acha mesmo que vamos obedecer alguém repugnante como você? Principalmente quando prova que nosso mestre tem razão? Mas, já que seu desespero é totalmente divertido e delicioso de se assistir, vou dizer a próxima vítima, afinal não irá ter tempo para salvar absolutamente ninguém. Vai estar muito ocupada. —Continuou, com um sorriso satisfeito e sádico. — Ivan. Ele será a próxima vítima. Não nos culpe, afinal somos apenas os braços que farão isso, a culpa pela morte dele será sua. Você é a culpada por minha morte, por a morte de todos nós, e pelas mortes que ocorrerão se não obedecer, dando enfim um ponto final para tudo. Provando que nesse seu coração imundo, totalmente podre ainda pode haver algo apreciável.
Vivi sumiu com um sorriso macabro, Ivan seria morto por sua amiga, uma morte além de horrível, seria triste. Hope entendeu como funcionava assim que viu aquele maldito sorriso. Eles eram atraídos ou até mesmo hipnotizados para abrirem as portas, logo depois sendo mortos por um assassino que deve ter sofrido a mesma lavagem cerebral. Hope correu até a janela, que se fechou. A porta também foi trancada, causando um enorme estrondo pela casa. O homem se divertia vendo o desespero daquela pobre alma, que apenas pensava em Ivan. Seus olhos estavam tomados pelo medo e desespero. Ivan seria morto porque ela não obedeceu, seria enganado por sua antiga amiga. Uma garganta seria cortada em breve e um coração de um desconhecido seria perfurado por uma lâmina fria, rápida e afiada. O homem então resolveu se divertir mais, fazendo com que gritos horrendos ecoassem dentro da cabeça de Hope, os gritos das vítimas daquele joguinho sádico de algum psicopata imundo e sádico. Hope começou a gritar, sua garganta queimava, assim como sua cabeça, seus olhos até então fechados se abrem.
—CHEGA! —Ordenou — SE CONTINUAREM COM ISSO, EU NUNCA VOU SEGUIR ESSA REGRA IDIOTA! A mande parar agora, se fizer isso eu obedeço agora mesmo, me mato do jeito que quiserem.
— Tarde demais, criança, precisa aprender as consequências de suas ações, você ignorou o aviso e outra vida será perdida por SUA culpa. A escolha de obedecer ou não será SEMPRE sua. Assim como a culpa que carrega no seu sangue. Mais pessoas vão morrer se não fizer isso logo, essa será sua punição.
O homem, disse com uma voz rígida, como um pai castigando sua filha. Provavelmente era pai antes de morrer. Ele esticou sua mão, fazendo com que Hope flutuasse com seus braços esticados, as mangas de Hope foram rasgadas pelo ar, que fez cortes pequenos e rasos por todo seu pulso.
— Isso, será para você não se esqueça novamente da responsabilidade que está em suas costas. um símbolo de um círculo apareceu em seu pulso, era completamente vermelho, como sangue, Hope não sentia sua pele ser cortada, mas sim ser queimada. seus gritos ecoaram por toda a casa. Em volta do círculo apareceram raízes, que fizeram a volta em seu antebraço. Os gritos de Hope eram de dor tanto pela queimadura quanto pelas mortes, podia sentir cada uma delas em sua mente. É como se todas as mortes, todas as cenas, todos os gritos ecoassem em sua cabeça. Os gritos só cessaram depois de um com uma voz muito familiar, Ivan. Ivan foi morto, seu melhor amigo agora se tornaria uma daquelas aberrações. Um monstro cruel e sádico.
O homem foi embora, eles se retiraram por essa noite. Sem aviso de quando seria o próximo assassinato. Hope apenas rastejou até a cama se tapando enquanto chorava a morte de seu amigo, ela podia o sentir, sentir sua morte. podia sentir o desespero e medo que ele sentiu, sabendo que aquilo foi por sua culpa. "Mesmo assim, quem garante que aquelas coisas iriam cumprir com sua palavra? E se eles continuassem matando? E se houvesse outro jeito? Tem de haver outro jeito. "
Era apenas isso que ela pensava, não conseguiria se acalmar e muito menos pensar em alguma coisa diferente.
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A Caçada
HorrorUma série de assassinatos ocorriam uma cidade, na qual a família de Hope morava quando ela era um bebê. A família então decide se mudar, indo para uma cidade distante e bem desenvolvida. Quando Hope está quase completando 15 anos, os crimes começam...