º ● Capitulo 01 ● º

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O conteúdo dessa obra é de inteira responsabilidade do autor. Nomes, locais são fictícios e qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência. Imagens meramente ilustrativas. Nenhum evento ou passagem desse material tem qualquer relação com as pessoas que figuram no conteúdo.

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Pandora, 1998

Pandora, 1998

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POR CELINE

O som dos tiros, bombas explodindo e das ordens dos superiores para seus soldados eram cada vez mais próximos e ensurdecedores. Escondida debaixo da cama, tampei meus ouvidos e fechei fortemente os olhos, enquanto meu coração se preparava para uma invasão militar a qualquer momento.

Nunca me senti tão vulnerável e tão assombrada. A guerra tinha sua face assustadora e os seus ruídos eram ainda mais aterrorizantes. Desejei de todo coração que aquilo tudo acabasse e eu pudesse viver em fim a minha adolescência, como qualquer outra moça de dezessete anos no mundo.

Passos ao redor da casa colocaram meu coração em sobressalto. Eles estavam perto. Iriam me achar e me levaria com eles. E ninguém poderia impedir. Faziam mais de duas horas que minha irmã Celeste havia saído para procurar um local seguro onde pudéssemos nos abrigar. Sua demora estava me deixando preocupada.

"E se ela foi capturada?"

O simples pensamento arrepiou meu corpo por inteiro e aumentou meu desespero.

Mais barulho de passos e eu já estava toda tremula. Já havia ouvido as histórias sobre a maneira nada cortês que os soldados das tropas inimigas tratavam moças como eu e minha irmã. Se não fossemos mortas imediatamente, seriamos torturadas e estupradas por quantos deles fosse possível e nossos corpos aguentassem. E quando finalmente a morte nos alcançasse, seriamos jogadas em uma cova rasa junto com outras moças, igualmente sozinhas no mundo, que tiveram pouca ou nenhuma sorte de serem ajudadas a mudarem tão cruel destino.

De repente a porta se abriu. Apertei ainda mais as mãos nos meus ouvidos e cerrei os olhos com toda força. Meu fim estava próximo e eu não teria como me defender. Aliás, nem sabia me defender.

- Cel, você ainda está aí? - reconheci a voz de minha irmã. Ainda que ela estivesse sussurrando.

- Sim, estou. - respondi também num sussurro. O coração aliviado. - Pensei que fossem os soldados. Já estava me despedindo do mundo.

- Nossa como você é dramática! Saia debaixo dessa cama e me acompanhe. Encontrei um lugar para ficarmos em segurança.

- Encontrou? Onde?

- Não faça perguntas e ande logo. Molenga como você é, até eu te explicar tudo já terão chegado aqui, nos levado como escravas e você ainda não terá entendido.

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