CAPÍTULO 16

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Rachell tinha chegado à Itália e, depois de oito horas de voo, não se sentia esgotada, ao contrário, estava eufórica, sem conseguir esconder seu sorriso e seu caminhar energético, mas com sua elegância de sempre, mal pisou no aeroporto de Malpensa, localizado a 48 quilômetros de Milão, dirigiu-se à zona de táxis que já tinha reservado um e, quando teve que falar com o motorista, agradeceu que Samuel tivesse enviado a professora Rossellini, graças ao pouco que sabia do idioma, conseguiu se comunicar com o homem sem nenhum problema.

Ao entrar no táxi, soltou um pouco o cachecol Louis Vuitton e soltou um suspiro para relaxar, tinha que admitir que se sentia mais segura e que os tremores no seu corpo tinham desaparecido, que a tinham invadido desde o momento em que entrou no avião e, pela primeira vez, agradeceu que não ficou na janelinha.

Ao sair do aeroporto, seu olhar se fixou na paisagem, embora não havia muito o que ver nos primeiros minutos, já que era uma estrada de mão dupla demarcada por árvores, só um ou outro local comercial ou posto de gasolina, mas quando entraram na rodovia, era completamente diferente, o fluxo de veículos era maior e a cidade imponente abria caminho, com suas edificações de estilo romano, exatamente como tinha imaginado.

O tráfego começou a ficar congestionado e o táxi parou no semáforo, ao seu lado, estacionou um garoto em uma moto e os dois cruzaram os olhares durante o tempo em que o farol mudava, Rachell admitia que era muito bonito, cabelo preto e olhos cinzas, por cortesia, sorriu e ele piscou um olho em um gesto muito sensual, pegando-a de surpresa, pois não esperava tal espontaneidade.

O táxi avançou e virou à direita e o italiano continuou reto, procurou na bolsa o seu iPhone para ver como funcionava o roaming e avisar Sophia que tinha chegado, tentou ligar para a butique, enquanto esperava o toque, estava a uma rua do seu destino e o táxi fez uma última parada.

Um toque na janelinha a fez voltar o olhar e era o cara da moto que batia no vidro para chamar sua atenção, o que ela retribuiu com seu olhar e levantou a mão cumprimentando-o e ele correspondeu com um maravilhoso sorriso e, sem aviso prévio, aproximou-se e deu um beijo no vidro para depois fazer um gesto como se arrancasse o coração e entregasse para ela, com aquele sorriso que, embora ela não quisesse, fazia seu coração bater mais forte, e foi embora, deixando-a completamente desorientada. Não conseguiu fazer outra coisa, a não ser dar uma gargalhada diante da naturalidade do moço e como ela não tinha perdido sua capacidade de sedução, já tinha escutado algo da fama dos italianos, de serem completos sedutores, mas jamais pensou que poderia constatar isso tão rápido.

Ninguém atendeu o telefone, então supôs que deveriam estar ocupados, por isso, deixou uma mensagem na secretária eletrônica.

— Sophie, é para avisar que cheguei bem, estou chegando ao hotel, a primeira coisa que vou fazer é dormir um pouco, quando acordar, ligo de novo; Milão é mais linda do que imaginei, incluindo os italianos — Não teve como e acabou deixando o riso na mensagem, aquele que Sophia entenderia.

Sua viagem tinha terminado e a porta giratória do hotel Príncipe de Savoia a levava a um dos hotéis mais bonitos e luxuosos de Milão.

Os mensageiros ficaram responsáveis pela bagagem, na recepção, deram as boas-vindas e entregaram o cartão, levaram-na até o seu quarto, onde estavam esperando morangos e champanhe, cortesia do hotel, enquanto no banheiro, uma camareira preparava a banheira com leite e pétalas de rosas, mais conhecido como banho de Cleópatra.

Rachell soltou um suspiro, prevendo que sua estadia no hotel seria um verdadeiro prazer.

Depois de uma hora, tinha se trocado, colocando um roupão branco de cetim e rendas que chegava até os joelhos, não se atrevia a dormir nua em um hotel, pelo menos, não estando sozinha, se meteu na cama, mas antes de dormir, pediu para não ser perturbada e que, por favor, a acordassem em umas quatro horas; queria descansar e aproveitaria a tarde para conhecer um pouco da cidade, já que o desfile seria no dia seguinte.

DOCES MENTIRAS AMARGAS VERDADES: REVELAÇÕES (LIVRO 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora