Capítulo único: sobre Mc Lanche Feliz e declarações

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Chittaphon praguejou à si mesmo por ter saído de casa quando estava fazendo um frio congelante daqueles do lado de fora. Por Deus, quem, em sã consciência, sai do conforto de sua cama quentinha e cheia de cobertores, para se aventurar no inverno impiedoso de Seul?

Ten Chitttaphon, é claro. Porém, todo aquele esforço gigantesco tinha um grande motivo. Literalmente.

Apenas Seo Youngho para fazer Ten cometer aquele tipo de loucura – porque, sim, aquilo era uma. E, afinal, não é como se o mais novo entre eles reclamasse.

A saudade que o menor sentia do namorado estava o matando, mesmo que tenham ficado apenas uma semana sem se ver. O tailandês apenas queria o corpo do maior colado no seu, de preferência em uma cama quentinha e confortável, com direito a uma maratona da série preferida de ambos e comida suficiente para aumentar sua glicose.

Mas os planos de Chittaphon de usufruir do conforto de sua casa foram por água abaixo quando recebera uma mensagem do americano, o dizendo para lhe encontrar na pracinha – que costumava ser o lugar dos dois quando começaram a namorar – que ficava perto da casa do mais novo. E, mesmo com um bico emburrado nos lábios e as bochechas coradas pelo frio – desgraçado, vale ressaltar –, Ten sentia o coração quentinho só em pensar que iria matar a saudade que estava do americano.

Depois de mais alguns poucos minutos se arrastando pelas ruas quase vazias, avistara os bancos e as árvores – agora, cobertas de neve – da pracinha; um sorriso se apossando de seus lábios ao reconhecer a figura alta e espalhafatosa que tanto amava sentada em um dos bancos, as pernas longas balançando no chão coberto de neve e fazendo desenhos avulsos.

Céus, como amava aquela criança de quase dois metros de altura.

Logo seu olhar se encontrou com o do maior e o coração bateu forte na caixa torácica ao receber em troca um sorriso enorme, os dentinhos fofos e os olhinhos comprimidos pelas bochechas cheinhas deixando o mais novo todo abobalhado. Afinal, ele era mesmo um bobo completamente apaixonado por Youngho.

Apressou os passos e foi de encontro ao mais velho, que já se encontrava em pé e de braços abertos, prontos para receber o pequeno. Os bracinhos apertaram o tronco do maior contra si e sua cabeça foi de encontro ao peitoral do moreno, se aninhando no americano e suspirando ao sentir os braços fortes o rodeando e o queixo encostando no topo de sua cabeça.

– Senti sua falta. – o menor pronunciou depois de alguns longos segundos naquele abraço, a voz um pouco abafada por ainda estar com o rosto afundado no peito do americano.

– Eu também senti a sua, amor. – enfiou o rosto no amontoado de fios castanhos e inspirou, o cheirinho de chocolate fazendo com que um sorrisinho de canto tomasse suas feições.

O mais novo levantou seu rosto e apoiou o queixo no peito do Seo, o olhando daquele jeitinho carinhoso que deixava o americano suspirando de amor. As mãos grandes foram de encontro às bochechas rubras de Ten, logo o puxando para depositar um selar demorado nos lábios rosados, acariciando o rosto do menor no processo.

E Youngho sentiu seu pobre coraçãozinho pular dentro do peito quando se afastou e o tailandês permanecia de olhos fechados, aproveitando o carinho que recebia e mantendo um sorriso todo bobo no rosto.

– Suas mãos estão geladas. – Chittaphon quebrou o silêncio, abrindo os olhos e inclinando sua bochecha em uma das mãos do mais velho.

– E você, por algum motivo, gosta.

– Gosto porque é você.

– Que brega, Tennie. – riu baixinho, ainda com a mão na bochecha rubra do menor. – Sentiu tanto minha falta assim? – questionou retórico, o tom zombeteiro se fazendo presente em sua voz, levando o pequeno a revirar os olhos, ainda que este possuísse vestígios de um sorrisinho no rosto bonito.

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