Como eu vou viver sem ela?

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Jeon Jungkook

EUA, Los Angeles

Beverly Hills

— Você continua a mesma linda mulher de sempre. — Elogiei, sentindo meu coração praticamente quase saltar pela boca devido a nossa aproximação. — A sua filha tem a quem puxar.

Quando cheguei em Beverly Hills, não perdi tempo. Após alugar um apartamento e dar uma rápida passada no salão de beleza para fazer umas luzes, saí em busca de informações. E para a minha sorte, conseguir isso foi muito mais fácil do que eu pensei, já que o Jimin é dono de uma das empresas mais famosas daqui. A maioria das pessoas o conheciam e depois de perguntar a várias delas, acabei descobrindo onde ele e a minha ex-namorada morava. E quando cheguei na porta da casa dela, tive a intenção de bater e de vê-la logo de uma vez, mas acabei desistindo quando a vi deixando o local de mãos dadas com o Jimin. Meu coração ficou em pedaços e quase chorei de emoção ao ver uma pequena garotinha em seus braços.

Ela era linda.

Muito mesmo!

De cabelos escuros, pele clara e muito baixinha. Fiquei a olhando por muito tempo e quando ambas saíram de carro após a saída daquele loiro oxigenado, eu as segui. Observei S/N deixá-la na escola, ir para a academia, ir para o curso, ao supermercado e dentre vários outros lugares que ela pisou. Pensei em ir até lá durante várias vezes, mas senti que ainda não era o momento certo. Me contive literalmente até ao final do dia, quando ela buscou a filha na escola e parou em um supermercado.

O plano inicial, era esperar que ela deixasse o local para falar com ela, mas quando vi aquela pequena garotinha sentada sozinha em um banco, foi como um convite para que eu fizesse logo alguma coisa. E foi o que eu fiz. Comprei um pirulito no caixa e depois de cumprimenta-la, quase chorando, ofereci aquele doce de muito bom grado.

— A minha mãe disse que eu não posso aceitar coisas de estranhos, mas muito obrigada tio. — Foi o que ela me disse após eu entregá-la.

Ele é tão fofa.

E já está tão crescida.

Nem posso querer considerá-la minha filha, porque eu nunca nem fui um pai para ela. Não estive com ela no seu nascimento, não presenciei seus primeiros passos, suas primeiras palavras, o seu primeiro dia na escola e nem nada em relação ao seu crescimento. Então, como eu poderia querer exigir que ela me reconhecesse como pai? Como eu iria conseguir rouba-las do Jimin, sendo que nunca estive presente na vida delas? Que visão essa pobre garotinha iria ter de mim, depois que descobrisse o quão tóxico eu havia sido na vida da mãe dela?

— Mamãe, foi esse moço que me deu o pirulito! — A garotinha apontou para mim, animada. — Ele foi muito legal!

— Entre no carro agora, Miso. — Ordenou S/N, visivelmente irritada.

Miso.

Então esse é o nome dela...

— Mas mãe...

— Agora, Miso. — Se virou de costas e destrancou a porta do carro. — Anda, entra!

Ela bufou emburrada, mas acabou obedecendo a mãe. A chuva ainda está caindo, começando a se diminuir aos poucos. Usei meu guarda-chuva para cobri-la novamente, incapaz de tirar os olhos dela.

— O que você está fazendo aqui? — Perguntou ela, depois de alguns segundos em silêncio. — Veio infernizar a minha vida de novo?

Que fria...

Cartas para um Estranho | Jeon JungkookOnde histórias criam vida. Descubra agora