Episódio 12

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12. Não ouse voltar e tentar acertar as coisas, porque eu estarei pronto para brigar.

(POV - MCFly)

— Eu... não fui aceito no MIT. – Jimmy murmurou, lentamente, ao checar seu e-mail no sofá do meu apartamento, enquanto eu guardava alguns livros em caixas que eu levaria pra Boston.

Esse anúncio me fez largar a caixa. Senti um balde de água fria ser jogado bem em meu rosto. O MIT era a única universidade na qual Jimmy tinha se inscrito e que ficava perto de mim, permitindo que ficássemos juntos quando a escola terminasse.

Engoli meus próprios medos quanto à incerteza do que aquilo significaria para nós dali pra frente e me sentei ao lado dele, tomando sua mão.

— Bem, perda deles, certo? – tentei gracejar, mas Jimmy continuou olhando para o e-mail, com uma expressão arrasada.

— Não. – ele balbuciou. – Perda minha. Era o lugar que eu queria, certo pra mim. E pra nós.

Fiz uma pausa, escolhendo cuidadosamente o que falaria em seguida.

— Pelo menos... você foi aprovado em outras.

— Duas na Califórnia, uma em Washington e a mais próxima de Boston fica em Michigan, que também não é perto o suficiente. Sem mencionar que são todas apenas razoáveis.

— Jimmy, você não tem que se preocupar com a distância agora. – eu disse, embora fosse tudo em que eu conseguia pensar. – E, universidades razoáveis são melhores que nenhuma universidade. Apenas escolha a melhor entre elas.

Ele se levantou, se desvencilhando da minha mão bruscamente.

— É fácil pra você falar, tendo sido aprovada na universidade dos seus sonhos. – ele vociferou e foi como um chicote acertando minha pele.

Eu não esperava aquele tipo de hostilidade vinda de Jimmy, embora eu soubesse que não deveria levar em conta nada dito sob o efeito da raiva, da desilusão e da frustração que ele estava sentindo. Achei melhor recuar.

— Não sei o que vou fazer agora. – ele murmurou, escondendo o rosto entre as mãos. Eu quis abraçá-lo, mas fiquei com medo de ser rejeitada, então fiquei parada e engoli em seco.

— Você... nós vamos pensar em algo, okay? Vai ficar tudo bem.

Jimmy seguia com o rosto oculto, e assim permaneceu por mais alguns instantes, em silêncio, até que abaixou as mãos e respirou fundo. Os olhos vermelhos partiram meu coração. Ele apenas assentiu.

— Você... você está certa. – murmurou, com um suspiro. Olhou a hora no relógio de pulso e disse: – Será que você pode me levar em casa?

Assenti e fui pegar a chave do carro, aliviada em ter algo pra fazer que me ocupasse e me impedisse, temporariamente, de surtar. Apesar de ele ter concordado comigo, Jimmy não esboçou uma palavra sequer no caminho até seu condomínio e eu também não sabia o que dizer, então apenas deixamos que o silêncio pesado e opressor recaísse impiedosamente sobre nós.

Quando o deixei na entrada do condomínio, ele somente agradeceu distraidamente e saiu, sem nem se despedir direito. Assim que atravessou o portão de pedestres e desapareceu, aproveitei que não estava no caminho de nenhum carro, abaixei a cabeça no volante e chorei.

Chorei por Jimmy não ter conseguido o que queria, por ter ficado tão destruído, por não saber como ajudá-lo ou o que faríamos com nossos planos agora. Toda minha animação com a faculdade e com tudo que nossa nova vida nos proporcionaria caiu por terra. E chorei por isso também.

3000 milhas a lesteWhere stories live. Discover now