Siera Amorim
Ele me beijou!
Drogas, foi tão bom!
Droga, droga, droga!
Porque eu deixei acontecer? Porque?
Eu sei, eu "tentei" empurra ele, mas eu não quis impedir, eu quis tanto beijar ele.
Eu gostei, gostei tanto.
Me encosto na parede assim que ele sai todo pomposo da sala, é tão bonito vê o sorriso que ele tinha no rosto, droga, ele é todo bonito.
Passo a ponta do meu dedo nos meus lábios, ainda os sinto quente, solto um sorriso de pura satisfação.
Tão rápido quanto veio o meu sorriso eu me desfaço dele, merda, eu quis beijar ele, eu quis sentir os lábios quentes nos meus, eu gostei, mas, isso não quer dizer que eu esqueci o que ele fez, não quer dizer que eu esqueci que ontem a noite ele tava com a boca colada na de outra mulher, e nem que eu esqueci que ele transou com ela no mesmo quarto que o meu, e nem que provavelmente ela está lá em cima em um dos quartos esperando por ele.
Não duvido nada que ele só esteja me usando, me usando para consegui pistas.
A única prova que eu tenho é que ele é um maldito egoísta, nem se importa de está com uma garota aqui enquanto me beija, nem se importa comigo.
Que merda eu estou esperando dele mesmo? Não deveria nem tá pensando nisso, Aeron só se importa com ele e sua família.
Aeron não se importa com ninguém que não seja sua família.
Não devo esperar nada de ninguém que não seja de mim mesma, muito menos do maldito Aeron.
Com esse pensamento vou para cozinha, minha perna esta dolorida, tenho alguma dificuldade para andar, mas quando chego fico satisfeita, as pessoas ao redor parecem está apreensivas, John alheio a tensão, ou se fingindo de bobo o que eu acredito que esteja fazendo, conversa com Verônica amavelmente, as crianças sentadas ao lado dos pais, um cachorro gigante deitado debaixo da mesa ao pés de Natasha, a única cadeira disponível está entre John e Aeron, e é lá que sento.
Lorenzo e Allan me dão um sorrisinho divertido, eles armaram tudo.
- Vamos comer? - Arthur meio convida e meio perguntando olhando para verônica.
- Primeiro os convidados - ela sorriso amável, me dá vontade de bufa, porque o único convidado aqui é o John, eu fui ⁸sequestrada.
- Bobagem - Aeron resmunga.
Verônica dá um olhar de repreensão nele.
Não presto muita atenção na conversa ao redor, me preocupo em colocar comida No meu prato, é isso o que me importa.
- Mamãe - chama uma garotinha com a voz fofa para Natasha.
A conversa delas me chama a atenção, na verdade chama a atenção de todos.
- Oi, querida - a resposta vem carregada de carinho e atenção.
É impressionante em como todos ao redor diminuíram as conversar para ouvir a menina, olhos atentos e carinhosos, a atenção voltada para ela é tão natural que me encanta.
- Ela tem o cabelo igual o meu - ela diz tímida, me faço de boba, como minha comida como se não tivesse ouvindo ela para não ficar constrangida.
- É sim, meu amor - Natasha responde - É bonito não é?
- Sim, tão bonito - ela responde me fazendo olhar para ela.
- Obrigada - dou um sorriso - O seu é maravilhoso.
- Você acha? - ela passa a mão no cabelo cacheado com uma expressão insegura.
- Acho, é tão bonito, parecem canudinhos de tão enroladinhos que são - digo soando confiante.
- Na minha escola, meus coleguinhas dizem que são feios - a carinha de tristeza dela me parte o coração - Eles dizem que sou feia porque sou de uma cor diferente da deles é dos meus pais.
Fico chocada, eu sei o quanto isso mágoa, e sei que quando pequena é difícil ouvir.
Me levanto da minha cadeira e ando até ela, me abaixo devagar, ficando de joelho.
- Como é seu nome? - pergunto segurado as mãozinhas dela.
- Isabella - ela responde me olhando curiosa.
- Isabella - repito - Bella, é isso que você é, você é uma bela garotinha, tão linda com seus cachinhos, tão bela quanto sua cor, você é uma bela, assim como seu nome diz, Isabella, combina tanto com você.
- Você acha? - a incerteza na voz dela me faz querer ir atrás dos pais dessas crianças e lhes ensinar a como educar uma criança.
- Você me acha feia? - pergunto para ela.
- Não - ela da uma risada - Parece uma princesa.
- Viu só? Minha tonalidade é mais escura que a sua, meus cabelos são mais volumosos que o seu, e mesmo assim você me acha bonita, percebe que a diferença nos faz bonitas?
Ela faz que sim com a cabeça.
- Você é linda desse jeito que é - passo minha no rosto bonito - Acredita em mim?
- Acredito - responde sorrindo e se joga em mim me abraçando.Me desiquilibro e caiu de costas no chão.
- Jesus - digo deitada no chão abraçando Isabella.
- Eu também quero - outra voz fofa diz se jogando em cima de Bella.
- Aí Nicole - Isabela reclama.
Cabelos logos e castanhos cobrem a minha visão, Deus, essas menininhas vão me amassar.
As pessoas ao redor dão risadas, divertidos.
- Queridas - digo rindo - Vocês está me amassando.
- Saí Nic - Bella pede rindo.
- Não vou não - ela responde gargalhando - É legal.
- É sim Nic - digo - Só que de princesa vou me transformar em puré de batata.
Elas gargalham juntas, as risadas delas são tão gostosas que me fazem rir junto.
- Quando eu me levantar daqui, vou comer toda a comida de vocês- ameaço elas.
- Não - elas gritam saindo de cima de mim rapidamente e correndo de volta para as suas cadeiras.
- Agora já sei - Allan diz rindo - Comida é o ponto fraco de vocês.
- Isso - Lorenzo comenta - Já sei como chantagear elas.
- Mafiosos de merda - digo sentada no chão.
- Você nos entregou, percebe isso? - Selena me pergunta indignada.
Dou um sorriso de falso arrependimento.
- Siera, é uma esfomeada - John diz rindo - Ganhei ela pela barriga.
- Mentiroso - grito rindo.
- É sim - ele rebate - Lembra que você não gostava de mim porque derrubei uma fatia da tua pizza?
Gargalho alto, era verdade, fiquei com ranço dele.
- Isso é verdade? - Natasha pergunta rindo.
- É sim - John ri lembrando - Foi sem querer, eu esbarrei nela e caiu uma fatia da caixa.
- Da caixa? - Louise pergunta divertida.
- Sim, ela tava com uma caixa tamanho família - John conta - Ela tava comendo um pedaço e deixou um outro separado, o pedaço separado caiu no chão, Siera ficou furiosa, me xingou de todos os nomes possível.
- E até inventei novos - complemento.
De repente um cadeira sendo afastada bruscamente interrompe as risadas, olhamos para as costas largas de Aeron enquanto ele sai da cozinha sem dizer uma palavra, se pelo menos olhar para trás, sem olhar pra mim.
Lentamente, levanto do chão, e volto para a minha cadeira.
Os irmãos de Aeron não apagam o sorriso idiota da cara nem por um minuto ser quer.
Reviro os olhos. Idiotas.