Ela o viu pela primeira vez quando tinha sete anos de idade. Estava andando de bicicleta na rua quando escutou um barulho estridente e parou de pedalar. Foi tudo muito rápido. Viu um carro vindo em alta velocidade em sua direção, mas não conseguiu sair do lugar. A partir desse segundo, tudo começou a acontecer em câmera superlenta. Logo percebeu uma espécie de chuva de luz, com pingos em formato de flocos de neve coloridos. Luna ficou imobilizada e encantada ao mesmo tempo, e ele apareceu na sua frente.
Ele sorriu para ela e se virou logo depois para o carro, que ela até já tinha esquecido e que agora se movia extremamente devagar a seus olhos. Ele ficou aguardando o veículo chegar até os dois, como se aquilo fosse um filme que ele editava apenas com o pensamento. Luna estava tão fascinada com a sua presença que, num impulso, puxou sua camisa para que ele olhasse de novo para ela. Foi o que ele fez, abrindo um sorriso largo e lhe mandando uma piscadinha sorrateira. Logo depois voltou sua atenção para o automóvel e estendeu o dedo para frente. O carro veio devagar até o seu dedo e parou ali mesmo, sem que tocasse nos dois, quase flutuando, como num passe de mágica.
Tudo voltou à normalidade instantaneamente e ele desapareceu de uma só vez, como se nunca tivesse estado lá, deixando-a intacta, praticamente a um centímetro de distância do carro. O que se sucedeu foi uma mistura de histeria, gritos e choros. A mãe de Luna correu até ela e a pegou no colo, aos prantos, sendo abanada e consolada por muitas pessoas. O motorista do carro, que havia sido vítima de uma batida na esquina anterior e tinha tido o carro arremessado à sua revelia na direção de Luna jogou-se no asfalto, em prantos, assim que teve certeza de que a menina não tinha sido atingida.
"Foi um milagre! Um milagre!", gritavam os passantes. E Luna procurava seu salvador no meio da multidão, mas ele tinha desaparecido. Quando, mais tarde, contou aos seus pais o que tinha acontecido de verdade, que tinha visto um homem mágico que tinha parado o carro com um simples toque, seu pai lhe apresentou uma explicação lógica, típica do psicoterapeuta que era. Afagou sua cabeça e disse que a sugestão mental para essa ideia tinha vindo dos passantes, que tinham gritado que havia sido um milagre e sua mente havia traduzido essa mensagem inconscientemente com um símbolo transcendental, como um ser sobrenatural.
Sua avó foi a única que acreditou nela. Ela esperou um momento em que ficassem a sós e a encarou longamente, parecendo procurar as palavras certas:
— Luna, o que aconteceu hoje foi especial. Você teve a chance de ver o seu anjo da guarda, minha querida. Isso é para poucos. Pode significar que seu anjo da guarda está predestinado a aparecer para você e a mudar seu caminho, doçura.
— Mas, por que posso vê-lo e outras pessoas não podem, vovó?
Sua avó sorriu e envolveu suas pequeninas mãos:
— Porque você possui uma coisa que outras pessoas não possuem.
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Olá! Seja bem vindo e fique à vontade. Aqui começa uma história que será temperada com muito carinho, gargalhadas, fantasia e amor.
Conto com você nessa mais nova viagem!
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Como devolver um anjo (Degustação )
FantasyLuna leva uma vida corrida na capital da Alemanha: dividia o tempo entre as reportagens da rádio Fun Berlin e as festas pelos clubes da cidade, que frequentava com o amigo e fiel escudeiro Raphael, na esperança de encontrar uma cara-metade e dar fim...