Treat you better- Shawn Mendes

Capítulo 32- Todo o amor do mundo

Olá pessoal. Escolhi essa música, pois achei que combinava com o casal. Beijos.

ROSALY
Era o primeiro dia da turnê de Shawn, e Rosaly acordara nervosa com a expectativa de uma viagem tão longa longe de casa e no estado em que ela se encontrava. Ela já havia viajado antes com ele para shows, mas nunca ficara tanto tempo na estrada, e essa percepção de passar tanto tempo dentro de um avião ou ônibus indo de um canto a outro de diferentes países causava-lhe certa ansiedade difícil de controlar. Seus hormônios estavam loucos, e quando não a faziam chorar por qualquer coisa, a deixavam tão irritada que nada conseguia melhorar o seu humor.
Os enjoos tinham piorado nas últimas semanas a ponto de atrapalhar sua alimentação fazendo-a perder peso. A única coisa que parecia melhorar esse seu problema era sorvete de limão, e ela tomava quilos dele já que não conseguia comer direito.Não contara para Shawn sobre isso, pois não queria preocupá-lo, pois já andava tenso demais por conta dos muitos compromissos relacionados com a turnê, e não queria piorar a situação ainda mais
Rosaly desconfiava que seu mal-estar estivesse relacionado com suas preocupações constantes acerca de Caio. Depois que ficara grávida, parecia que o sentia perto dela, como se tivesse  escondido em qualquer esquina, espionando-a nas sombras, esperando o. melhor momento para atacá-la. Com isso, ela ficou paranoica pela segurança de Shawn, não se preocupava muito consigo mesma, embora pensava muito na saúde de seu bebê por nascer . Isso era outro ponto que não discutia com seu futuro marido, como se temesse que se começasse a falar, a ameaça se tornaria algo terrivelmente real, e enquanto permanecesse só em sua cabeça poderia lutar contra o medo e o terror que tais pensamentos provocavam.
Por isso, ir à turnê de Shawn fora uma escolha que fizera motivada pelo seu temor. Se ficasse morreria de preocupação, pois odiava contato de longa  distância, mensagem de texto, telefonemas escassos, que sempre ocorriam quando Shawn estava fora de casa, e diante das circunstâncias, ela preferia estar por perto onde poderia vê-lo e encontrá-lo sempre que pudesse.
Rosaly somente queria ter cuidado para não sufocar Shawn com tanta atenção, pois no ritmo que estava sua vida no momento, não precisava de uma noiva estressada e neurótica no seu pé, por isso, ela tentava restringir a quantidade de mensagens e telefonemas que enviava para ele durante o dia, para não parecer que o estava vigiando, ou desconfiando de alguma coisa, porque ela sabia que ele fatalmente confundiria seu cuidado excessivo com ciúmes e era a última coisa que queria que acontecesse.
Rosaly estava com medo, apavorava-lhe pensar que estavam na mira de um louco, e a lembrança de Caio lhe dizendo que acabaria com Shawn na primeira oportunidade que surgisse, parecia rondar seus pensamentos indefinidamente. Ela começara a ter pesadelos novamente, e acordava chorando agarrada a Shawn que procurava acalmá-la sem saber ao certo porque ela estava assim. Rosaly apenas dizia que não se lembrava com o que sonhara, enquanto os olhos verdes e malignos de Caio pareciam estar no escuro do apartamento dos dois, zombando da felicidade recente que ela compartilhava com o amor de sua vida, dizendo-lhe dentro de sua mente, que logo ela perderia tudo o que mais significava na vida.
Por isso, ela se aproximara mais ainda de Shawn, e seus momentos de amor naquele apartamento e entre as quatro paredes de seu quarto, tinham se tornado mais freqüentes e intensos, como se somente o toque das mãos de Shawn em sua pele, e  todos os beijos ardentes que trocavam fossem  as únicas coisas que devolviam seu equilíbrio, que a impediam de cair em um abismo de desespero que adentrava seu coração quando baixava a guarda, e pensamentos sombrios a alcançavam.
Rosaly nunca pensou que amaria tanto alguém um dia, a ponto de colocar sua segurança em risco por causa dessa pessoa, pois entre Caio machucá-la e machucar Shawn, ela preferia que fosse ela a vítima a ver o homem que amava em perigo. Estava claro que não se arriscaria à toa, pois tinha seu bebê a considerar, e ela também compreendia que Caio jamais se comoveria com seu estado gestacional. Ele nunca gostara de crianças, sempre dissera que não queria filhos, por isso e por outras coisas, Rosaly sabia que sua gravidez não era garantia nenhuma de que Caio a pouparia se caso ficassem frente a frente. Ainda assim, ele preferia ser ela a enfrentá-lo do que Shawn, a quem Caio não hesitaria em eliminar se tivesse a oportunidade.
As poucas vezes que falara com Shawn sobre isso no passado, ele lhe dissera que Rosaly não tinha nada a temer, e que ele a protegeria, mas, ela sabia muito bem que não era bem assim, pois ao contrário do que Shawn pensava, ele não sabia com quem estava lidando, e não tinha a menor ideia de quão sórdido, Caio podia ser. Rosaly provara do veneno dele em sua própria pele, e não tinha ilusões quanto aquele ser mesquinho e nefasto com quem um dia pensara em se casar.
Shawn em contraste com a maldade de Caio era a pessoa mais doce que Rosaly já conhecera. Ele era verdadeiro, e até quando tentava esconder alguma coisa dela para poupá-la de algum aborrecimento, ele acabava se entregando por não saber mentir. Além de tudo, ele era extremamente apaixonado, e quando se amavam ele lhe dava tudo de si compartilhando bem mais do que sensações, era a alma dele que se abria para ela, deixando que ela visse tudo o que havia dentro de seu coração por ela, então seu ato de amor se transformava em algo tão maravilhoso e pleno que a emocionava imensamente. Amar Shawn daquela maneira era descobrir que a cada dia com ele era um presente tão precioso e tão caro, que jamais o deixaria sair de sua vida, a não ser que seu destino decidisse diferente. E agora que teriam seu filho, o amor deles se tornara ainda mais tão abençoado, que era impossível para Rosaly não sorrir a cada hora do dia ao imaginar que  o seu filho ou filha os uniria ainda mais quando nascesse.Ela não queria perder aquilo, não podia perder nada daquilo, por isso tinha que lutar contra o terror em seu íntimo que dizia que Caio estava próximo e que era questão de tempo até que ele a encontrasse e destruísse cada um de seus sonhos.
Ela sacudiu a cabeça para afastar aqueles pensamentos tristes, ajeitou sua roupa, e enquanto fechava sua mala,, Rosaly ouviu seu telefone tocar e ficou feliz ao ver que era  a mãe .
- Oi, querida. Como você está?
- Estou bem, mamãe. Ainda sofro com os enjoos, mas estou conseguindo melhorar as poucos. - Rosaly sentia tantas saudades da mãe ao seu lado, principalmente naquele momento em que se sentia tão vulnerável.
- Tem certeza de que essa turnê será boa para você querida? Não era melhor ficar descansando em casa? A voz da mãe parecia preocupado.
 - Fique tranquila. Shawn tomou todas as providências para que eu me sentisse confortável Tenho até um obstetra a minha disposição.  Ele não me deixaria viajar com ele se meu médico não tivesse autorizado, e eu não tivesse toda a assistência que preciso para não correr nenhum perigo.- Aquilo tudo era verdade, ela pensou, só havia um.perigo do qual ele talvez não pudesse salvá-la, e era o mesmo que ele corria , sem sequer imaginar onde ele exatamente se escondia.
- Estou com saudades.  Quando puder, venha me visitar.
- Também estou com saudades, mamãe.  De repente, Rosaly sentiu um nó na garganta, e desejou que pudesse contar tudo a ela, mas sabia que não podia fazer isso, pois ela ficaria preocupada o que consequentemente pioraria sua depressão. -, e Rosaly não queria vê-la mal por causa dela.
- Se cuide, meu amor. Faça uma boa viagem, e não se esqueça de manter contato comigo. Quer o saber tudo sobre a evolução da sua gravidez.
- Pode deixar, mamãe.  Prometo que não vou sumir. Te dou notícias em breve. - Assim se despediram, e Rosaly pensou na mãe com carinho, e sorriu ao lembrar-se de seu rosto doce e simpático. Ricardo tinha herdado muita coisa dela, enquanto Rosaly se parecia mais com seu pai, mas apesar de algumas diferenças Rosaly amava sua pequena família, e sabia que era amada de volta.
Ela terminou de arrumar a mala, no momento em que Shawn entrou no quarto para ver se ela estava pronta, e ao notar seu olhar triste, ele perguntou abraçando-a pela cintura
- O que foi, meu amor?
- Não é nada.
 Acabei de falar com minha mãe e me deu tantas saudades de casa. - os olhos dela marejaram e Shawn estreitou-a mais ainda em seus braços enquanto dizia:
 -  Não fique assim, querida. Prometo que assim que puder te levo para visitá-la.. Ou melhor, quem sabe não podemos trazê-la para passar um tempo conosco. - Ele disse acariciando lhe o rosto.
- Duvido que ela venha. Minha mãe não é muito fã de avião.   Ela disse tristemente
- Não se preocupe. Daremos um jeito. - Shawn concluiu, beijando-a nos lábios e Rosaly retribuiu pois já estava sentindo falta do contato da boca dele na sua
- Acho melhor irmos, ou não sairemos mais daqui.  - Shawn disse ao perceber que o beijo começara a esquentar sua pele e a de Rosaly, eles não teriam tempo para saciar o desejo que começava a tomar conta dos dois só por causa daquele beijo simples e apaixonado.
Era sempre assim entre eles, essa paixão que se traduzia em toques e carícias, e que os levava para além dos limites de seus sentidos. Os beijos que eram como fogo em seus corpos que os consumia sem medida ou previsão. Era tão louco pensar que ela tentara por tanto tempo fugir daquilo, e agora Rosaly era refém de cada gesto dele ou palavra que sempre a seduzia sem que pudesse evitar.
Ela se afastou dele, dando-lhe um beijo no rosto, e deixou que ele a conduzisse até o estacionamento do prédio do apartamento dele. Entraram no carro de Shawn, e seguiram para o aeroporto tranquilamente, enquanto Rosaly cochilava a maior parte da viagem, pois os efeitos da gravidez sobre seu sono já davam para perceber, pois ela conseguia dormir mais agora, especialmente à noite, e pelo menos por aquele período parecia que suas horas insones tinham acabado ela só não sabia se voltaria a ter problemas para dormir depois que seu filho nascesse.
- Acorda dorminhoca. – Shawn disse dando lhe um beijo na testa e outro na ponta do seu nariz.
- Desculpe-me, amor. Parece que meu corpo ultimamente se resume em horas infindáveis de sono. Não queria parecer tão preguiçosa. - Rosaly respondeu envergonhada.
- Não precisa se desculpar. Você precisa desse tempo de descanso para que nosso filho nasça forte e saudável, não me importo nem um pouco se tiver que carregá-la até o avião - Shawn disse sorrindo, e Rosaly ficou emocionada como, sempre ficava ao ouvi-lo se referir ao bebê como nosso filho. Aquilo lhe dava a certeza de que Shawn se orgulhava do fato de ela estar grávida, e ele poder participar do processo passo a passo.
Assim que embarcaram, foram cumprimentados pelos membros da equipe de Shawn, ele a ajudou a se acomodar na poltrona ao lado da sua, e enquanto ele checava os e-mails em seu celular, uma das mãos dele acariciavam os cabelos dela. Logo levantaram voo, e a paisagem lá fora do avião era de tirar o fôlego, mas Rosaly nem percebeu, pois já tinha adormecido de novo.